REIS

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O narrador exibia entusiasmo enquanto anunciava o início da segunda partida: "Adentremos à segunda batalha, onde um rei que desafiou 1 milhão de inimigos com apenas um punhado de homens enfrentará um dos bandidos mais cruéis a vagar pelo Brasil, também conhecido como Rei do Cangaço.
REI LEÔNIDAS VS LAMPIÃO" A menção ao nome de Leônidas provocava empolgação na plateia, porém, logo em seguida, um ar de desdém pairava sobre o público ao ouvirem o nome de seu oponente, Lampião, um personagem conhecido por menos de 1% da audiência.

As portas da arena se abriam, revelando Leônidas marchando com sua lança batendo no escudo, em um gesto intimidante, enquanto do outro lado, Lampião chegava com indiferença, limpando seus óculos sem se preocupar com a iminente batalha, sendo acompanhado por duas enormes caixas de munição.

O narrador contextualizava: "Para aumentar a imprevisibilidade dos próximos embates, os combatentes escolheram suas próprias habilidades. Portanto, o que ocorrer aqui será uma surpresa para mim também." O público aguardava ansiosamente. "Comecem!" Gritava o narrador.

Apesar do início da partida, nenhum dos oponentes parecia ansioso para avançar. Lampião observava atentamente ao seu redor, analisando os detalhes cuidadosamente, até que um corte surgia em sua testa. Com a mão sobre a ferida, ele demonstrava expressões de dor e constrangimento.

Lampião, ainda com uma das mãos pressionando a ferida em sua testa, retirou sua pistola do coldre e disparou em direção ao seu oponente. Leônidas ergueu seu escudo e agachou-se, utilizando-o como proteção para cobrir seu corpo. Enquanto isso, Lampião se levantou continuando a disparar, e ao olhar para trás, percebeu que o corte em sua testa foi causado pela lança que se encontrava presa na parede. Contudo, o fato parecia incoerente, uma vez que seu oponente ainda segurava uma lança.

Leônidas arremessou sua lança afiada em direção ao céu, porém Lampião previu sua trajetória e deu um passo para a direita, tentando evitar o golpe. No entanto, no ar, a lança se multiplicou, tendo uma nova trajetória  atingindo seu ombro. Ele caiu no chão, ensanguentado, buscando proteção atrás das caixas de munição, enquanto a dor refletia-se em sua expressão facial.

A arena tremia com a empolgação do público, enquanto o narrador proclamava: "A partida mal começou e Lampião já está em fuga." Por outro lado, Leônidas avançava em direção ao seu oponente sem hesitação, determinado a finalizar o serviço. "Você realmente pensou que poderia derrotar um espartano? Você é apenas um verme desprezível. Não perderei para um bandido como você!" gritava Leônidas com fúria.

Enquanto Leônidas expressava seu desprezo pelo adversário, Lampião, gemendo de dor, retirava a lança de seu ombro ferido. Com determinação, ele buscava uma solução rápida para cauterizar a ferida. Com a destreza de um homem acostumado com adversidades, ele retirava a pólvora de uma das balas de sua pistola e a aplicava na ferida aberta.

Com os olhos cerrados devido à dor intensa, Lampião utilizava seus óculos para concentrar os raios do sol e criar um foco de calor sobre a pólvora depositada na ferida. Um grito agônico escapava de seus lábios enquanto a pólvora queimava sua pele, mas ele perseverava, sabendo que aquela dor era necessária para estancar o sangramento e evitar uma hemorragia fatal.

Após alguns momentos de agonia, Lampião conseguia controlar sua respiração, sentindo o alívio ao perceber que o sangue cessara seu fluxo. Embora seu corpo ainda estivesse tomado pela dor, ele sabia que aquele improvisado procedimento poderia lhe garantir a sobrevivência naquela batalha de vida ou morte.

Leônidas aproximou-se da caixa de munição, mas sua investida foi abruptamente interrompida quando Lampião, com um movimento rápido e determinado, arremessou a lança que havia retirado de seu próprio ombro na direção de seu oponente. Com habilidade incomparável, Leônidas desviou a lança com seu escudo, no entanto, sua atenção foi desviada quando três tiros atingiram sua perna direita em rápida sucessão.

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