END OF BEGINNING

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O ᴀɴᴏ ᴇʀᴀ 1998 , ᴘᴇǫᴜᴇɴᴀ Sarah ᴛɪɴʜᴀ 9 ᴀɴᴏs sᴛᴀᴠᴀ ɴᴏ ᴛᴇʀᴄᴇɪʀᴏ ᴀɴᴏ ᴅᴏ ғᴜɴᴅᴀᴍᴇɴᴛᴀʟ , ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴅɪᴀ ᴅᴇ ᴀᴜʟᴀ s ᴏʟʜᴏs ᴅᴇʟᴀ ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴀʀᴀᴍ s ᴏʟʜᴏs ᴄᴀsᴛᴀɴʜᴏs ᴅᴇ Lᴜᴄᴀs, ɢᴀʀᴏᴛᴏ que ᴛɪɴʜᴀ ᴜᴍ ʙɪᴄʜɪɴʜᴏ ᴅᴇ ᴘᴇʟᴜᴄɪᴀ ᴇᴍ ғᴏʀᴍᴀ ᴅᴇ ᴇʟᴇғᴀɴᴛᴇ ʀᴏs, s ᴅᴏɪs ᴇʀᴀᴍ ᴅᴀ ᴍᴇsᴍᴀ ᴛᴜʀᴍᴀ s ᴘʀɪᴍᴇɪᴍᴇiʀᴀs ᴘᴀʟᴀᴠʀᴀs ᴅᴀ ᴍᴇɴɪɴᴀ ᴅɪʀᴇᴄɪᴏɴᴀᴅᴀs ᴇʟᴇ ғᴏʀᴀᴍ :

—Você, vai ser você o meu melhor amigo.

A garota era decidida, o menino apenas levantou a cabeça e balançou-a concordando, ele não era muito de falar no começo, mas depois de quatro anos de amizade o Lucas conversou de tudo com a Sarah, os dois se tornaram quase que inseparáveis , era mais comum ver alguém andar com um pato na cabeça do que ver Sarah e Lucas andando separados, eles iam para casa juntos, eles dormiam um na casa do outro, e se parasse pra perceber eles ate davam paços sincronizados, os pais do garoto moravam em outro país e ele vivia com os tios, então acabou meio que sendo adotado pela família de Sarah que também não era completa já que eram só ela e a mãe, e Lucas completava a família ou fazia as duas sentirem que ele completava. Mas isso foi antes, isso foi antes de tudo mudar, antes de Lucas decidir que a Sarah não era boa o suficiente pra ser amiga dele, e antes da Sarah tentar socar a cara do filho da puta. Eu devia ser uma escritora e narradora parcial, mas eu não consigo, até por que depois disso, o fim da amizade deles fez com que se iniciasse a maior inimizade de todo o colégio, tau qual uma guerra quase fria, era um colégio caro, aqueles com estilo minimalista, e todo mundo conhecia todo mundo, e principalmente? Todo mundo sabia o quanto aqueles dois se odiavam, com o tempo nem era lembrado que eles já tinham sido amigos, os alunos novos nem se quer podiam imaginar aqueles dois se dando bem. Mas graças aos céus ou graças a diretora, as brigas acabaram. O dia era 9 de setembro de 2002, devia ser mais um dia de escola comum, mas não, aquele dia era especial, Clarisse a mãe de Sarah havia recebido uma ligação da coordenadora do colégio, e a tia de Lucas havia recebido a mesma ligação no telefone mas de um modo diferente, a voz da mulher irritada na outra linha disse a tia de Lucas:

—Dessa vez não, dessa vez ele passou dos limites, Lucas Marcelino Antoine foi expulso dessa instituição, ele passou dos limites, ele cortou o cabelo de um colega de classe hoje e quando revirei a bolsa do seu sobrinho senhorita Milena, encontrei um cigarro eletrônico, e olhando nas câmeras da escola eu tenho imagens dele e de outros três amigos fumando dentro da sala de computação. Nos tentamos de tudo mas ele é um caso perdido, espero que diga aos pais dele que essa criança precisa de muito mais que um colégio, ele precisa de um corretivo paterno, ou materno, faça o favor de vir buscá-lo e passar bem.

Em quanto a tia de Lucas pensava em como iria explicar isso pra sua irmã que havia confiado na vida de seu filho a ela, a mãe de Sarah recebeu um telefonema da mesma mulher que acabou de expulsar Lucas da escola, um tom de voz diferente e agora o choro feminino de fundo:

—Eu sinto muito, sinto mesmo, eu tomei as providências para que isso nunca mais aconteça, eu sempre achei que essa rivalidade boba nunca iria passar dos limites, mas cortar o cabelo dela? Sarah está inconsolável, não para de chorar e implorou pra que a senhora busque-a por favor.

Não demorou assim que o telefone se desligou a mãe de Sarah saiu correndo para busca a mesma, Clarisse era uma professora de dança e largou uma entrevista de emprego só pra buscar a filha na escola, ao chegar lá ela só notou três coisas, 1; os olhos castanhos claro cheios de lágrimas da filha, 2; o cabelo antes longo, liso, escuro, da menina que agora estava cortado todo repicado no tamanho do ombro, e 3; ela notou Lucas, sentada em um banco de cara amarrada em quanto sua tia o repreendia, mas ele não era mais o garotinho que vivia em sua casa, ele não se parecia com o pequeno Lucas que ela tinha adotado, e a mesma só pode fazer o que qualquer mãe faria, levar sua filha em bora e ir em direção a um cabelereiro, claro que Sarah chorou a ida toda, implorando que a mãe trouxesse seu cabelo de volta, mas na saída do salão de beleza tudo parecia melhor, a menina aceitou a derrota de seu grande cabelo, cortou estilo Chanel e descoloriu algumas pontas e coloriu de vermelho, a mãe não gostou, mas se aquilo deixou Sarah melhor, ela também estava melhor. Clarisse era uma boa mãe, tão boa que conseguiu ajudar a filha e voltou ate a entrevista de emprego, e ela foi ótima, teve o apoio de Sarah a cada segundo, umas duas semanas depois recebeu uma ligação, dessa vez uma boa ligação, avisando que ela havia conseguido, ela não ia só ser professora de dança, ela seria professora de dança na The Juilliard School, sem pensar duas vezes ela retirou Sarah do colégio que a mesma estudava, matriculou a filha na Alfred-Almond um colégio ótimo em NY, fez as malas e as duas embarcaram no primeiro voo que puderam. Com o tempo, tudo ficou bem, elas tinham um apartamento espaçoso, Clarisse ganhava bem, Sarah não tinha inimigos, e a vida começou a ter o som de uma música de comédia romântica, as duas quase que se sentiram em Gilmore girls, o cabelo de Sarah cresceu e com o tempo só restaram lembranças de seu ex amigo, ex inimigo Lucas.

𝒴ℴ𝓊 𝒸ℴ𝓂ℯ ℬ𝒶𝒸𝓀 𝓉ℴ 𝓂ℯ?Where stories live. Discover now