trinta | luau

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"Eu fico tão perdido nos seus olhos

Você acreditaria nisso?

Você não precisa dizer que me ama

Você não precisa dizer nada

Você não precisa dizer que é minha

Amor

Eu andaria no fogo por você, apenas me deixe te adorar."

Adore You | Harry Styles

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Saí do banho e foi quando vi pelo espelho o quanto a mancha roxa estava grande, além de também estar dolorida. Coloquei uma calça jeans escura, calcei meu tênis, dei uma ajeitada no meu cabelo e voltei para a barraca. Didi conseguiu alguns analgésicos para mim com a dona do acampamento, e mesmo dizendo que eu estava bem e que não precisava dos remédios, ela insistiu para que eu tomasse.

Ela saiu da barraca para tomar banho e se arrumar e eu terminei de me vestir, coloquei uma camisa branca e fina de mangas compridas, meu crucifixo, e fui até os meninos para saber se eles precisavam de ajuda.

— E aí? — Ben perguntou assim que me aproximei deles — Tá melhor? Ficamos preocupados com você.

— Já passou, obrigado pela preocupação. — agradeci sorrindo e vi que eles estavam tentando acender a fogueira. — Precisam de ajuda? — perguntei e Rodney apontou os galhos secos que eles amontoaram numa área plana, bem ao centro de onde haviam alguns bancos e troncos de árvore que serviriam como bancos.

— Estamos terminando de montar a fogueira. Acha que esse é um bom tamanho?

Eles já haviam juntando vários galhos e troncos mais finos de árvore, e o tamanho me parecia bom.

— Acho que sim.

Respondi e ajudei eles a acender. Logo o calor das chamas preencheu o lugar, deixando aquele lugar frio um pouco mais agradável.

— Você tá bem mesmo, irmão? — Heitor parecia preocupado e eu assenti para dispersar sua preocupação. — Você sabe que por mim e pelo Rodney — ele apontou para o Rodney, que esquentava as mãos no calor da fogueira — A gente não tinha te tirado de cima daquele babaca.

— Na verdade, se fosse pela nossa vontade, teríamos te ajudado a dar uma lição naquele zé buceta. — Rodney concordou com Heitor, que riu. — Só te tiramos de cima do cara por ordem do técnico. Tem que ser muito escroto para falar da mãe de um homem assim, na minha opinião, você bateu pouco. — ele sorriu e levou as mãos até o rosto e esfregou a pele.

— Também acho que ele merecia apanhar mais. — Heitor concordou e vi Ben ficar inquieto e coçar a cabeça. — Que foi cara? — ele perguntou ao perceber o mesmo que eu.

— Eu não deveria contar nada, mas ele apanhou de novo. — Ben contou e eu olhei confuso para ele.

— Você? — perguntei e ele riu enquanto negava com a cabeça.

— Ela vai me matar quando eu contar isso, mas...

— Ela? — interrompi e ele passou a mão no rosto algumas vezes e depois sorriu de um jeito que era possível ver as covinhas em sua bochecha.

— Quando eu saí do vestiário eu encontrei a Didi tentando passar pelos seguranças e ir ver você. Ela me perguntou o que aconteceu e como estava e... sabe como é, eu contei pra ela e daí foi impossível segurá-la. Talvez você não consiga entender, mas tem sangue nordestino correndo nas veias dela, e quando ela cisma com algo, não dá pra impedir.

Linhas Invisíveis - Theo's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora