Não sinto a sua dor

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*não corrigida
*capítulo somente com visão de Toga

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   Doce, dramática e louca. Sim! As três melhores palavras para me definirem, para botar em algum currículo de emprego ou talvez num cartaz de procurada.
   Mas afinal eu não robo, muito menos trabalho, eu apenas dedico meu tempo ao amor, ao ríspido e doloroso amor, esse amor que encontrei numa livraria.
   A livraria que me refiro tinha uma jovem poetiza dando autógrafos. Parece que ela tinha lançado seu primeiro livro de poemas, algo muito comovente, pois dava pra ver em seu rosto a felicidade. Seu nome era Ochaco Uraraka, uma mulher atraente que escrevia poemas fora do comum, vamos assim dizer, o que soava estranho por causa da sua aparência dócil. O seu primeiro livro se chamava "sadomasoquista extremista".
   Eu comprei o livro na hora, óbvio! O livro de uma moça tão bela deve ser extraordinário. Após comprar o livro fui para pequena fila de autógrafos com a missão de consiguir o número da bela moça. Enquanto esperava na fila abri o livro e li o primeiro poema:
Sadomasoquista extremista

Sangrei demais,
Mas vou atrás porque eu quero mais.

Amei demais,
Mas isso eu não quero mais.

Estou mal, na pior,
Eu quero uma ferida maior.

Eu amo quando eu sou esfaqueada,
Eu amo quando eu sou esquartejada,
Eu amo quando eu sou desovada,
Sadomasoquista extremista,
Sadomasoquista extremista!

Vou lamber o meu sangue,
Porque enquanto ele escorre você corre.

Não me importo com o amor,
Mas eu amo quando eu sinto dor.

Estou mal, na pior,
Eu quero uma ferida maior.

Eu amo quando eu sou esfaqueada,
Eu amo quando eu sou esquartejada,
Eu amo quando eu sou desovada,
Sadomasoquista extremista,
Sadomasoquista extremista!

Eu me apaixonaria pelo suicido,
Eu me apaixonaria pelo suicido,
Mas eu continuo viva.
  Meus olhos arregalaram, e minhas mãos ficaram trêmulas, quando vi estava na frente da deusa que escreveu esse poema perfeito. Estico as mãos entregando o livro para ela dar o seu autógrafo.
   - Meu deus você está tremendo? - diz ela deixando o livro de lado e segurando minhas mãos ainda trêmulas -
   - Parece que você fez esse poema pensando em mim! - disse me acalmando  - Sabe, depois de ter cido presa por algo tão bobo, nunca pensei que acharia alguém que me entendesse perfeitamente!
   - Q-que bom que você gostou e se viu na obra! - disse ela largando as minha mãos e indo dar seu autógrafo -
   - Seu número? Você poderia me dar o seu número? - disse eu num tom de desespero, ela olhou assustada mas assim mesmo anotou o número na folha do livro.
   Depois desse dia eu mandei muitas mensagens, ela respondia algumas, bem poucas. Mas quanto mais dias passavam mais ela mandava mensagens de volta.
   Após de uma insistência ela concordou em sair comigo, algo simples, uma sorveteria.
   depois desse encontro saímos mais vezes até o fatídico dia, onde estávamos na casa dela, bebendo e fumando, ficamos um pouco alteradas, e nesse clima subiu um ar de paquera, onde eu e ela nos beijamos. Tudo perfeito, até eu morder o pescoço dela, quando eu apertei com mais força ela pediu para eu parar, depois tentou afastar meu rosto, mas eu só parei quando vi sangue.
   - Mas que droga?! - falou ela indo para o banheiro limpar -
   - Para de ser dramática, foi romântico não foi? - disse revirando os olhos e indo atrás dela -
   - Não! Óbvio que não foi! - disse ela irritada -
   - Você parece meu ex! O que tem demais? - falei tão brava quanto ela -
   - O que tem de demais? Tudo, dói! - disse ela passando água na ferida com a mão -
   - Não, não dói! - após falar isso mordi minha mão até sangrar - viu! Não dói!
   - Você... - ela arregala os olhos e foi para longe de mim -
   - De novo, de novo! Mesmo olhos assustados como se eu fosse um mostro! - digo começando a chorar - mas eu não sinto isso que você sente!
  Digo indo embora da casa da menina, eu estava de novo sem rumo, com o mesmo aperto no coração.

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(continua)

Sadomasoquista extremista  ≠Togaraka-Togachaco≠Onde histórias criam vida. Descubra agora