CLARISSE NARRANDO:
Ouço o sinal tocar, indicando que era o horário do nosso intervalo.
Olho o relógio - 10 horas em ponto.— vamos lana, já é o nosso intervalo – sacudo ela, pois a mesma estava dormindo.
Depois de duas aulas seguidas de matemática daquela professora insuportável, finalmente intervalo.
não julgo a lana, pois se eu conseguisse ao menos pregar os olhos, estaria dormindo agora mesmo....
Depois de enfrentar uma enorme fila junto com a lana, finalmente lana conseguiu pegar o seu prato, mas na minha vez decidi não pegar, eu conseguia ouvir meu estômago falando... indicando o quanto eu estava com fome.
— não vai comer Clarisse? – perguntou lana desconfiada. — não irei, estou de dieta. – respondo.
Mesmo lana odiando sempre essa minha frase, ela não me contrariou.. em parte lana sabe de toda a minha situação, mas já tivemos uma longa conversa sobre isso.— A bruxa continua pegando no seu pé? - perguntou lana.
— sim continua e nunca irá parar, a não ser que meu pai de um pé na bunda dela, o que eu acho que não vai demorar muito – respondo com um pouco de sarcasmo, tendo fé nas minhas falas, minha situação é deplorável. Mas com o passar do tempo aprendi a lidar com as desgraças da minha vida.
— se estivéssemos na idade da pedra, ou naquele ano lá que eu não sei... que queimavam mulheres apenas por saberem demais, eu com certeza deletaria essa sua bruxadrasta para ela ser queimada e continuaria queimando no fogo do inferno, essa desgraçada – olhei espantada para ela — Lana! - exclamei.
— Ops... pensei um pouco alto demais, porém não irei retirar minhas palavras, é a verdade – Apenas concordei.
E fiquei lá olhando ela terminar de comer.Nosso intervalo demora uns 20 minutos, mas esse tempo foi o suficiente para eu pensar denovo no que eu deveria tentar esquecer....
*memória*
Eu conseguia sentir meu coração doendo, como se fosse facas me perfurando diversas vezes.
Eu era tão ingênua... inocente demais, sem culpas...Mas eu não conseguia mas viver naquela situação, sem amor, sem atenção, apenas sua ignorância e descaso, da minha própria mãe.
Ouço uma buzina de carro muito bem conhecida por mim — meu pai! – digo em voz alta.
E corro para o portão pra atende-lô— Pai! – o abraço assim que ele aparece no meu campo de visão.
— Oi filha! – diz ele contente — vim te buscar – ele me diz e meus olhos brilham, eu amava passar uns tempos junto com meu pai, mas logo vem o desânimo, não é o final de semana dele, minha mãe não deixaria.
— Mas não é seu final de semana pai – digo chateada.
— Eu vim conversar com sua mãe também, finalmente me organizei e você pode vir morar comigo – diz ele e sinto meu coração aquecido e o abraço.
— Estou tão feliz pai! Só vai ser difícil convencer ela. — digo.
— vai chamar ela – ele diz e volto para dentro, direto aos fundos da casa e a chamo.
— mãe! meu pai está aí e quer falar com você. – digo a ela que estava sentada na cama mechando no notebook.
Logo ela me olha com a sobrancelha arqueada.
— Oi?! O que seu pai quer agora? – ela levanta já nervosa e começa a dar uma ajeitada no cabelo. — esse traste só inventa.Já lá fora eles se cumprimentam bem secos um com o outro, é bem estranho na verdade, ele se olham com raiva e dor ao mesmo tempo, apenas me encosto no murinho perto do meu pai e começo a ouvir o diálogo.
— eu vim levar Clarisse para morar comigo Sarah. – minha mãe já o olha com uma feição estranha e um enorme ponto de interrogação encima da sua cabeça, coisa que nem era visível aos olhos, mas já conhecia minha mãe bem o suficiente para saber o que se passava nessa sua mente descontrolada.
— Como assim levar Clarisse? a guarda dela é minha! Você não pode levar minha filha!. – diz ela em resposta e logo prevejo o drama.
— Você é bem descuidadosa para não dizer outras palavras, mas acredito que tenha notado Clarisse sofrendo pelos cantos e chorando, ela vem me pedindo isso a tempos e só estava esperando me organizar para levá-la comigo. – diz meu pai com seu argumento.
Depois de muito chororo dela e argumentos e vários porquês, ela cedeu... aquela noite foi longa e ela deu seu xeque-mate.
Antes eu não entendia, apenas estava feliz com a notícia. Mas hoje eu entendo.— eu deixo ela ir – diz sarah — Mas com uma condição! – fiquei pensando sobre essa condição antes dela responder, podia ser qualquer coisa... mas existia algo maior entre aquele divórcio, algo que eles brigavam mais do que por mim. — você irá continuar a pagar a pensão para mim, pode levar ela para morar com você, vai fazer bem para a minha filha, mas eu irei continuar a receber a pensão.
Olhei para meu pai, meu pai deve ter pensado várias coisas e chegou a falar, mas ele apenas concordou.
— tudo pela felicidade da minha filha! – ele da sua resposta sorrindo para mim.
Naquele dia eu corri para arrumar minhas coisas saltando mais que um canguru, mal sabia o que estava por vir.
Mas o pior de tudo, foi saber o quão fácil foi, apenas pelo dinheiro.
É claro, ela tinha seus interesses e seus investimentos, e eu não era um desses investimentos ou interesse, naquela época eu não tinha nenhum pingo de atenção dela.
E eu sofro por isso ainda.— Terra chamando Clarisse! – ouço um estalar de dedos na minha frente, era lana.
— Vamos! já acabou o intervalo e você está brisando a muito tempo, tem que parar de pensar tanto.
Apenas me levanto e caminho com ela de volta para sala.—————-
Não se esqueça de deixar seu voto ⭐️ e seu comentário 💖
Espero que estejam gostando da história 🫶🏼
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tudo por amor
RomanceÀs vezes fazemos loucuras por amor. O quão difícil pode ser acreditar no amor? Depois de tantos traumas, tantas brigas presenciadas, rejeições... Nessa história, vemos o coração bom de Clarisse e o quão forte ela é! Depois de ter passado por tantas...