1. (o vizinho)

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São cinco e meia da manhã, está frio, o céu da madrugada ainda é cinzento os braços do homem de cabelos loiro escuro formigam de baixo do travesseiro, e agora além do incomodo constante, o frio na barriga, uma adrenalina de surpresa é injetada sem aviso nas entranhas gerada por um barulho repentino que o faz abrir os olhos com tudo e dar um pulo muito rápido.

O que foi isso? Ninguém o visita, ninguém nunca bate na porta sem aviso prévio, ninguém o faria tão cedo.
Tem algo errado.

O homem levanta seu torço na cama e puxa um revolver cinza da gaveta de sua cômoda, só três balas. Tem que servir.

A Pistola se acomoda no bolso das calças de pijama, ele não usa camisa para dormir, não colocaria uma agora que provavelmente a sujaria.

Outra batida abafada ressoa

- ...olha a hora...já vai!

Ele caminha pesado, abre a porta sem rodeios e encara o responsável por seu despertar.

Seu vizinho de vinte e um anos sorria inocentemente, braços ao lado do corpo, olhos focados em seus tênis sujos, cabelos ondulados e castanhos assanhados de forma sútil.
Ah é, só uma pessoa o visitou em um curto período de tempo, essa pessoa era o garoto que mora com o avô na casa ao lado.

- sinto muito, não queria acordar você. – ele disse timidamente – eu só...queria avisar...seu gato fugiu de novo e estava no meu quintal.

- eu não tenho gato.

O de cabelos escuros agora levantou o rosto e fitou intensamente os olhos pálidos

- Bom, algo estava no meu jardim e estava fazendo muito barulho durante a noite, senhor Cellbit.

- Bom...eu não tenho nenhum animal de estimação, te disse das ultimas duas vezes que você veio – ele falou cansado, mas logo depois mudou de expressão – não me lembro de ter te contado meu nome.

- ah, você não contou.

Um silêncio mútuo permaneceu entre os dois, Cellbit esperando uma explicação, seu vizinho encarando suas orbes azuis esverdeadas sem proferir uma palavra.

- Sou o Roier, a propósito.

É, acho que ele não vai se explicar.
Cellbit não queria realmente saber, então só seguiu como se suas duvidas estivessem resolvidas.

- bom saber depois de dois encontros inconvenientes, Roier – ele suspirou encostando na porta – não quero parecer intrometido, mas você não pode vir aqui um pouco mais tarde que cinco da manhã? Eu fico em casa o dia todo. Ah, isso se você tornar a bater na minha porta, que você não vai mais, certo?

- é que...você sabe como é...venho cedo porque meu avô não dorme com o barulho e tenho que cuidar dele...

Cellbit ignorou como o olhar do mais baixo queimava no seu torço nu ou como a frase pareceu incompleta e de repente a voz morreu na garganta.   

- Roier – os olhos castanhos se voltaram para os seus rapidamente – eu não tenho gato, não tenho nenhum animal de estimação. O cara que trabalha no mercado lá embaixo é pra quem eu pago meu aluguel, ele pode ter algum cachorro...sei lá. Você tem que perguntar a ele, se não, procure no terreno perto da sua casa, nós moramos no meio do nada, eu moro em cima de uma Oxxo, não tenho nada a ver com esse animal invadindo sua casa, ficou claro?

Um brilho incomum se formou no rosto do mais novo que agiu como se tivesse recebido uma boa noticia em instantes

- sim, sim, muito Obrigado.

- bom...? Passe a noticia para seu avô e não bata na minha porta se não for uma emergência, uma muito séria, entendido?

- sim, sim, sim senhor.

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⏰ Última atualização: Mar 25 ⏰

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A cor do crime - Obssesed duoOnde histórias criam vida. Descubra agora