the painting boy from my past.

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Oi solzinhos tudo bem? deixa só eu pontuar uma coisinha: eu tenho dislexia então por favor me avisem caso vejam algum erro. Eu to sempre de olho nos comentários!!
vou fazer uma revisão em breve.
playlist no comentário:

A minha cor favorita é amarelo.

Era a cor favorita da minha mãe, mas ela raramente usava, porque, segundo ela, não lhe caía bem: arrancava dela toda a sua juventude e elegância, e mamãe prezava pela classe mais do que tudo, sempre incentivada pelo meu pai.

Meu pai era um homem muito alto. Eu não o via com muita frequência, porque passava o dia no escritório, enfiado em ternos caros e ditando o que eu deveria fazer pra garantir um futuro "tão bom quanto o dele".

Meu pai não gostava de amarelo. Todas as vezes que dava joias pra minha mãe, eram de prata. "Você fica linda assim, querida. Combina mais com você", dizia. Ele encomendou um quadro dela com o vestido favorito dela, que originalmente era amarelo, mas pediu que fosse azul. Aos meus olhos, mamãe ficava infinitamente melhor com amarelo.

Eu não me lembro muito bem dos meus pais e do meu passado em geral. Eu culpo os remédios por isso, foram anos tomando, sem pensar muito nas consequências: eu só queria ficar bem. A demora para isso aconteceu me causou danos que carrego até hoje comigo.

Mas eu tenho um gato amarelo, o nome dele é Sol. Na verdade o nome dele é Clodoaldo Valdisney mas eu digo que o nome dele é Sol pras pessoas, todo mundo julga "Clodoaldo". Ele não vai vir hoje, ficou em casa sob os cuidados da minha vizinha, que apesar de ter cheiro de salgadinho de cebola, é uma boa pessoa. Eu queria que viesse, mas não tem como trazer um gato pra exposição de arte.

Eu já tentei.

XXX

Louis caminhou até a sala de exposições, onde estavam seus quadros. Finalmente, depois de todo o trabalho que tinha, suas obras seriam apresentadas em um centro cultural de muita influência. Seu trabalho estava sendo finalmente reconhecido, e com sorte - pedia a Deus que a desse - conseguiria vender algumas obras.

O produtor do evento havia lhe garantido sucesso, apesar de não ter falado com ele pessoalmente, já que tinha um compromisso urgente e teve que deixar os detalhes com seu assistente, que era muito competente e foi muito cuidadoso com suas obras.

  Apesar das promessas, não podia deixar de sentir um frio na barriga. Era sua primeira exposição em muitos anos, e estava linda, os quadros alinhados do jeito que pensava. Respirou fundo. Tudo daria certo. Havia feito tudo o que precisava para chegar até ali e todos os processos haviam sido respeitados. Por hora, precisava controlar as mãos tremendo e o frio doloroso no ventre, mas era difícil.

Uma mão tocou seu ombro, chamando sua atenção. Se virou para onde o contato vinha, e mesmo que tivesse acabado de respirar fundo, sua surpresa foi tão grande que o diafragma se expandiu para que tivesse espaço para mais ar entrar.

Um homem grande com rosto esculpido em italiano desceu as orbes negras dos olhos até que encontrassem as suas.

-Olá! Eu sou Niccolo.- Disse o homem.

Era lindíssimo. Louis era alto, mas o sujeito era ainda maior que ele, e parecia que tudo em seu rosto tinha sido feito em detalhes simétricos.

-Ah! Sim! Eu me lembro, o produtor, Niccolo Villa. Eu me chamo Louis.

Niccolo franziu as sobrancelhas por um instante, confuso, mas tirou a mão do bolso e a estendeu para Louis, pedindo por um aperto que foi entregue. Villa colocou a segunda mão por cima da dele enquanto dizia:

-Muito obrigado pela paciência comigo por não ter conseguido acompanhar de perto a montagem da exposição. Pedi que meu assistente acompanhasse e me relatasse tudo, mas ele disse que tudo ocorreu muito bem. Isso está certo? Tem alguma coisa que eu possa fazer por você?

Re-conhecer você.Onde histórias criam vida. Descubra agora