A garota daquela casa, a primeira filha, a primogênita dos Walker. Esperava no seu quarto o carro partir, da janela de seu quarto, esperava que sua mãe partisse com suas duas irmãs para escola. Para ela, Jesus Walker, seria apenas mais um dia normal, onde levaria suas duas filhas, Isabel e Olívia Walker, para a escola. Onde seu marido, Bill Walker trabalhava. Aquilo havia tornado seu normal atualmente, sua filha, sua primogênita, não está bem mentalmente para ir à escola. Fazendo com que ela, CC Walker, permaneça mais em casa do que em outro lugar.
No começo, Jess achou que sua filha estivesse adoecendo, uma gripe passageira. Mas, gradualmente, a gripe foi se tornando uma doença que remédios seriam incapazes de curar.
Quando o carro deu ré, ficando metade na calçada de sua casa e rua, Jess olhou para sua filha na janela. Ela acenou, e Jess acenou de volta. Guardando em si o sentimento estranho que aparecerá desde manhã.
Ela se foi, desejando no seu subconsciente que não passse de um engano.
Na casa silenciosa, subindo as escadas, virando à esquerda na segunda porta, estará CC Walker. Ela trancou a porta do quarto e do banheiro onde estava. Olhando-se no espelho da pia, ela poderia enxergar como sua doença estava a matando lentamente. Começou com um sentimento de permanecer na cama, faltar duas ou sete aulas em um mês, assisti em primeira pessoa suas notas caírem, assim como sua qualidade de sono, dormindo nos últimos seis meses desde que tudo começou. Seus dedos finos buscavam o frasco debaixo da pia, sendo segurando por fitas. Sua fraqueza era tamanho que para abrir o frasco foi trabalhoso.
CC dizia para si que aquilo era o melhor caminho para ela, era a melhor solução para sua família. Para sua mãe.
Os cumprimentos, um a um, foram depositando na palma de sua mão, que logo virou um rio de remédio ao pouco de cair como uma cachoeira. Ela os engoliu, mastigou e usou a água da torneira para fazer o restante do trabalho.
Suas costas bateram com muita força na parede de azulejos azuis, assim como a morte baterá tão forte na sua porta. CC havia deixado algo pior que a morte entrar quando fez sua escolha.
Apesar de fazer isso há anos, ela nunca se acostumava a saltar entre os lugares tão forte e de repente. Ela subiu as escadas, virando a escada, ela não se importou quando passou pelas duas portas fechadas. Ela já tinha permissão de entrar quando aquela garota de olhos azuis fez sua escolha.
Cairo, seu único nome, sua única lembrança, parou em frente à garota. Pisando nos remédios que caíram no chão. Ela se agachou diante da garota, os olhos azuis estavam escurecidos como um céu formado, pronto para derramar a mais forte tempestade.
— Odeio vocês por fazerem isso. — Ela bravejou, agarrou o queixo da garota suicida com força. A delicadeza não fazia parte de si, ela não se importava se pudesse machucar a garota enquanto seus dedos enfiavam na sua garganta.
CC Walker tossiu, e jogou todos os remédios que engoliu. Cairo não se importou quando o corpo da garota caiu no piso branco e frio com força.
— Você é uma idiota. — Ela disse, cada letra, cada sílaba era carregada com o mais puro ódio.
A coisa pior que a morte, esperou por quatro horas até a porta do banheiro ser aberta. A outra garota, também com os olhos do céu, entrou. Ela chegou ali levada por um sentimento estranho, sentimento esse sentido por sua mãe sem ela saber. Ela chamou sua irmã, uma, duas, três vezes antes de lançar no chão do banheiro com pisos brancos e frios.
— CC… em… levanta… CC… — Olívia Walker chamou sua irmã, seis, sete, ouvi vezes em menos de cinquenta e nove segundos. O desespero de sua irmã desacordada e com a boca suja de branco a consumia mais rápido que os segundos e milésimos. Ela correu para o andar de baixo para ligar a ambulância, deixando CC com a coisa pior que a morte.
— Vocês são egoístas, desistem sem se importar com o que ficaria para trás, deixando a maldita alguém para trás, que, novamente, iniciará esse ciclo eternamente. — Suas palavras mantinham os olhos azuis como o céu abertos. Os olhos azuis como o céu eram hipnotizados pelos olhos escuros com o céu sem estrelas e lua.
CC Walker sentia como se estivesse saltando, ela via o teto do banheiro, ela via os olhos escuros com o céu sem estrelas e lua, ela via um tempo que balançava, ela via várias e várias luzes. E tudo se repetia, mas dessa vez com vozes.
Ela ouvia sua irmã mais nova, ouvia uma voz desconhecida, ouvia barulhos de sirenes, ouvia várias vozes ao mesmo tempo. Quando tudo de repente parou, parou. Ela também havia parado de saltar em vários cenários.
Seus olhos azuis como o céu se abriram quando seu nome foi chamado por uma voz desconhecida. Deitada e coberta por lençóis branco e fino, com uma garota pálida em cima de si foram o suficiente para que CC se mexesse descontroladamente, mas bastou que aquela garota com os olhos escuros como o céu sem estrelas e sem a lua levasse seu dedo indicar aos seus lábios vermelhos em pedido silêncio para que CC ficava imóvel.
A garota, os olhos azuis com o céu, ficou imóvel, mas apenas pelo medo.
— Eu realmente nunca entendo o motivo de vocês fazerem isso. — Sua voz era baixa, mas tão clara de ouvir, ela tinha uma leve arranchação. Era como se a garota estivesse com a voz rouca por uma dor de garganta. O toque da garota de olhos escuros, como o céu sem estrelas e lua, era tão frio como um floco de neve caindo em sua pele branquinha. Ela deslizava seus dedos, mas CC não se sentia confortável com aquelas carícias geladas. — Você ficará confusa, eu posso explicar depois, mas o que você precisa saber é que você me deixou entrar na sua casa quando escolheu se matar. Você não conseguiu morrer, eu salvei você.
Seus dedos gelados desceram para seu pescoço, fazendo que seu corpo se arrepiasse. Ela continuou:
— Ficarei com você por um ano, até que novamente você possa escolher se quer morrer ou viver. É algo simples, mas caso você tente se matar novamente, alguém vai no seu lugar. E cada vez que tentar, mais alguém será levado. — Ela se afastou, cruzando os brancos. — Você não poderá fazer nada, apenas assistirá sua vida sendo gradualmente tirada de você enquanto permanecerá viva. Mas claro, tudo acabará bem se você se comportar em um ano, mas eu não garanto a paz em sua vida nesse um ano… É o que acontece quando você deixa um encosto entrar em sua vida.
Apenas um rápido desviou de olhar de CC para janela e depois para aquela coisa, fora o suficiente para que CC perdesse ela de vista.
Novamente, sua mente saltou.
Ela estava no braço de sua mãe, sendo abraçada com toda força. Jess chorava e chorava, enquanto sua filha continuava estática, chorando em silêncio.
— Desculpa, mamãe. — Ela pediu, repetidamente, várias e várias vezes. — Desculpa, desculpa, desculpa.
Desculpa
Desculpa
Desculpa.
Desculpa
Desculpa
Desculpa.
Desculpa
Desculpa
Desculpa.
Desculpa
Desculpa
Desculpa.— Estou aqui, não vou a lugar algum, minha pequena borboleta. — Jess prometei, uma promessa feita quando ela deu à luz àquela garota de olhos azuis como o céu. — Você não está sozinha.
De volta à casa silenciosa, mesmo com seus moradores, ainda se mantinha silenciosa. Era como se estivessem velando alguém, só que a pessoa estava viva.
Jess se encontrava na cozinha, lavando a louça com suas lágrimas.
Bill no escritório, corrigindo as provas para evitar tocar no assunto.
Olivia e Isabel estavam no quarto, a irmã do meio fingia ler para esquecer e a irmã mais nova chorava em silêncio debaixo das cobertas.CC, o corpo velado vivo, se mantinha em seu quarto, presa na sua própria mente. Seus olhos azuis como o céu alternavam entre o lençol bagunçando da sua cama e a garota de olhos escuros como o céu sem estrelas e lua no canto do quarto.
Encarando-a silenciosamente no meio da escuridão.
Sim, eu apaguei e refiz melhor o capítulo, e farei com os outros. Eu acho que posso fazer melhor do que antes.
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Meu Encosto | CC Walker & Cairo Sweet
RomanceNa tentativa de se matar, CC Walker acaba ganhando uma segunda chance de viver e decidir se realmente quer morrer. Ela terá um prazo de um ano. Enquanto esse dia não chega, CC terá que para lidar com seu Encosto, Cairo Sweet.