Entre nós.

3 anos antes - Parte 1

Eu estava fazendo meu passeio pelo Reino de Serephine, conhecendo o povo daquele Reino, quando senti um olhar me queimar. Quando nossos olhares se encontraram pela primeira vez, meu lobo ficou inquieto, como se clamasse pelo toque daquele desconhecido. Nunca senti tal sensação antes. Aquele sentimento fez meu coração palpitar. Se eu acreditasse em vidas passadas, poderia jurar que tinha encontrado minha alma gêmea naquele instante.

Eu o vi caminhar em minha direção, seu andar era calmo, sua pose ereta, com suas mãos para trás. Ele trouxe consigo um aroma de chocolate e menta. Quanto mais ele se aproximava, mais forte ficava. Eu poderia sentir aquele cheiro pra sempre, e eu nunca enjoaria dele. 

—Ele parou alguns passos de mim e me lançou um sorriso, mas não era qualquer sorriso; era um sorriso com direito a covinhas. — Devolvi o mesmo sorriso, sentindo borboletas no meu estômago. — Fui logo me reverenciando — Bom dia, Majestade. — Disse, sentindo as maçãs do meu rosto corarem. — Bom dia, Srta. Posso jurar que já a vi antes. Você é deste reino?— Disse. 

— Oh não, Vossa Majestade. Estou acompanhando meu irmão mais velho, o senhor pode ter se confundido. — Acredite, eu nunca confundiria rosto. Com todo respeito, ele é únicos. — Disse sem tirar os olhos dos meus.

— Posso te fazer companhia em seu passeio? — Eu não diria não ao Rei, muito menos para aqueles olhos, aqueles olhos onde habita uma constelação. — Claro, Majestade. — Falei, começando a caminhar, e ele caminhou ao meu lado. — Você não precisa ser formal comigo, me chame de Namjoon, tudo bem? — Tudo bem, Majest...Namjoon —Falei tímida. — Ótimo, agora você sabe meu nome, mas eu não sei o seu, diga-me, por favor. — Me chamo Nari, Hyung.. 

Me sinto queimar por chamá-lo de Hyung, mas ele é mais velho. E ele pediu para não ser formal com ele...— E lá estava aquele sorriso largo, mostrando-me que gostou de ser chamado de Hyung.Nós caminhamos por um tempo, mas precisava voltar ao encontro do meu irmão, mas gostaria de ter mais do Namjoon, gostaria de passar mais tempo com ele, me pergunto se ele deseja o mesmo? 

 — Eu preciso ir, Hyung. Obrigada por me fazer companhia em meu passeio, espero compartihar mais da sua companhia - Não acredito que disse isso, com certeza estou com o rosto parecendo um tomate de tão vermelho. Nunca quis a companhia de homem, principalmente um Alfa. Estou enlouquecendo...— Eu ia adorar, Nari. Podemos nos encontrar amanhã novamente? Posso buscá-la e posso me apresentar ao seu irmão. O que você acha?

Ele quer me encontrar amanhã, um pequeno surto, sim. Eu deveria falar com ele que sou uma princesa? Mas se ele questionar de qual reino eu sou, o que vou dizer? Não posso falar que sou princesa do Reino da Coreia do Sul. Ele é o Rei do Reino da Coreia do Norte, somos inimigos por tantos anos, e se ele me buscar no castelo dos Jeons, ele poderá cogitar. Não posso correr o risco, muito menos apresentá-lo ao meu irmão.

— Podemos nos encontrar no mesmo lugar, o que acha? — Ele ficou pensativo por alguns segundos, mas logo concordou. Nos despedimos — meu irmão mandou a carruagem para me buscar, então entrei naquela carruagem e fiquei pensando nele, em seu rosto e em cada detalhe que gravei em tão pouco tempo.

                                                                                               ✩

Nos encontramos todos os dias depois daquele dia; se passaram duas semanas, e eu sentia meu coração acelerar em cada passeio, meu lobo necessitava demais, eu queria mais dele. Mas eu sentia meu peito apertar porque logo eu iria partir. Eu e meu irmão estávamos apenas de passagem no Reino Serephine. Então, em um dia, ele me convidou para me juntar a ele em um jantar em seu castelo. Quando cheguei ao castelo, ele estava lá me esperando tão lindo, com sua postura impecável. Ele usava um terno azul-marinho, uma calça lisa, uma camisa por dentro e por cima um paletó com dois botões que estavam abertos. Ele estava despojado, com as mãos dentro do bolso. Seus cabelos estavam caídos para frente, ele estava perfeito. - Percebi quando o chofer veio me ajudar e ele se prontificou a pegar minha mão antes do chofer. Sentir seu toque e um pequeno gesto de carinho no dorso da minha mão levou minha mão até seus lábios e beijou ali, com seus olhos ainda me fritando, sentir meu corpo queimar com aquele gesto.

