The one with sixteen on the back
Breakin Dishes tocava por todos os cantos com saída de som no local, os quadris da Bianchi balançando. A música sendo gritada a plenos pulmões pelo Leclarc mais novo e a Bianchi mais velha.
— I'm a fight a man tonight.
— I'm a fight a man.
— A man.
— A man.
Os dois mais gritavam do que cantavam, as pessoas em volta os olhando, mas um olhar em específico praticamente a queimava por inteiro.
Ricciardo gravava tudo aquilo, Verstappen, Pierre, Hamilton e Pérez riam da situação, o resto bebia longe da pista de dança.
Arthur Leclarc, o mais novo deles, é seu melhor amigo desde que decidiu entrar pro mundo do kart e consequentemente para F1. Se tornaram amigos desde então, suas famílias sempre próximas e mais ainda depois da morte de Jules, seu pai.
No entanto, Triz nunca se deu muito bem com o Leclarc do meio, Charles. Sabia disso quando começaram juntos no kart, Jules sendo o instrutor dos dois e muita das vezes tendo que lidar com as brigas e o lado competitivo de sua filha e afilhado.
Entretanto, quando entraram na adolescência com toda a questão de puberdade e mudança do corpo, nada os impediram de trocar certos olhares. Olhares esses um tanto quanto diferentes.
A proteção excessiva de Charles em cima dela.
A garrafa de vodka rodava pela rodinha, passando de boca em boca. Arthur passou a garrafa, e Triz a tomou com gosto, a rodela de limão meio que a fez se sentir no céu.
Daniel continuava gravando, e em algum momento, por algum motivo o zoom foi dado a Charles que estava sentado junto a Hamilton, o olhar dele ainda a queimava, e puta que pariu.
As coisas pareciam ter esquentado por ali, ou talvez fosse apenas a bebida.
Merda.
— Sério, vocês tem que admitir logo que depois de todos esses anos tomados pelo ódio, o sentimento por trás disso é muito maior complexo que só um ódio qualquer. — Arthur que via e sempre acompanhou esses dois desde do momento em que nasceu, sabia que de jeito nenhum aquilo era só ódio, mesmo que tentasse falar com o irmão ou Triz e os dois simplesmente o mandavam calar a boca.
— De novo com essa bobeira, Arthur? Só vamos aproveitar isso, dançar, beber e talvez descontar em alguém. — Triz o puxou para o pequeno bar que tinha ali.
— Quatro shots de tequila, por favor. — Triz disse rapidamente ao barman.
— Quatro?
— Dois pra mim e dois para você. — Triz disse o óbvio.
— Hum-hum, nem pensar. Nada de tequila para nenhum dos dois.
O calor de Charles se apossando pelo corpo de Triz, ela não precisava virar para saber que era ele, o caro mais chato e gato de Mônaco.
Ops... Mais que merda?
Triz sacode a cabeça saindo de tal pensamento e brigando pelos seus shots de tequila. O barman olhava sem saber a quem ouvir — confuso para caralho.
— Quem você acha que é para ficar mandando na minha vida agora? — Triz pegou os copos de shots e se serviu ela mesma, saindo dali e deixando os Leclerc's para trás.
Em algum momento aquela festa se tornou um caos, na verdade ela tinha se tornado o caos.
Triz estava em algum canto daquela boate com um cara que descobriu ser italiano. Não era um momento muito civilizado para quem passasse ali. A mão do tal italiano —que preferiu não saber o nome— agarrando sua bunda de um jeito completamente inútil, nada nele era bom. O beijo era péssimo, a pegada era péssima, mas os olhos de Charles nela a fizeram continuar ali, não daria o braço a torcer tão cedo.
— Char... Charles... —Triz gemeu propositalmente quando o italiano chupava seu pescoço. Charles não estava muito longe quando isso aconteceu. O monegasco foi rápido em perceber, ouviu aquilo e mesmo se não tivesse, saberia pelo jeito em que sua atenção estava fixa em Triz.
O monegasco estava satisfeito, ouvir aquilo. Ouvir Triz gemer seu nome quando outro a chupava.
Mas, tinha que ser ele a chupando, a tomando para si. Era para ter sido assim, mas ela nunca colaborava com ele desde que eram pequenos. O sangue quente percorrendo pelo corpo do piloto.
O calor crescente em ambos.
Talvez Arthur estivesse certo e eles sabiam disso.
Porra.
Errado.
Muito Errado.
Era para mim protegê-la, não querer tê-la somente para mim.
Foda-se.
Charles parecia completamente irado, os olhos que antes eram verdes se tornaram escuros. A postura ereta, o volume identificado por Triz.
O piloto da Ferrari andando até a Bianchi mais velha. Ficando por detrás dela.
O italiano nem ao menos havia se tocado que não era mais a dois, na verdade era sim a dois, mas não era mais com ele.
Os olhos de Triz abertos, vendo cada coisa. Charles chupava e mordiscava seu pescoço sem pudor algum e o italiano a beijava.
Charles a puxava contra si, as costas de Triz contra Charles era demais para ela.
Os dedos dele descendo e adentrando por debaixo do vestido.
Triz arfou e dessa vez o italiano distribuía beijos por sua mandíbula. Não conseguia identificar se era por causa da baixa luminosidade ou porque o cara era muito tapado para não perceber que um outro homem praticamente fodia a quem ele beijava. Mais sinceramente? Triz não dava a mínima.
Sem muito aviso, dois dedos a fodiam. Charles.
Oh, Deus!
Triz pressionou a unhas de repente no pescoço do rapaz, prendendo um gemido.
— Allons-y chérie. Dis-lui qui te baise et que ce n'est clairement pas son nom qui te vient à l'esprit. — (Vamos, querida. Diga a ele quem está te fodendo e que claramente não é o nome dele que vem na sua cabeça). Charles sussurrou no ouvido dela.
Caralho.
Triz balançou a cabeça em negação.
E então, os dedos de Charles simplesmente pararam, a fazendo desejar por mais.
— Allez, mon amour. Dit lui. — (Vamos, amor. Diga a ele). Triz balançou em negativo de novo. O italiano era péssimo, mais o perigo era bom.
Charles a estocou rápido e com força, dessa vez era praticamente impossível tentar segurar o som que insistia em sair.
O italiano finalmente a olhou e percebeu o que acontecia ali. Não era ele quem a causava prazer e estava longe de ser. Ele a olhou confuso demais para sequer raciocinar e simplesmente deu as costas, saindo do canto mais afastado e reservado naquela boate.
— Tu aimes être baisée comme une pute, Bianchi? — (Gosta de ser fodida como uma puta, Bianchi?)
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