Sim, o capítulo que vocês tanto queriam chegou! Mamãe ama ♡
Como prometido, esse capítulo é pra Vit! Obrigada por ficar conversando comigo sobre essa história e me fazendo rir, você é incrível lindeza!
Enfim, boa leitura para vocês!
▪︎
Era tarde da noite e Verônica não necessariamente precisava olhar no relógio para constatar tal coisa. O corpo relaxava no sofá caro, se afundando ali de maneira gostosa com uma bela taça de vinho em mãos, degustando a bebida clara. Os olhos por vezes fechavam, sinal claro de que estava se deixando entorpecer pela música e pelo álcool com gosto doce do vinho rosé caro. Sua mão livre viajava pelo ar, ao passo que ela cantava em meio a música alta, sorrindo ao se conectar com a letra. Entre a raiva e sensação de impotência, por fim Verônica apenas aceitara a situação, não havia muito o que fazer além de se embebedar após seu banho que levara quase uma eternidade.
O corpo bem delineado agora relaxava em meio as almofadas que com toda certeza haviam sido escolhidas a dedo pela dona, constatação essa que viera naquela noite mais cedo a mente de Verônica, a fazendo rir e se questionar com uma super sinceridade que lhe era comum em momentos de defesas abaixadas. O que estava fazendo ali? Havia se desentendido com sua chefe, que também era sua namorada e sua primeira escolha brilhante fora simplesmente voltar para a casa da mulher que ela não queria ver nem mesmo pintada de ouro? A risada fora dada de maneira irônica. Estava irritada, mas sentia falta do cheiro, de qualquer coisa que remotamente se ligasse a Anita e ali, na casa da mesma, ela estava rodeada disso.
Era engraçado pensar como sua vida se assimilava a um daqueles brinquedos de parque de diversão puramente produzidos para gerar adrenalina. Sempre caótico demais para se colocar em palavras, se ela fosse pensar a respeito. O namoro com Berlinger era seu "algo mais certo" depois de seu emprego como escrivã, e ainda sim, se fosse de fato pensar e analisar camada por camada, ela veria que mesmo no certo ainda havia oscilações consideráveis. Após goles e goles do líquido doce e refrescante, Verônica assumira para si mesmo que talvez tivesse sido um tanto infantil ao lidar com a notícia de suspensão, por mais que o ego da delegada ao aplicar a medida fosse notável, ela nada estava fazendo a mais que sua obrigação como chefe.
Talvez suas reflexões mais adultas tivessem empenhado um papel crucial em seu relaxamento naquela noite, ou talvez realmente só fosse o álcool aplacando raivas impensadas. Torres não estava exatamente interessada em dar nome aos bois, possívelmente faria isso em qualquer outro momento, não ali. Os pés se balançavam conforme o ritmo da música, sua respiração passava a se tornar mais lenta, pesando de forma gostosa a medida que o líquido na garrafa aberta ia escoando conforme seus desejos. Por fim, ela se levantara, trajando uma camisola preta de cetim imoralmente curta, presente que havia se dado ao sair incrívelmente irritada da delegacia naquele dia mais cedo.
Os pés descalços passeavam pelo piso caro enquanto ela dançava, cantando junto a música, formando um sorriso despreocupado em seu lábios. Sua imersão em seu próprio momento era tamanha, que nem mesmo se dera conta do barulho que a porta da frente fizera ao ser aberta, revelando a figura de uma delegada cansada, mas que não perdia a pose imponente de sempre. Os olhos azuis a fitavam de longe, deixando escapar um pequeno sorriso no canto dos lábios. Verônica era incrívelmente teimosa, e linda na mesma proporção.
Seu olhar era capaz de queimar ao percorrer o tecido fino que cobria uma pequena parte do corpo da mulher que dançava de costas para ela, dando alguns goles no líquido que a taça abraçava. Discretamente, ainda que ninguém estivesse olhando, Berlinger mordiscara seu lábio inferior, fechando a porta atrás de si de forma audível, se fazendo perceptível no ambiente. Bingo. O corpo de Verônica acabara se virando, a fitando de longe com uma expressão amistosa, virando o restante do vinho nos lábios.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Céu vermelho e preto
FanfictionVERONITA FANFIC A delegacia de homicídios de São Paulo era famosa pela resolução dos crimes bárbaros da cidade, e seus políciais se orgulhavam disso. Em meio a um incidente que colocara a aposentadoria do delegado titular em risco, Verônica Torres...