— Fico feliz que tenha aceitado meu convite — Falou me levando para dentro do castelo. — Eu agradeço pelo convite, Hyung—Falei.

Enquanto adentrava o castelo, percebia alguns quadros pendurados pelo castelo. Alguns mostravam como sua família era feliz, havia quadros onde ele estava junto com seu cachorro.

— Você tem um cachorro? — Ele parou e olhou para o quadro — Sim, mas passa mais tempo com meu irmão, se chama Mon — Ele falou sorrindo e mostrando outras fotos do Mon, quando paramos em outro quadro onde estava toda a sua família. Ele me apresentou a eles, como se estivessem conosco.— Sorri. — Esse é o Principe Kim Taehyung, meu irmão mais novo. — Minha atenção foi para o irmão mais novo. Ele tinha um rosto delicado e uma semelhança com a mãe. — Vejo que ele se parece com sua mãe, e ele é lindo.— Ele me olhou e me deu um sorriso de canto. Mas logo voltou sua atenção para o quadro; percebi que ele estava incomodado com algo...— Fiquei olhando para o seu rosto, e percebi seu o maxilar travado.— Este é o meu pai, o Rei Kim Byung-hun.— Disse, continuando encarando o quadro.

— Ele me parece ser um Rei incrivel, Hyung — Ele me olhou e voltou seu olhar para o quadro. — Sim, ele foi um grande rei. É meu maior exemplo e sinto que não vou conseguir ser um terço do que ele foi. Ele foi o melhor rei e o melhor pai...— Falou, abaixando o rosto e encarando o chão, com a mão nos bolsos.. — Em um impulso, estendi minha mão e ele então me olhou sem entender o que eu queria fazer. Mesmo assim, pegou na minha mão e eu senti, e tenho certeza de que ele sentiu, um arrepio passou por mim e meu lobo se agitar dentro de mim.

 — Hyung, eu sinto muito, mas saiba que ele tem muito orgulho do Rei que você se tornou, ele vive em você. — Disse.

Ele apertou minha mão e acenou com a cabeça, levando-me para o grande salão, onde uma mesa enorme nos esperava. Comemos e conversamos sobre tudo, até mesmo sobre minha partida. Ele disse que queria aproveitar cada instante comigo. Logo após o jantar, fomos para o jardim, onde ele cultivava algumas flores, entre elas rosas, lírios, tulipas, orquídeas e margaridas. Logo à frente, havia um banco de madeira sob uma árvore. Nós nos sentamos ali e apreciamos o entardecer da tarde. Eu irei sentir sua falta, isso era uma realidade.

— Posso te falar algo que está me deixando louco? — Ele disse, olhando-me.— Claro, hyung...— Sentir seu cheiro se intensificar.

— Fica comigo, Nari — Disse rápido. — Hyung....eu não sei..— Nari, eu quero você. Eu quero casar com você, eu quero me apresentar ao seu irmão e pedir sua mão, quero você pra mim! 

— Ele chegou mais perto, colocando sua mão em minha bochecha. Senti seu toque e fechei meus olhos para poder apreciá-lo em meu rosto. Senti o calor do seu rosto, seu cheiro estava mais forte, fazendo meu corpo amolecer em suas mãos. Já não bastava, ele pousou sua mão em minha cintura e eu senti um pequeno, mas firme aperto.

Ele se aproximou encostando nossas testas, como se pedisse permissão, eu concedi. Então, acabando com o espaço entre nós, ele me beijou, um beijo lento e calmo. Senti seus dedos apertarem minha cintura um pouco mais, enquanto sua língua pedia passagem. Nossas línguas em um encontro, nossos corações batendo, era possível ouvi-los. Nosso beijo se intensificou, tornando-se mais profundo, e então o ar não se fez mais presente, e precisávamos respirar, depois do beijo nossas respirações estavam desregular. —Nós nos olhamos, eu poderia jurar que estava corada. 

— Venha, vamos para dentro, está esfriando.— Falou, virando-se para ajustar o seu casaco em mim. Mas eu precisava responder à sua pergunta, enquanto ele ajustava o casaco em mim. Consegui ver a sua pintinha abaixo dos lábios quando voltei a olhar nos seus olhos. Então, ele trouxe seus lábios novamente, mas apenas para um simples selinho.

— Hyung, eu fico com você, eu quero ficar com você. 

Continua...