Capítulo 2

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Kyra Belline

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Kyra Belline...

A vida nos surpreendia de inúmeras maneiras diferentes e agora eu me encontrava em uma casa no meio do nada e com a companhia de um estranho. Não pude me despedir dos meus pais e muito menos dos amores da minha vida, minhas filhas sentiriam minha falta.

Louise e Siena eram gêmeas bivetelinas, tinham quase quatro anos e a personalidade de ambas eram totalmente diferente uma da outra. Eram o xodó da casa dos meus pais, meus sobrinhos adoravam brincar com elas.

- Você come macarrão? Não sabia que tipo de comida você comia e por isso decidi por algo mais prático.- Levei um susto com Logan na porta do quarto.

- Sim, eu como.- levei a mão ao peito.- Você me assustou.

- Perdão, não foi minha intenção.- Joguei a toalha encima da cama sob o olhar do homem em minha frente.- O que foi?

- Toalha.- Apontou para o pano.- Você poderia estender a toalha em algum lugar que não seja a cama?

- Claro, esqueci das regras.- Sorri totalmente sem graça.- Hábito horrível.

- A senhorita tem o hábito de deixar às toalhas molhadas encima da cama?- Me olhou como se eu estivesse cometendo um crime.

- Nem sempre, Grey.- Falei ao estender a toalha acima da cadeira.- Às vezes na correria eu acabo esquecendo e nas outras faço questão de colocar em lugares próprios.

- Claro.- Logan me deu passagem assim que parei em sua frente.- Venha, vamos jantar antes que esfrie.

- O cheiro está ótimo.- Comento.

- Espero que goste, não costumo..- Corto o que ele iria dizer.

- Cozinhar, você me disse isso há praticamente uma hora atrás quando cheguei.- Ele sorriu minimalista

- Exatamente.- Puxou a cadeira para que eu me sentasse.- Só cozinho porque preciso me alimentar e também porque gosto, mas durante o almoço como qualquer coisa.

- Você vem almoçar amanhã?- Perguntei ao pegar meu prato e começar a me servir.

- Acredito que sim.- Sorri, pensaria em algo para o almoço.- Por que?

- Não gosto de comer sozinha, mas se você vir almoçar eu vou cozinhar para nós dois.- Digo ao encarar seus belos olhos azuis.

Dizer que não havia reparado em Logan seria uma tremenda mentira, ele era muito bonito. Eu não era nada boba, menos de setenta e duas horas minha vida havia mudado da noite para o dia em um piscar de olhos.

- Pode deixar que te aviso se eu vir almoçar em casa, mas pode ficar a vontade.- Respondeu.

- Ótimo.- Enchi meu copo com suco e descansei os talheres no prato.- Tem alguma coisa que você não coma?

- Como de tudo, mas nada que tenha morango ou amendoim. Sou alérgico e desde muito novo sofro com isso.- Ficaria atenta em não fazer nada que tivesses esses dois ítens.

- Eu gosto de cozinhar, mas eu também não tenho tempo.- Comentei.

- Qual motivo para não ter tempo?- Perguntou.

- Meu trabalho exige muito de mim.- Digo.

- Com o que você trabalha?- Fico em silêncio, não poderia dizer que sou modelo.- Droga, eu me esqueci que você não pode falar.

- Professora.- Respondo de imediato.- Eu me formei tem um tempo em pedagogia.

- Uma excelente profissão.- Falou, mas de todo caso eu não estava mentindo.- São através de vocês que podemos ser o que quisermos.

- Escolhi pedagogia porque acho uma profissão muito bonita e que pode ajudar muitas pessoas, mas eu ainda não atuei na área como a maioria das pessoas fazem após se formar.- Logan me olha e eu retribuo seu olhar.

- Claro, você teve que vir para cá.- Neguei.

- Na verdade eu trabalhava com outra coisa antes de tudo isso acontecer, não sei se um dia eu vou atuar na área que escolhi estudar.

As professoras das minhas filhas eram muito boas e eu gostava delas, achava o máximo ver que outra pessoa capacitada ensinaria às coisas que elas levariam para vida dentro de uma sala de aula. Meu peito aperta ao lembrar das meninas, saber que ficaria longe delas sem uma data para voltar era ruim.

Minha carreira como modelo aconteceu quando eu tinha somente desseseis anos, através do meu trabalho pude mudar a vida dos meus pais para melhor. Meus irmãos mais velhos também me ajudavam a manter nossos pais estabilizados financeiramente.

- Quantos anos você tem, Lola?

- Em dois meses completo vinte e três anos.

- Você é nova ainda, uma vida pela frente.

- Mas e você, Logan, qual a sua idade?

- Trinta anos!

- Não parece ter essa idade.

- Isso é bom ou ruim?

- Você está ótimo para trinta anos, consigo ver pequenas rugas e algumas olheiras, mas fora isso está ótimo.

- Muito trabalho.

- O que faz da vida?

- Tenho uma empresa de madeira na vila.

- Interessante.

Estava curiosa para saber mais da vida dele, mas achei melhor ficar quieta e comer em silêncio para não estragar o momento. Lavei toda a louça enquanto Logan secava e guardava no armário, eu sempre fui muito curiosa e desejava fazer muitas perguntas.

- Você quer falar algo?- Estava distraída quando escutei sua voz ao meu lado

- Não, nada.- Minto na cara dura.

- Sua cara não está dizendo isso.- Quase deixo o prato escorregar na pia.- Parece que deseja falar ou perguntar alguma coisa.

- Dylan não me explicou algumas coisas, mas eu também não quero perguntar para não ser incoveniente.- Passei dois copos para ele após lavar.- Ele me deixou um envelope.

- Envelope?- Confirmei.- O que tem nesse envelope, Lola?

- Na verdade ele mandou te entregar.- Olhei de canto de olho para ele.- Juro que não abri.

- Onde está esse envelope?- Inclinou e eu me afastei um pouco.

- Vamos terminar a louça e eu te entrego, mas não deve ser nada demais. Dylan parece não bater muito bem da cabeça, então pode ser alguma recomendação de algo que você tenha que fazer.

Terminei tudo rapidinho e caminhei até meu quarto a procura do envelope que estava dentro da minha bolsa desde o momento que Dylan havia me entregado. Ele me deu sérias recomendações de entregar somente para Logan quando eu chegasse.

- Aqui está, ele disse para você ligar pra ele assim que olhar tudo.- Avisei.

- Tudo bem, obrigado.- Ele entra em um cômodo que suspeito ser uma espécie de escritório.

Mesmo que minha curiosidade estivesse muito elevada, não escutaria a conversa atrás da porta como sempre fazia junto dos meus irmãos. Esse era um momento de Logan com Dylan que eu não precisava me meter, voltei para meu quarto para desfazer a mala e guardar tudo dentro do guarda-roupa.

Meu inesperado acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora