Capítulo 1 O começo humilde

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Amelia envolveu-se no xale grosso e partiu para mais um dia de trabalho árduo na propriedade rural que chamava de lar. Seus pés afundavam na terra úmida enquanto ela seguia em direção aos estábulos, onde seu pai Constantine já estava ocupado com os afazeres da manhã. O sol ainda não havia surgido completamente no horizonte, mas os primeiros raios dourados já tingiam o céu, prometendo mais um dia de calor.

Constantine, um homem robusto de feições rudes, mas olhos gentis, acolheu a filha com um aceno de cabeça enquanto preparava os arreios para os cavalos. Amelia observou-o em silêncio por um momento, admirando sua dedicação incansável à terra e aos animais que cuidavam.

"Amelia, minha filha", disse Constantine, quebrando o silêncio matinal com sua voz grave. "Hoje temos muito trabalho a fazer. Vamos começar alimentando os animais e depois cuidaremos das plantações."

Amelia assentiu, pronta para mais um dia de labuta. Enquanto caminhavam em direção aos estábulos, ela se deixou levar pelas memórias de uma infância simples, mas feliz, passada nessas mesmas terras. Lembrou-se dos dias em que sua mãe ainda estava viva, quando a casa transbordava de calor e risadas, e as preocupações eram escassas.

Mas desde que sua mãe partira, a vida na propriedade havia mudado. Constantine redobrara seus esforços para manter as terras produtivas, enquanto Amelia assumia mais responsabilidades em casa. Ela aprendeu a cozinhar, limpar e cuidar do jardim, tornando-se uma extensão dos braços de seu pai no trabalho diário.

Ao chegarem aos estábulos, Amelia e Constantine começaram a alimentar os animais, cuidando de cada um com carinho e atenção. Os cavalos relinchavam em gratidão enquanto devoravam sua ração matinal, e os porcos grunhiam alegremente enquanto se alimentavam de restos de comida.

Enquanto trabalhavam, Amelia pensava no futuro incerto que os aguardava. Ela sabia que, como filha de um humilde caseiro, suas opções na vida eram limitadas. Mas havia uma parte dela que ansiava por mais, por uma chance de explorar o mundo além das fronteiras da propriedade.

À medida que o sol subia no céu, o trabalho na propriedade continuava sem parar. Amelia e Constantine cuidavam das plantações, arando a terra, plantando sementes e irrigando os campos. Cada gota de suor derramada era um testemunho de sua dedicação à terra e à vida que levavam.

À noite, quando o trabalho finalmente chegava ao fim, Amelia se recostava contra a parede da casa, observando o pôr do sol pintar o céu de tons de laranja e rosa. Ela sabia que a vida de uma filha de caseiro não seria fácil, mas estava determinada a fazer o melhor com o que tinha.

Enquanto o mundo ao seu redor mergulhava na escuridão da noite, Amelia olhou para o futuro com esperança e determinação. Ela sabia que havia desafios pela frente, mas também sabia que, com trabalho árduo e perseverança, poderia superá-los.

E assim, enquanto as estrelas cintilavam no céu noturno, Amelia prometeu a si mesma que faria o impossível para alcançar seus sonhos, não importando o quão humilde fosse o começo.

A Filha do Caseiro: Uma História de Amor e RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora