𝐌𝐘 𝐁𝐎𝐒𝐒 𝐈𝐒 𝐀 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋| 𝐘𝐀𝐒𝐌𝐈𝐍 𝐁𝐑𝐔𝐍𝐄𝐓 𝐗 𝐘𝐎𝐔

Verdades secretas

𝐘𝐀𝐒𝐌𝐈𝐍

Meses se passaram desde a última vez que eu e Sn estivemos juntas. A ausência de Sn se estendia por cada canto da casa, ecoando nas paredes vazias e no silêncio que se tornou a minha constante companhia. Por mais que tentasse negar o vazio em meu peito me traia, sentia uma falta absurda de Sn, a todo momento me pegava pensando em como tudo poderia ser diferente, em como agora poderíamos estar juntas.

Era uma ironia cruel. Eu havia me casado, mas a ausência de Sn era como um fantasma que me assombrava. Eu ainda amava aquela garota na mesma intensidade, mas meu orgulho não me permitia admitir. Era uma dor que preferia guardar para mim, escondida sob a fachada de uma mulher casada e aparentemente feliz.

Não era raro eu me pegar assistindo à vida de Sn de longe, como se fosse uma mera espectadora. O rosto de Sn estampado nas revistas trazia um misto de alegria e tristeza para mim, eu ficava feliz ao ver que Sn estava bem e sendo reconhecida, mas, ao mesmo tempo, cada foto relembrava daquilo que eu havia perdido.

A noite, quando as estrelas iluminam o meu quarto me sento sozinha conversando com a lua contando a ela todos as minhas confidências, enquanto observava a lua a pergunta constante rondava meus pensamentos, será que Sn fazia o mesmo? Ela se perguntava como as coisas poderiam ter sido diferentes se ainda estivéssemos juntas?

Era egoísta da minha parte querer que Sn não tivesse refeito a vida com outra pessoa quando eu mesma estou casada, apenas dois meses depois do término segui em frente disposta a colocar Sn no passado, disse a ela que não iria esperar todo o tempo do mundo até que ela se decidisse se me amava ou não, quando Sn passou pela porta do escritório dizendo todas aquelas coisas que a meses atrás era tudo o que eu queria ouvir chegou a me quebrar por dentro, talvez eu tivesse me dado conta que havia esperado tempo demais por uma resposta de uma que pessoa que dizia me amar, mas eu sabia que as verdades secretas eram outras.

Agora, não tinha o direito de cobrar nada de Sn e mesmo assim, a saudade e o amor que ainda sentia por ela eram inegáveis. Afinal, o coração não escolhe por quem se apaixona, e o meu ainda batia por Sn.

Cometi muitos erros na minha vida, o principal deles foi perder Sn. Todos os dias eu chorava, sentindo falta da mulher que tentei amar e ainda amava, mesmo após ter refeito a vida e se casado com uma cópia quase perfeita de Sn, eu ainda sentia que faltava algo por mais que Ester fosse irmã quase gêmea de Sn isso não anula o fato de que ela não era Sn, apesar do olhar das duas ser o mesmo quando olhava em seus olhos eu via o reflexo dela.

Ester era compreensiva assim como a irmã e por mais que ela não admitisse eu sei que a machucava me escutar chorar a noite inteira, cada lágrima era como um desfile de chuva do inferno, Ester foi compreensiva e sempre estava ali por mim por mais que não soubesse qual era o motivo do meu choro.

Pensava constantemente e se tudo tivesse sido diferente? E se naquele dia, no escritório, eu tivesse cedido e perdoado Sn? Agora, estaríamos provavelmente juntas, se ela não tivesse sentido dúvidas sobre seus sentimentos se eu tivesse tentado entendê-la nada disso teria acontecido, eu errei em querer que eu fosse a única em seu coração mesmo sabendo que Sn teve outros amores, errei em ter magoado ela e ter feito as coisas de uma forma problemática, mas agora Sn provavelmente seguiu em frente e me colocou no passado.

Não tinha porque cobrar nada, agora sou uma mulher casada e ainda por cima com a irmã de Sn, o peso da culpa era constante em minha vida, um lembrete constante de minhas escolhas passadas, eu não sabia o que fazer estava presa em meu próprio arrependimento, uma prisão emocional da qual não conseguia escapar. Sabia que não podia voltar no tempo e mudar as coisas, mas também não conseguia seguir em frente.