Os dias se passaram rápido, já tinha se passado duas semanas desde que... Bom, que falei com aquele idiota. E desde então, fui bombardeada por perguntas de todos os lados, meus pais não entenderam direito o término repentino, e eu... Decidir não contar nada o que aconteceu para eles, principalmente por causa da minha mãe, ela era muito amiga da Margareth, e eu iria odiar ser um motivo para balançar essa amizade.
Arthur, tentou entrar em contato comigo, um dia depois daquela conversa, e mesmo ignorando ele continuava me enchendo de mensagens do tipo "vamos conversar", " por favor, Crys, eu sei eu tava fora de mim" e "me dá outra chance". No colégio não foi diferente, mas suas tentativas de falar comigo não deram certo, evitei ele que nem o cão corre da cruz, sinceramente eu não queria ter mais contato com nada que de alguma forma me fizesse mal.
Sei que, se aquele amigo dele não tivesse aparecido no quarto, talvez eu tivesse saído de lá com mais do que uma marca no braço. Hellen e Ian, não me deixaram por nenhum minuto, ela como sempre se fazendo presente em ligações e mensagens, e Ian se provou um verdadeiro amigo, as vezes vinha aqui me ver e também já tentou me fazer sair junto com seus amigos, usando o mesmo argumento da minha amiga, "Você tem que sair mais Crys", mas não aceitei, preferia passar meu tempo livre com Miguel, meu pontinho de paz, que agora por exemplo, estava deitado em minha cama enquanto fazia carinho em seu cabelo.— Crystal, Miguel, venham lanchar!
— Já tô indo mãe. – tentei falar baixo, quando percebi que ele estava dormindo.
Sair do quarto andando na pontinha dos pés, Miguel dormia que nem um anjinho, depois que aprontou com suas brincadeiras de lutinhas, não poderia ser diferente.— Cadê o Miguel?
— Ele dormiu, cansou de tanto brincar.
— Hum, imaginei. – diz ainda de costas para mim, me sentei em uma das cadeiras, já pegando um dos sanduíches, que não é por nada não, mas eram os melhores. — Ele não para quieto! Tem uma energia esse menino!. Mas e então filha, como estão as coisas?
— Acho que bem. – dou de ombros, a mesma me olhou estreitando os olhos.
— Eu sei que você tem evitado de falar, mas você e o Arthur?
— Terminamos! – digo, ainda comendo, querendo não tocar mais nesse assunto.
— É que, filha esse tempo todo vocês juntos, namoradinhos de infância... E você, não parece estar sentindo falta.
— Bom... Talvez, eu seja uma pessoa mais fria do que você pensa, mãe. – digo, olhando para ela. — Sei que se fosse outra no meu lugar, provavelmente estaria chorando ou algo do tipo... Mas eu tô meio que aliviada para ser sincera.
— Não, fria? Isso você não é. – suspira. — Eu e seu, já tinha percebido que vocês não era como os namorados da sua idade, pelo menos nos tempos de hoje...
— Como assim? – quase me engasguei com o suco.
— Bom, eu sentia que você não parecia à vontade com a ideia de vocês ficarem a sós, por exemplo, saírem, fazer uma programação de namorados. – dá uma pausa.— Não que eu e seu pai, achasse tão ruim assim. – da de ombros. — Mais, na sua idade o que mais a gente fazia era arrumar um jeitinho de fugir dos nossos pais, para ficarmos juntos.
— Mãe. – falou terminando de comer um pedaço do sanduíche. — Podemos mudar de assunto?
— Crystal...
Suspiro.
— Sabe, nem todo mundo dá certo, vida que segue... Não é?— Ok, querida. Mas você sabe que pode se abrir comigo, não sabe?
— Sei, mãe... Eu sei.
Terminamos de lanchar com poucas palavras, mudamos de assunto o que foi um alívio para mim, sinceramente eu não sabia como falar sobre isso, o que se esperar de uma garota de dezessete anos? Bom, saber o que ela gosta seria o mínimo, certo? Como vou falar isso para ela, que diferente dela de quando tinha minha idade, já sabia exatamente do que realmente gostava, mas eu não...
E também como falar que o Arthur, não era o anjinho que ele demonstrava ser? Tipo, ela o viu crescer, seria uma decepção.
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(Nem) Todos os Clichês São Iguais - (+18)
Любовные романыAs vezes precisamos olhar para dentro de nós, para descobrir quem realmente somos, e isso nem sempre é uma missão fácil, dúvidas, questionamentos, inseguranças, medos, tudo isso fazem parte do processo. Mais a jornada se torna mais fácil quando tem...