# ---- 𝗣𝗿𝗼𝗹𝗼𝗴𝗼

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Hi-pó-te-se (substantivo)

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Hi-pó-te-se (substantivo)

· Uma suposição ou explicação possível construída com base em evidências limitadas como um ponto de partida para mais investigações.

Exemplo: "Com base nas informações disponíveis e nos dados coletados até agora, minha hipótese é: quanto mais longe eu me mantiver do amor, melhor eu vou ficar."

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Para dizer a verdade, Felix não estava muito decidido em relação ao doutorado.

Não porque não gostava de ciência. O motivo também não era a enorme quantidade de sinais de alerta óbvios. Ele estava bem ciente de que se comprometer a encarar alguns anos de trabalho com oitenta horas por semana, sendo mal pago e desvalorizado, talvez não fosse bom para sua saúde mental. Sabia também que as árduas noites passadas dentro de um laboratório para revelar uma porção ínfima de conhecimento banal talvez não fossem o caminho para a felicidade. E que se dedicar de corpo e alma às pesquisas acadêmicas, apenas fazendo raras pausas para roubar pãezinhos esquecidos por alguém talvez não fosse a escolha mais sábia.

Felix já tinha refletido sobre todas essas desvantagens, mas mesmo assim nada daquilo o preocupava. Ou talvez preocupasse um pouquinho, mas ele conseguiria lidar com isso. Era outra coisa que o estava impedindo de se render. Mas então ele foi chamada para uma entrevista para uma vaga no departamento de biologia de Stanford e cruzou com O cara.

O cara cujo nome ele nunca descobriu.

O cara que ele conheceu depois de entrar aos tropeços, sem olhar, no primeiro banheiro que encontrou.

O cara que perguntou:

- Só por curiosidade, tem algum motivo específico para você estar chorando no meu banheiro?

Felix deu um gritinho. Tentou abrir os olhos em meio às lágrimas, sem muitas sucesso. Seu campo visual estava completamente embaçado. Tudo que conseguiu ver foi um vulto - alguém alto, de cabelos escuros, vestido de preto e... Só.

- Eu... Esse banheiro não é público? - balbuciou ele.

Uma pausa, silêncio, e então:

- Não.

A voz dele era grave. Bem grave, parecia vinda de um sonho.

- Tem certeza?

- Tenho.

- Absoluta?

- Sim, já que esse é o banheiro do meu laboratório.

Depois disso ele teve que ceder.

- Ah, mil desculpas. Você tá querendo...

Ele fez um gesto em direção às cabines, ou para onde achou que ficavam as cabines. Seus olhos ardiam, mesmo fechados, e ele os apertou ainda mais para tentar diminuir a sensação. Tentou secar as bochechas com a manga da blusa, mas o tecido era fino e meio vagabundo, nem um pouco absorvente como algodão de verdade. Ah, as maravilhas de ser pobre.

𝘵𝘩𝘦 𝘭𝘰𝘷𝘦 𝓱𝔂𝓹𝓸𝓽𝓱𝓮𝓼𝓲𝓼 " HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora