Capítulo 6:Olhos nos olhos, fragmentos do coração?

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Alice olha para Matteo e exclama

 "eu... eu estava preocupada. Você desapareceu por três dias. Nem uma palavra, nem um sinal. O que aconteceu?"

Matteo ergueu uma sobrancelha, surpreso com a franqueza de suas palavras. "Eu tenho assuntos para tratar, questões que exigem minha atenção imediata", ele respondeu, sua voz mais ríspida do que pretendia.

"Assuntos mais importantes do que sua responsabilidade para com seus alunos?", Alice retrucou, a voz tremendo ligeiramente. Ela avançou alguns passos, sua determinação transbordando. "Você está muito estranho, aconteceu alguma coisa?"

O reitor Mancini desviou o olhar, o coração pesado com o peso de suas próprias dúvidas. "Isso não é da sua conta, Srta. Slovack", ele disse, o tom firme. "Agora, se me der licença, tenho outras questões a tratar."

Mas Alice não recuou. Ela se aproximou mais, os olhos fixos nos dele. "Matteo", ela disse, sua voz suave e insistente, "o que está acontecendo? Por que está se afastando de mim? Por que está agindo assim?" A menção de seu nome verdadeiro ecoou nos ouvidos de Matteo como um lembrete de uma vida que ele ousara imaginar, mas que nunca poderia ter. Ele recuou, a dor em seu peito se intensificando. "para você é Reitor Mancini", ele a corrigiu,  desviando seus olhos  dos dela. "E você está certa, Srta. Slovack. Este é um assunto que não lhe diz respeito."

Uma sombra de tristeza passou pelo rosto de Alice, substituindo sua determinação anterior. Ela deu um passo para trás, como se atingida por suas palavras. "Eu entendo", murmurou ela, sua voz quase inaudível. "Eu pensei... Eu pensei que tivéssemos algo especial." 

A confusão e a dor na expressão de Alice perfuraram o coração de Matteo, mas ele se forçou a permanecer firme. "Eu acredito que você está confundindo as coisas, Srta. Slovack", ele disse, sua voz firme, mas tingida de tristeza. "Agora, por favor, me deixe. Tenho assuntos a tratar." 

Com um último olhar, Alice virou-se e saiu da sala, deixando Matteo sozinho com suas próprias tormentas internas. Ele afundou na cadeira, uma mistura de emoções tumultuando seu coração. O que ele tinha feito? Como ele poderia ter algo especial com alguém que já tinha um companheiro?   No silêncio sombrio de sua sala, o reitor Matteo Mancini enfrentava uma batalha que temia não poder vencer.

O sol já havia se posto quando Alice finalmente chegou em casa naquela noite, carregando consigo um fardo pesado de tristeza e confusão. Cada passo era um esforço, cada respiração uma luta contra as lágrimas que ameaçavam transbordar a qualquer momento.

Ela trancou a porta do quarto com um baque, deixando-se cair sobre a cama com um soluço sufocado. Seu coração doía com uma intensidade que ela nunca havia experimentado antes. Por que ele a tratara daquela maneira? Por que ele a magoara tão profundamente, depois de todos os momentos especiais que compartilharam juntos? O chuveiro pareceu uma dádiva e uma maldição ao mesmo tempo. Cada gota de água que tocava sua pele era como um punhal afiado, perfurando-a com a lembrança de suas palavras cortantes, de sua frieza implacável.

Quando finalmente saiu do banho, Alice se sentiu exausta, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Ela pegou o telefone e discou os números de seus melhores amigos, Heloísa e Pedro, em busca de algum consolo, alguma réstia de esperança em meio à escuridão que a envolvia. Do outro lado da linha, Heloísa e Pedro ouviram a angústia na voz de Alice e prontamente ficaram consolando ela, Eles a confortaram com palavras gentis e conselhos , mas mesmo assim, a dor persistia, cravada em seu coração como uma lança afiada.

"Por que ele fez isso comigo?", murmurou Alice, as lágrimas rolando por suas bochechas. "Por que, depois de tudo o que compartilhamos, ele me tratou com tanta crueldade?"

O Despertar do Amor que sinto em VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora