Capítulo 18

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Eu não tenho nem mais cara de aparecer aqui depois de tanto tempo, perdão pela minha demora!

Boa leitura e peço perdão se deixei passar algum erro durante a correção. Qualquer dúvida, podem perguntar!!


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O dia começou como todos os outros. Isso quer dizer que Sor Bastian entrou batendo com a espada nas grades das celas e acordando os presos. Não havia muita necessidade de tanto barulho já que naquela ala só havia Lucerys e os garotos vindos de Lys.

Essa espada ainda vai quebrar de tanto ele bater com ela no ferro” Theatan disse com a voz sonolenta enquanto se sentava.

Espero que ela quebre e fure o pé dele”  Vaenys disse com o mais profundo ódio matinal que uma garota de doze anos poderia ter. Ela ainda estava deitada. Os únicos que se levantaram foram Lucerys e Baetor, os outros estavam sentados ou deitados. O príncipe riu do comentário da menina

“O que ela disse?” O soldado perguntou com rispidez, a espada apontada para Luke

“Ela disse que o senhor tem muita energia matinal” Lucerys falou entre-dentes, com a cabeça erguida.

“Ela ainda não viu nada” o homem riu malicioso.

“Encoste um dedo seu nela e será a última vez que terá mãos, talvez a última vez que terá vida até” Lucerys disse, já preparado para saltar para trás quando o homem brandiu a espada em sua direção. Patético e previsível, ele nem chegou perto de encostar no filho da rainha.

“Acredito que a Mão do antigo rei precisa de mim vivo para que minha mãe coopere” Lucerys falou com seu melhor tom cordial, sem nunca perder a pose de príncipe.

O homem foi embora murmurando. Não era sempre que ele perguntava o que era dito sobre ele na língua da antiga Valíria, mas foi a primeira vez que ele se insinuou para a criança da cela ao lado, Lucerys se preocupou. Ele cresceu em Porto Real, sabe bem o que esses soldados são capazes de fazer.

“Eu preciso tirar eles daqui” O príncipe disse para si mesmo, os outros não chegaram a ouvir.

Uma criada veio trazer a refeição dos prisioneiros, como sempre a de Lucerys tinha comida suficiente para ele e para outra pessoa. Havia um caldo de alguma carne que era cheiroso, pão cozido, pão assado, uns dois pães doces, biscoitos, mingau e um pouco de chá quente.

Lucerys nunca tomava o chá, ele sabia muito sobre venenos para saber que aquele chá sempre tinha algo de errado, o cheiro denunciava, mesmo que colocassem bastante mel para mascarar, havia algo ali.

O caldo era um enigma, ele tomava um pouco e esperava para tomar o resto, se tivesse alguma coisa ele sentiria nesse tempo de pausa. O príncipe sempre passava os pães para a cela ao lado, ele só ficava um com um ou menos que isso. O mingau era o mais seguro, ele conhecia aquele mingau desde pequeno, sabia que não estava alterado, ele sempre o dividia com os pequenos, Gaellys e Gaemma. Thaetan e Baetor gostavam dos pães cozidos e dos doces, Vaenys amava os pães salgados e biscoitos.

Eles comiam juntos todas as manhãs, conversavam sobre suas vidas e Luke lhes ensinava um pouco da língua de Westeros. Os cinco estavam tendo um bom progresso, mas ainda não estavam nem perto de serem fluentes na língua.

Era comum que Lucerys ficasse em silêncio. Ele encarava um ponto fixo, ou fechava os olhos, e deixava sua mente trazer todas as memórias que ele tinha de Aemond. Se pudesse colocar suas saudades em ordem ele teria dificuldades em dizer de quem a falta apertava mais seu coração. O príncipe sabia que sua mãe provavelmente estava muito triste, ele sabia que Aemond estava com raiva e que provavelmente estava guardando tudo para si mesmo. Pensar nisso deixava Lucerys irritado, o mais velho receberia o apoio da família, ele só precisava falar o que estava sentindo.

LEGADO - LucemondOnde histórias criam vida. Descubra agora