À caminho do Hospital Israelita Albert Einstein, Sabrina dirigia normalmente para mais um dia de trabalho. Estava meio estressada, talvez pelo fato de ter que acordar extremamente cedo todos os dias ou por ansiar pelo fim de semana, afinal, ela merecia um pouco de descanso. Sendo uma médica renomada e extremamente jovem, acabara se cobrando muito durante todo o expediente, e mesmo sabendo que não era necessário trabalhar tanto, continuava firme para ser a melhor no que fazia. E ela realmente era a melhor, com seus apenas 26 anos conquistava sorrisos e trazia alegria de volta às crianças da ala infantil que sofriam por conta de suas internações. Ela gostava do que fazia. Ela gostava de ajudar. Mas ela precisava de descanso.
Ao ouvir o telefone tocar, olhou rapidamente para seu celular pois estava com as mãos no volante.
"Número desconhecido"
— Deve ser algum cabaço de telemarketing — Reclamou consigo, deixando o celular tocar, não aceitando ou recusando.
Enquanto prestava atenção na estrada, ouviu seu telefone novamente.
— Caralho, esses merdas não cansam! Puta que pariu! — Resmungou novamente, ainda irritada.
Deixando de lado seus pensamentos arrogantes, decidiu ignorar mais uma vez a ligação.
E o telefone tocou de novo.
E de novo.
E de novo.
E de novo.
Em um momento de raiva, Sabrina acabou pegando-o e atendeu à ligação.
— O QUE VOCÊ QUER, PORRA? — Exclamou ao telefone.
— Bom dia, Senhorita Inague. — Apesar de ficar surpresa com a formalidade, Sabrina prosseguiu ouvindo quieta. — Ligo em nome da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
Ao perceber a idiotice que fez ao, provavelmente, xingar uma de suas superiores, Sabrina engoliu em seco.
— Bom dia...
— Precisamos que dirija-se até a Sala de Reuniões 27 após chegar ao hospital.
— Por qual motivo?
— Você saberá.
A senhora do outro lado da linha encerrou a ligação, fazendo Sabrina se desesperar.
— Puta que pariu, eles vão me despedir! Depois dessa não tem chances de eu continuar lá! Porra, Sabrina. Porra! — Sabrina reclamava consigo após parar o carro em uma rua aleatória e despejar sua raiva consigo mesma na buzina do seu carro.
Foi quando ela ouviu uma batida na janela.
— Ei, tá tudo bem? — Uma voz familiar perguntou.
Sabrina reconheceu rapidamente a voz. Era Beatriz Bertolino, sua amiga, antiga colega de classe e atual colega de trabalho.
— Bia! — Exclamou com um sorriso enquanto abaixava a janela de seu carro.
— Sassa! — A expressão de preocupação no rosto de Bia se espaireceu em uma sensação de alivio. — Eu estava caminhando para o trabalho e fiquei preocupada quando vi um carro buzinando sem parar no meio da rua. Estou feliz que seja você e que nada grave aconteceu.
— Obrigada por se preocupar, Bia. Eu só estava um pouco estressada. Entra aí.
— O que houve? — Beatriz perguntou enquanto se dirigia ao banco do passageiro.
Sabrina contou a Bia sobre a ligação e suas preocupações fazendo gestos e gritando sem parar, deixando Bia um pouco atordoada.
— [...] E agora eu acho que vou ser demitida. — Concluiu Sabrina.
— Relaxa, Sassa. Você só tá nervosa. Todo mundo te adora lá, não vão te demitir.
— É, acho que você têm razão. — Disse, ainda um pouco preocupada.
— Agora bota a mão no volante e me dá uma carona! Vai dar tudo certo, apenas continue dirigindo.
Sabrina se animou e voltou à dirigir em rumo ao hospital.
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So long, London.
Fanfiction"Always in my heart. Yours sincerely, Louis." Onde Sabrina, uma romântica sem esperanças, retorna para Londres a trabalho. Fanfic de aniversário para a Sabrina! Parabéns, Sassa. <3