| ➳ 𝐓𝐞𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫𝐬 𝐏𝐞𝐭 | 𝐻𝑦𝑢𝑛𝑙𝑖𝑥

➳ 017 | Mal posso esperar

Hyunjin respirou fundo e saiu de seu carro com um desgosto mais do que evidente na face. Ele olhou com olhos fulminantes para dois vizinhos fofoqueiras que espionavam porque um professor, que mais parecia um carrasco do limbo ou desenho juvenil, estava na casa dos Lee, uma família respeitada e que se orgulhava da educação e postura dos filhos. Boa coisa não devia ser.

Uma erguida de sobramcelhas foi o suficiente para que ambas as senhoras desistissem - por agora - de espionar um possível fofoca quentissima para movimentar o bairro. Nunca tinham nada o que falar daquela família, não queriam perde a oportunidade. Mas pensando melhor, era melhor perde a oportunidade do que os poucos fios de cabelos verdadeiros que restavam. O homem não parecia estar de brincadeira.

Depois de certifica de que as duas velhas feias foram enviadas de volta para o inferno que saíram, ele se permitiu observar a grande residência dos Lee's. Diferente da maioria das casas do bairro, aquela tinha o aspecto mais americanizado, com o chão de madeira e tudo. Provavelmente se devia ao fato de que felix era australiano, e ele não se mostrava fã do país que viviam. Hyunjin não podia culpá-lo por isso. Ninguém em sã consciência seria fã daquele país.

Respirou fundo derrotado e caminhou cauteloso até a frente da casa. A porta branca tinha o desenho de uma flor, uma rosa, e aquilo o lembrou vagamente de quando viu felix pela primeira vez e achou que fosse exatamente isso, uma rosa. Mas se reprendeu antes que deixasse seus pensamentos irem longe demais. Aquilo era errado e arriscado, precisava melhorar. Reuniu coragem após ver que as velhas não haviam voltado e tocou a campainha dourada.

Ouviu um "já vai" abafado pela porta e esperou. Enquanto isso, reparou no Jardim bem cuidado e na grama real, uma raridade naquele lugar, um pouco destruída. Possivelmente, trabalho de berry, a cachorinha insuportável de chan, irmão de felix. Hyunjin levantou os olhos assim que a porta se abriu.

Quase teve um infarto ali mesmo. Felix sorriu sem graça, todo sujo de farinha e com os cabelos presos em um rabo de cavalo alto. Usava um regata verde escura e e calça jeans preta. Nos pés, pantufas de pintinho. Hyun achou que a velhice precoce estava cobrando seu preço pelas batidas incessantes do coração idiota que habitava em seu peito. O menino pigarreou,
Tímido.

- Boa tarde, senhor hwang. Perdoe meu estado e por favor, entre.

Hyunjin esperava que não tivesse sido óbvio, por isso entrou com a postura intimidadora que sabia lhe pertencer e observou o local. O interior era aconchegante, com um hall redondo e uma Escada que levava ao andar de cima. Havia uma porta que hyunjin supôs ser o armário de casacos e sapatos. Haviam quadros na parede de felix e sua família, e hyunjin não precisava de uma lupa para saber qual dos dois era a versão mini de felix.

- O senhor quer colocar o casaco no armário? Temos bast-

- Estou bem. - Falou seco. Felix se surpreendeu um pouco, mas assentiu e mordeu os lábios.

- Queira me acompanhar até a cozinha, por gentileza.

- Não tão rápido, felix.

Os dois viraram na velocidade da luz para ver um homem, o senhor Lee, descer as Escadas com uma feição séria. Hyunjin erguer as sobramcelhas para ele, que vacilou um pouco, mas logo voltou ao normal. Antes mesmo dele abrir a boca, felix já parecia estar morrendo de vergonha.

- Senhorito-

- Senhor. - Ele corrigiu com a voz dura.

- S-senhor. - Ele limpou a garganta. -
Digo, senhor. Senhor hwang, Enrique Lee, pai do Felix. Peço desculpas já, minha esposa merlin lida melhor com isso, mas ele teve que sair com o irmão mais velho de felix.

- Bangchan. - Ele falou sério. Ele se surpreendeu, mas assentiu.

- Isso, bangchan. Bem, eu queria pedir para Que tente ensinar meu filho a voltar com as Boas notas. Ele nunca teve problemas nas matérias que o senhor leciona, não entendo o porquê disso agora.

Hyunjin controlou o inpulso de responder. Não daria certo. - Dessa parte cuido eu, senhor lee, o senhor pode voltar aos seus afazeres.

Enrique não se orgulhava do medo que o olhar do professor lhe causava, mas o homem era intimidador demais. Ele não culpava felix por se distrair, mas sorriu amarelo e deu um tapinha no ombro do filho.

- Faça tudo o que o senhor hwang disser e não tire notas baixas, ou vai se ver comigo mocinho. - A frase foi dita em tom de brincadeira, mas hyunjin fechou a cara e não gostou de como ele ameaçou felix.

- Papai. - O menino falou envergonhado.
- Não tenho mais 5 anos.

- Você sempre vai ter 5 anos para mim. Vou trabalhar, se cuide.

Ele deu um beijo na testa do menino e saiu após pegar uma pasta no armário junto com um casaco. Felix se virou, ainda envergonhado, e indicou a cozinha.

- O senhor que cookies? Acabei de fazer. - timidamente, colocou uma bandeija cheia deles na mesa. - Desculpe pela minha aparência e-

- Sejamos diretos, felix. - Ele, apesar de surpreso, queria acabar logo com isso. - Diga-me porque estou aqui.

- Como? - Perguntou confuso.

- O senhorito queria ser lecionado de verdade, porque não conseguiu ficar sem uma base extra. Mas acabou, e se quer mesmo jogar esse jogo, então tudo bem.

- O senhorito acha que estou ameaçado, se enganou muito. - Aquilo surpreendeu ambos. - Não pedi pela minha "base extra", o senhor me ensinou assim e se que tirá-la, Agradeço. Mas aja como um professor primeiro e cumpra o que o senhor minho prometeu.

Ele lhes serviu dois copos com leite e se sentou na mesa. Olhou nos olhos do professor e viu que ele o estudava minuciosamente.

- Ok então. - Falou calmo, e sorriu diabólico. - Que os jogos comecem, felix.

- Mal posso esperar, senhor hwang.