Capítulo 5

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- O que? Como assim "não se parecia com você"?

- Ainda não entendeu? Você é mais burro do que eu pensava...

- Retire o que disse! Se tem alguém burro aqui, esse alguém é você!!! Você invadiu a estreia que eu esperei pela minha vida toda, atrapalhou a peça... Olha, eu estou com tanto ódio que eu poderia...

- Me bater? Me matar? Me beijar...? - Soltou o loiro e, pela primeira vez, o encarou nos olhos.

Deidara se arrepiou. Os olhos vermelhos carmesim o assustavam, e não sairiam de sua mente por um tempo.

- As asas...elas são de verdade? - Recebeu um assentimento, e se aproximou com cautela, afagando as penas negras. - Até que são bonitas... Mas não chegam aos pés da minha beleza!

O mais novo cruzou os braços convencido, porém soltou assim que as asas o envolveram, formando um tipo de casinha.

- Tem razão, nada chega perto da sua beleza... Você parece um anjinho. É a definição exata de um... - O moreno pegou uma mecha de seu cabelo. - Também é a definição da Odette... As aparências são igualmente angelicais.

- Odette? Pare de dizer besteiras... Ela é uma personagem e não tem aparência fixa... Inclusive, não pegue no meu cabelo!

- É que ele é tão lindo... Tão dourado quanto ouro...

- Será que dá pra parar de me elogiar?!

- Será que pra parar de ser bonito?

- Seu idiota! Pare de dizer esses tipos de coisa! Está me irritando...

- É a mesma coisa...

- Não é!

- Achei que gostasse de ser elogiado... É a primeira pessoa que eu conheço que não gosta.

- Não é isso... É que você fica toda hora falando coisas sem sentido... - Se soltou do homem. - Eu fico confuso...e isso me deixa ainda mais assustado.

O loiro se afastou de Obito. Não entendia o sentido nas coisas que ele falava.

- Por favor, vá embora.

- Por que? Não gostou da minha presença?

- Só...só vai embora... - Disse levemente irritado. E, mesmo não sendo obedecido, não surtou como normalmente faria. - Quer saber? De qualquer forma eu vou embora. Tenho que ir para casa.

Dito e feito.

Deidara pegou suas coisas e saiu do teatro, deixando o moreno para trás.

Tentaria esquecer disso tudo, fingiria que só desmaiou no palco e sonhou com tudo aquilo.

Mas como?

Como esqueceria daquilo?

Não sabia, portando decidiu tentar ignorar o ocorrido, pelo menos.

Chegou finalmente em casa, com o único pensamento de se jogar em sua cama, porém foi impedido por seu pai, Hiroshi.

- Como foi o espetáculo filho? Sua tia foi e me mandou muitos vídeos... Você dançou e atuou muito bem! Você é meu orgulho, Dei!!

- Foi tudo bem, pai.

- Me desculpe por não ter ido. Prometo que te recompenso... Podemos ir num restaurante na semana que vem.

- Não, realmente não fiquei chateado. Sei que não está se sentindo bem...

- Mesmo? Vou me culpar para sempre... -  Sentou novamente no sofá.

Deidara foi até o pai, sentou-se ao seu lado e eles conversaram sobre todos os momentos passados pelo loiro, até o mesmo cair no sono.

Hiroshi levou o filho para a cama, não demorando em dormir também.

Alguém andava pela casa dos dois. As asas batendo vez ou outra em algum quadro ou vaso de planta.

O quarto foi adentrado pelo homem, que seguiu diretamente para o pequeno loiro que dormia profundamente.

Seus pensamentos foram brevemente interrompidos pelo bichano que rodeava suas pernas. O felino fazia de tudo para tirá-lo de perto do menor, desde arranhões, até rosnados infelizes pela aproximação ao dono.

O gato foi afastado com um leve chute que ele deu. Não chegou a machucá-lo, mas manteria a criatura longe por um tempo.

Sua mão passou pela bochecha de Deidara. Se perguntou se realmente aquilo era tão errado.

Suspirou e, finalmente, foi embora daquela casa.



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