2//amigos☆

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Pov's jão

É domingo a tarde, e como sempre é a hora de começar a se preparar para ir pra missa.

Minha mãe e a nossa vizinha Ana, (mãe do meu amigo Pedro) tem esse costume sagrado de ir para missa todo domingo.

Acho que elas devem ter feito algum pacto com a igreja pra tá lá todo domingo, sério, a última vez que elas não foram pra uma igreja em um domingo foi um dia que não sei como eu e o Pedro ficamos muito doente no mesmo dia.

Enfim, hoje eu escolhi uma camisa de linho branca e uma calça bege junto com um tênis branco para ir pra igreja.

Confesso que só tô animado para ir hoje por conta que o meu amigo Pedro e eu combinamos de fugir da igreja para ir tomar sorvete.

Como vamos fazer isso? Não sei, mas mesmo sendo meio errado, tô rezando para todos os santos que nosso plano de fugir da missa dê certo.

Depois de vestir a roupa ouço uma voz me chamando pela janela

Pedro -João, eu bolei O PLANO pra gente fugir- Pedro fala se apoiando na janela- seguinte, quando a gente chegar lá, a gente diz que encontrou com nossos amigos lá, e vamos ficar um pouco mais afastados, nisso a gente sai pela porta dos fundos e tenta ser o mais rápido possível, pra quando a missa acabar a gente já tá lá, o que você acha?.

No meu quarto tinha uma janela que dava para um beco que dividia o terreno da minha casa e a casa dele, as vezes ele fugia para minha casa, ou me chamava pela janela quando precisava de alguém para jogar Mario kart junto, era muito legal dividir janela com o Pedro.

Acho que como vocês podem perceber ele que teve a ideia, Pedro sempre tem essas ideias malucas, quase sempre dão muito certo, ele é um garoto muito esperto.

-Acho incrível,-olho para ele, sorrio e reparo que ele ainda não se arrumou- você ainda nem se arrumou? Vai atrasar a gente denovo?.

Pedro -Não, mas relaxa, confia no pai que é sucesso.- ele pula da janela onde tinha se apoiado e sai.

-Tinha que ser- dou um sorriso bobo.

Pov's Pedro

Eu já estava atrasado, MUITO atrasado, mas eu tava com real muita preguiça de me arrumar para ir para "missa", entre aspas pois eu ia fugir com o João para tomar sorvete.

Desde que nos conhecemos, eu e ele nos tornamos inseparáveis, a gente vive junto, a gente estuda na mesma escola, vai para igreja juntos, jogamos Mario kart juntos no meu vídeo game, e ele sempre concorda com as minhas aventuras (e sempre dão certo), ele é o meu melhor amigo da vida.

Ele é o menino mais incrível que eu já vi, o mais educado, o mais inteligente (o mais lindo), minha mãe adora ele, até porque nossas mães são melhores amigas, sempre estão juntas.

Uma vez meu pai me convidou para ir para uma casa de praia, e eu pedi para levar o João comigo, ele não gostou muito dele, disse que achou ele muito diferente de mim, mas eu nem liguei, eu amo o João.

Depois de minha mãe me chamar 200 vezes finalmente eu estava pronto, eu tinha vestido uma camisa Polo azul escuro, e uma calça jeans e um tênis preto, uma vez eu pedi pra minha mãe para ir para igreja de bermuda e regata (tava muito calor) ela quase me mata.

No caminho pra igreja eu sai correndo junto com o João e quando a gente tava mais afastados falei para ele melhor sobre o plano.

-Ei, tá lembrado de como vai ser nosso plano né?

João- Sim mas sabe, tô com medo, da última vez uma senhora da igreja viu a gente saindo e só não falou para nossas mães por muito implorar.

-Mas relaxa parceiro, dessa vez não tem como dar errado.

João- espero.

Quando a gente chegou lá nossas mães ficaram em um dos últimos bancos a igreja tava lotada, e seria ainda melhor para por nosso plano em prática.

Cutuquei o João e colocamos nosso plano em prática.

João- Oh Pedro, você viu que nossos amigos da escola tão ali nos bancos da lateral da igreja?

-Nossa verdade- cutuco minha mãe e a mãe do João- podemos ir?-fazemos carinha de cachorro abandonado- porfavorzinho?.

Nossas mães concordam e a gente sai antes que elas consigam reparar (obrigada coluna gigante que ficava de frente para a porta).

João- Isso é TÃO errado- ele começa a rir.

-Que que tem?, quem nunca errou?- olho para ele e sorrio- quem chegar por último vai pagar o sorvete do outro - saio correndo.

João- Ei! Assim não vale- ele corre atrás de mim, e me puxa pelo braço quando consegue me alcançar.

-Tá bem, só porque sou bonzinho- paro e olho bem para ele.

Não entendi muito bem o que aconteceu naquela hora, mas aquela mão suave encostada no meu braço, aquele sorriso, aquela roupa, aquela pessoa pessoa que estava parada na minha frente, me fez sentir algo diferente... algo único, não sei explicar, as únicas coisas que saíram da minha boca foi.

-Nossa, que camisa legal.

João- você achou? Minha mãe comprou para mim usar para ir para missa, mas confesso que não curti muito.

-Mas ficou maneira em você.

-Obrigado então- ele sorri.

Chegamos na sorveteira e pedimos nossos sorvetes, e conversamos durante um tempo, sempre quando eu estou com o João é tudo tão espontaneo, com ele é um dos poucos garotos que eu posso ser eu mesmo, ele me entende, eu entendo ele, a gente se entende, e isso que faz cada momento com ele, se legal.

João- que horas são?- ele pergunta.

-CARALHO!, já são 20:30, melhor a gente correr.

A gente paga o nossos sorvetes e saímos correndo.

E mais uma vez aquele sentimento voltou, ele estava estranhamente tão lindo com aquele cabelo suado molhado na nuca, e com as bochechas rosadas de tanto correr, não sei explicar o que ele parecia, mas ele tava... fofo?.

Chegamos na igreja e... missão concluída, ninguém notou nossa saída, ficamos em pé por um tempo, pois todos os bancos estavam ocupados.

Pov's João

Acho que hoje todos os santos que eu fiz oração para que meu plano desse certo, estavam de bom humor comigo, o passeio na sorveteira com Pedro foi incrível, a gente conversou um tempão, eu amo passar tempo com ele.

De repente ouço Pedro me chamar pela janela.

Pedro -Hoje foi legal né- ele fala se apoiando na janela- nenhuma velha fofoqueira viu a gente fugindo, nossas mães não desconfiaram, foi tudo ótimo.

-Verdade, e você também não caiu e ralou o joelho-falo rindo lembrando de uma vez que a gente fugiu e ele ralou o joelho no caminho de volta.

Pedro- nem me lembre-ele sorri- o sufoco que foi para inventar uma mentira depois.

-Sim, real- ouço um barulho na porta- acho melhor você ir, já já pode vir alguém aqui no quarto, se verem você aqui essa hora vão brigar.

Pedro- Nossa, como é educado-ele sorri- tchau João.

-Tchau pê-de onde veio esse apelido?

Pedro- pê?- ele sorri- pê, pepê, legal gostei.-ele pula da janela e vai para casa.

Não sei porque, mas sempre que Pedro ia embora, ele deixava um vazio tão grande, parece que uma parte de mim ia junto com ele.

mãe eu nunca fui santo- pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora