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Já se passavam quase quatro semanas desde que eu havia começado a viver com Chan. E fazia três semanas que estávamos juntos oficialmente. Três semanas de uma paz gostosa, de risos bobos ao longo do dia e de beijos dados nos momentos mais inesperados.

Se isso for um sonho, não me acordem.

Era por volta de 17h30. O sol se deitava lentamente no horizonte, tingindo o céu de tons dourados e alaranjados. A varanda do terceiro andar era o meu refúgio naquele fim de tarde. O golden hour refletia no vidro da sacada, iluminando meu rosto com um calor suave. Fechei os olhos por um segundo, inspirando profundamente, sentindo aquela serenidade entrar no peito.

Ao olhar para baixo, no quintal, avistei Bang Chan agachado próximo à hortinha perto do muro, analisando umas florzinhas com uma concentração quase cômica. O contraste dele — um líder mundialmente famoso — tão envolvido com alecrim e manjericão me fez sorrir.

— Ai, Da Vinci, me perdoe, mas meu querido Christopher Bahng é a verdadeira obra de arte.

Ele se ergueu com uma expressão satisfeita, e ao virar o rosto, me avistou. Seus olhos se acenderam com aquele brilho carinhoso de sempre.

— Oi, Julieta! — gritou lá de baixo com as mãos em concha na boca.

Resolvi entrar na brincadeira.

— Romeu, por que és tu, Romeu?

Rimos. Ele fez um sinal com as mãos, dizendo "já volto", e sumiu para dentro da casa.

Continuei ali, com um sorriso bobo no rosto, quando ouvi passos rápidos atrás de mim.

— Ô sedentário — brinquei ao ver Chan ofegante, encostado no batente da porta.

— Subir dois lances de escada correndo não é fácil, okay?

— Agora entendo porque o Seungmin te chama de velho — provoquei, me virando para ele.

Chan se aproximou e apoiou os braços nos dois lados do corrimão da varanda, me deixando presa ali entre seu corpo e o parapeito.

— Repete isso olhando nos meus olhos.

— Eu, hein — virei o rosto rindo.

— Repete, S/n — ele sussurrou, colando nossos rostos.

— Senão o quê?

— Senão... vou te fazer cócegas.

E assim ele fez. Me contorci, rindo como uma doida enquanto ele me atacava com cócegas sem piedade.

— Hahahaha! Tá bom, tá bom! Peste!

Paramos, ofegantes. Eu enxuguei as lágrimas do canto dos olhos e voltei a encarar o pôr do sol.

— Sua risada é tão gostosinha... — murmurou ele — Eu precisava ouvir.

— Bobo — murmurei, mas sorri.

Ficamos ali em silêncio por um instante, apenas contemplando o céu dourado.

— S/n? — ele chamou, e eu murmurei um "hum?"

— Quer sair comigo hoje à noite?

Me virei animada.

— Sério?

— Aham. Tipo umas 19h. Jantar fora. Só nós dois.

— Adoraria! Já sei até o restaurante.

— Então tá combinado.

— Vou tomar banho e começar a me arrumar.

— Mas ainda nem são 18h...

— Mulheres, amor — pisquei pra ele.

𝐌𝐲 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐖𝐢𝐭𝐡 𝐘𝐨𝐮; Bang Chan ᯓ★Onde histórias criam vida. Descubra agora