Capítulo único

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— Posso contar um segredo? — as maçãs do rosto coradas e a voz arrastada, evidenciavam que o álcool já fazia efeito em Minho.

Jisung assistia atento ao namorado que virava mais um copinho de soju, puxando o ar entre os dentes devido ao gosto amargo.

— E ainda têm segredos entre nós? — Seungmin perguntou rindo, igualmente alcoolizado.

— Sempre tem. — Changbin respondeu.

— Não é bem um segredo, — Minho se jogou para trás apoiando as costas no sofá — Está mais para um desejo… Um sonho, talvez.

Sete anos de namoro, quase um casamento e mesmo assim Jisung sentia o coração acelerar todas as vezes que o Lee olhava para si daquela forma. A cabeça inclinada para o lado, os grandes e escuros olhos brilhando e os lábios semiabertos.

Convidativos demais.

— Um dia quando formos para Paris, — o Lee encarava Jisung — vamos foder com vista para a Torre Eiffel.

E foi assim que Jisung desbloqueou mais um sonho.

Quando foram convidados para ir à França participar de um evento importante, Jisung pesquisou lugares calmos para passar a tarde, pesquisou sobre o Rio Sena, procurou saber como era o clima no mês de Janeiro, planejou um cronograma romântico inteiro e principalmente, torceu para que tivessem pelo menos um dia livre em Paris. Tudo isso no sigilo.

Afinal, Minho nem se recordava que por causa do álcool correndo em suas veias, havia exposto um desejo seu em frente a todos os seus amigos.

Estes que provavelmente também não se lembravam.

— Que dia nós vamos? — Jisung estava o dia todo colado em Bang Chan — Hein, Chan? Que dia?

— Já é a sexta vez que você me pergunta isso hoje, — o líder apertou a bochecha do mais novo que reclamou — Eu ainda não sei!

— Que enrolação! — Han suspirou desanimado.

— Por que está tão ansioso?

— Por nada. — respondeu prontamente.

— Eu te conheço, Hannie, — o mais velho o olhava desconfiado — Isso tudo é vontade de realizar o desejo do Minho?

O Han tentou disfarçar a surpresa por Chan se lembrar do que aconteceu, mas talvez não fosse tão bom em esconder suas reações.

— Que desejo? Não sei do que você está falando, Chan.

O australiano cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas. Jisung não sabia mentir.

— Não sabe? Então, se eu disser assim… — limpou a garganta — “Quando nós formos para Paris…“

— Bang Chan! Shhhh. — se desesperou tentando tapar a boca do mais velho — Olha, nunca mais repita isso, — o Bang levantou as sobrancelhas como se estivesse desafiando Han a continuar sendo rude — por favorzinho!

— Me respeita, Han Jisung! — deu um peteleco na testa do loiro.

— Chan Hyung! — pôs a mão no local atingido — Isso vai ficar vermelho.

— Pede para o seu namorado dar um beijinho que melhora — brincou — Mas, não se preocupe, assim que eu tiver alguma informação sobre a viagem, te aviso.

— O que seria de mim sem você? — mandou um beijo no ar e o líder riu negando com a cabeça.

Foram semanas complicadas, não era nada fácil surpreender Minho. O Han adorava compartilhar suas ideias com o namorado, mas dessa vez queria manter segredo até o dia em que pisassem em Paris, por isso, teve de segurar muito a boca para não acabar estragando a surpresa.

frentish • minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora