NORN

E as cortinas se fecham?

Era uma noite de show e, como sempre. Ema estava em seu camarim se aprontando. O camarim era simples e funcional, paredes brancas, pôsteres, cartazes, um sofá mais ao canto, uma pequena mesinha, um grande espelho à frente do gabinete principal, algumas plantas e uma saleta principal onde Ela se apontava.

Mas hoje não era uma noite como as outras, pois Ema sabia que os próprios senhores Jens, membros importantíssimos da alta comissão rubra estariam na platéia esta noite, agraciando o espetáculo neste humilde circo itinerante.

Ema ouvia de seu camarim as vozes intusiasmada da plateia ansiosa pelo espetáculo que iria vir, mais cedo Ema observou por de trás da cortina do palco um hábito comum durante os shows, é o volume de pessoas nas arquibancadas a assegurou que esse seria o maior espetáculo de La-Sorce. E isso a deixava extremamente nervosa e apreensiva.

Ema sempre sentia um frio na espinha antes dos shows, mas hoje era mais intenso, suas mãos tremiam a cada vez mais, à fazendo por vezes borrar a maquiagem que ela fazia; Era quase como sé uma presença ruim estivesse ao seu redor garantindo que as coisas dariam errado.

Então Ema suspirou e parou colocando o pincel sobre a bancada à sua frente, ela se olhou no espelho fechou os olhos. E com a mão sobre o peito respirou profundamente.

- Relaxa garota... Você já esteve em situações piores - Concertar a maquiagem borada era uma tarefa fácil, mas seu cabelo ainda não estava pronto é isso iria demoraria um pouco mais tempo. E tempo era algo que ela não tinha no momento.

Ema foi tirada de seus pensamentos e se forçou a abrir os olhos ao escutar a porta sé abrindo, e dela viu a silhueta de um homem alto e de aparência canina, a figura entrou na sala e a olhou bem nos olhos.

- Querida você ainda não terminou de se aprontar? - a silhueta antropomórfica se aproximou de Ema, apesar da clara aparência não humana. Ema não conseguia ver a face do homem e muito menos o seu corpo ou sua forma, ele era apenas uma sombra, um eco do passado distante. E mesmo assim, ela não sentia medo, na verdade, ela se sentia estranhamente aliviada com a presença do homem.

- Desculpe eu apenas... Eu me enrolei um pouco A... - Ema engoliu um seco é a palavra sumiu de sua boca, aquele nome, por que ela não conseguia sé lembra do nome dele? O homem apenas soltou uma curta gargalhada rouca e gutural.

- Você está nervosa novamente? Não recomendo tornar isso um hábito - a silhueta do canino sé aproximou mais ainda e repousou uma mão sobre a cabeça de Ema - Não tem nada com oque se preocupar, você ira brilhar como sempre irmãzinha.

A mão do canino sobre sua cabeça fez Ema se sentir nostálgica é acolhida esse sentimento era reconfortante o bastante para a acalmar um pouco.

- Obrigada A=□¥• - Ema não demorou para perceber que estava sorrindo, um sorriso genuino. Algo raro vindo dela - Mas chega de enrolação irmãzinha - E tão rapido quanto percebeu que sorria Ema e tirada de seus pensamentos quanto o Canino começou a arrumar seu cabelo - Você precisa estar deslumbrante para brilhar e não temos muito tempo para isso. Então mãos a obra querida.

- Hehe deuses A|/[@, você sempre tem uma frase pronta não é? - Ema não conseguiu deixar de rir do Canino, que tinha um sorriso bobo no rosto e um tom de voz alegre.

- Hehe eu disse chega de distrações, agora se concentre irmã - E então os dois continuaram a conversar, Ema terminava a maquiagem e seu colega canino preparava seu cabelo; E mesmo assim um sentimento tomava cada vez mais forma no peito de Ema, um misto de alívio é culpa. E quanto mais ela olhava para aquela silhueta que a auxiliava. Mais presente essas emoções ficavam.

Ema estava pronta e no momento se encontrava de trás das cortinas do grande palco principal, pois ela era a atração principal, sua maquiagem de cores vibrantes ressalta a beleza natural de seu rosto jovial, seus longos cabelos ruivos trançados em um coqui e seu belo vestido cor vermelho era o toque final para a colocar nos holofotes.

Seu coração batia cada vez mais forte ao escutar o apresentador anunciando sua chegada, Ema já esteve nesta posição diversas vezes e isso a reconfortava. Toda sua preocupação foi alíviada pela presença e a conversa que teve com seu "irmão", mais cedo. Embora o sentimento de que algo iria dar errado ainda sé mantinha presente em seu coração. E a tenção em seu corpo aumentou ao ouvir.

- Contemplam o resplandecer brilhante de nossa Fênix, a incrível Bela La Sorce.

A platéia aplaudiu extasiada e as cortinas se abriram, Os holofotes foram colocados sobre Ema é ela deu um passo a frente, e outra, e mais um. Logo ela estava à frente do palco iniciando sua dança acrobática. A cada movimento fluido o palco se aquecia como literais chamas e a plateia ficava extasiada aplaudindo e gritando.

Ema dava cada vez mais de si na dança se movendo como o vento, seus passos eram perfeitos e ela sé entregava completamente aquele momento; Desligando sua mente para os arredores e se concentrando apenas em sua dança; E cada vez mais a plateia ficava extasiada.

Não demorou muito para Ema passar para a próxima fase, ela se pendurou por uma corda a subindo com facilidade, ela balançou e soltou as fitas coloridas que ficam ao redor do seu vestido; As fitas serpenteavam como chamas vivas que se misturavam a dança que a própria Ema fazia. E logo a plateia fica mais extasiado e vibrante, mas desta vez Ema notou o horror a sua frente.

Os gritos, as vozes todos a sua frente, toda a plateia carbonizava em chamas que sé alastravam cada vez mais chegando ao palco, Ema perdeu as forças e por um vacilo quase cai da corda em que estava pendurada. Mas com um reflexo desesperado ela conseguiu sé segurar machucando sua mão no processo. O sangue pingava de sua mão e a dor era insuportável, Mas seus arredores eram pior.

Todos na platéia queimavam, mas mesmo assim eles sorriam e aplaudiam extasiados; A baixo de Ema três figuras se destacavam no palco uma silhueta feminina com longos chifres curvados que a olhava com pleno ódio, um homem faces vulpinas e olhos profundos como a galáxia que a olhava com desprezo e a silhueta do homem canino de antes que a olhava com a mais pura decepção; Todo o sentimento anterior voltou como uma flecha em seu peito, Ema tentou gritar e pedir por ajuda, mas as palavras não saiam de sua boca, a fumaça invadiu seus pulmões fazendo com que fosse difícil respirar é o sentimento de culpa martelava seu crânio e pesava em seu coração.

O calor ficava cada vez mais insuportável e Ema começou a ceder na corda... "valia mesmo a pena estar ali?", "ela merecia àquilo" e "mais do que qualquer um você sabe que e verdade", esses pensamentos invadiram a mente de Ema, a enchendo de dúvidas e desespero. Então uma voz grave foi ouvida do palco abaixo.

- Por que você fugiu Ema?- As três figuras falavam em uníssono com as vozes distorcidas, o peito de Ema doía cada vez mais a cada respirada que ela dava, e a mão dela cedia na corda pela dor e desgaste.

- VALEU A PENA EMA?! - As vocês ficaram mais graves e o peso no coração de Ema também, seu peito queimava, sua garganta queimava, sua mão queimava, tudo nela queimava é finalmente Ema cedeu sé entregando as chamas.

Enquanto seu corpo caia em direção ao fogo Ema pode ver um ultimo vislumbre dos três seres a encarando, e um a um eles sumiram até sobrar apenas o canino, naquela momento o olhar dele não era mais de decepção, era de tristeza. E com esse ultimo vislumbre Ema foi engolfada em um mar de chamas.

Ema apenas fechou os olhos e aceitou seu merecido fim - Ema... Ema... Ema - Ema ouviu uma voz fraca e sutil chamando seu nome. Enquanto seu corpo era consumido pelas chamas que não a queimaram e sim à acalentaram, pois ali era seu lugar.

E com um ultimo suspiro de vida Ema chamou por um nome outrora esquecido por ela - Argos...

Ola a todos isso sé alguém estiver lendo hehe, eu espero que gostem desse capítulo e dos proximos. Mas como eu escrevo apenas por diversão talvez eu não poste tão rapido assim, de antemão perdão pelos erros de português e coerência, é espero que gostem.