1.Alane Dias

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O quão sinuoso é o movimento dos corpos?

Me perguntava enquanto observava meu noivo
Daniel, passeava suas mãos pelo corpo de uma outra mulher. Ambos tão perdidos em seu ato que não notaram minha presença.

Meus olhos acompanham os beijos desesperados que eram trocados em uma sincronia tão perfeita que Daniel jamais conseguiu seguir comigo. Os seios fartos eram apertados pelas mãos inquietas de meu noivo que aproveitava o decote ousado de sua amante.

Quando o educadíssimo daniel proferiu a frase
"irei come-la agora" experimentei duas sensações completamente diferentes, primeiro raiva e segundo frustração pois ele jamais me tratou de tal forma, eu não desejava a vulgaridade, mas ele jamais foi capaz de me dizer algo que transmitisse tal paixão quando estávamos juntos.
Observei o ato se concretizar, a mulher de cabelos castanhos recebeu o membro de Daniel em seu corpo, notei sua expressão de satisfação ao ser penetrada por ele, uma sensação que de fato nunca me aconteceu de tal maneira.

Eu deveria entrar nesse momento gritar com Daniel, acertar uma bofetada em seu rosto e também estapear minha rival, puxar seus cabelos e depois perguntar a Daniel porque ele me traiu com uma qualquer.

Mas eu não poderia ele simplesmente salvou minha família da falência, graças a ele nossa rede de bancos bade's bank havia se reerguido, sem Daniel não teríamos conseguido escapar de uma quebra financeira iminente, além disso ele foi o único homem que me viu, a apagada Fernanda.

Fecho a porta silenciosamente, ando até a varanda do andar mais alto de um dos mais belos prédios de São Paulo. Recebo a brisa suave em meu rosto enquanto me estapeo mentalmente por não ter rompido com Daniel dois minutos atrás.

O que realmente me impediu ?

Seria o amor ?

Não seja ridícula Fernanda! Você sabe que não o ama, não dessa maneira absoluta.

Eu gosto de estar com ele, aprecio imensamente sua companhia e nossas conversas, gosto do seu jeito tranquilo e educado. Papai também o adora, certamente por ele ter nos salvado da pobreza, pois não existe nada que assuste mais a família bande do que a pobreza. Então deixar Daniel era uma opção, eu apenas encararia essa traição como um deslize, um homem como ele chama muita atenção, tenho sorte por tê-lo conquistado

Suspiro longamente, meu corpo sendo apertado por um justo vestido laranja, eu não devia ter cedido ao gosto de mamãe, essa coisa é simplesmente horrível e justo em lugares que realmente não me valorizam. Vou para parte mais escura da larga varanda, tento abrir o zíper lateral em alguns centímetros para respirar um pouco melhor. O maldito ziper está emperrado, que sorte a minha. Ponho um pouco mais de força e nada, puxo o ar para dentro dos pulmões e mais uma vez empurro
o zíper para baixo, ele sede completamente quebrando a ponta deixando a lateral do meu corpo exposta.

- Que droga! - Rezo baixinho para que ninguém apareça agora, porém eu nunca sou atendida, no mesmo instante ouço passos vindo em minha direção.

- pitel? - Uma voz diz.

-Ham. Não. - Digo na esperança de que a pessoa vá embora e me deixe tentar resolver meu problema em paz, mas como sempre não tenho sorte.

- Senhorita Bande? - Meu campo de visão é tomando por um figura alta e de curvas acentuadas, um vestido preto de mangas longas cobre seu corpo elegantemente, ela se equilibra em um salto agulha com tanta desenvoltura que acho quase inacreditável, eu em seu lugar certamente já estaria com o traseiro no chão. Foco para ver seu rosto que se esconde na penumbra.

- Lembra de mim?

- No momento não, eu não estou conseguindo ver seu rosto com clareza. - Digo sem graça implorando para que ela não se aproxime.

- Alane Dias, presidente da Dias Fast.

- Claro!- Alane Dias a mais nova rica de vida duvidosa, sua empresa era responsável pelo desenvolvimento de carros de corrida, ela tentava uma parceria conosco havia um tempo.

- Ah. Olá Senhorita Dias. Como vai? - espero que ela não deseje falar de negócios.

-Bem, obrigada. - ela diz em seu tom sempre entediado. - E a senhorita? - Ela completa sem muito interesse na resposta.

- Bem. - Um silêncio incômodo paira no ar, até que ela continua.

- Por acaso você viu a senhorita Giovanna minha sócia?

- Não, eu não a vi. - Digo me encostando ainda mais a mureta de proteção ao sentir meu vestido escorregar. Ela acompanha meu movimento.

- Tem certeza que está tudo bem?

- Sim, sim.

- Por que será que não acredito em você? - ela se aproxima de mim e seu perfume chega até meu nariz, ela cheira bem.- Vire-se.

- O que? - pergunto atordoada com seu tom autoritário.

-Eu disse para se virar.

- Eu, eu não vou...Alane segura em meu braço esquerdo com força e me faz girar, a lateral nua do meu corpo pode ser vista agora.

- Como você conseguiu fazer isso?

- Estava muito apertado e eu tentei abrir o zíper alguns centímetros, mas ele acabou abrindo totalmente e...

- A deixou praticamente nua. - ela diz divertida. - Eu poderia dizer que lamento por seu vestido, mas eu estaria mentindo, ele é horrível.

- Isso não foi muito educado senhorita Dias.

- Vocês ricos civilizados nunca dizem o que pensam, isso me irrita! - ela começa a procurar algo na bolsa.

- A senhorita é rica, muito por sinal!

- Mas não temo dizer o que penso, essas normas de etiqueta me enjoam. - ela tira de sua bolsa alguns alfinetes.

- Porque carrega tantos alfinetes em suas bolsa?

- Sou uma mulher precavida. Agora segure seu vestido, irei tentar fechar essa fenda com os alfinetes. Obedeço a senhorita Dias que adentrava com os alfinetes em meu vestido de forma habilidosa, vez ou outra seus dedos pálidos tocavam em minha pele me fazendo ter irritantes arrepios, ao todo foram necessários 8 alfinetes para realizar o "concerto" do horrível vestido.

- Isso impedirá que fique nua na frente de meia São Paulo- mais uma vez seu humor ácido surge.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer, tome! - Ela me passa um casaco, o qual é de ótima qualidade.

- Não é necessário.

- Claro que é, vista logo! - Faço como ela diz No mesmo instante seu celular vibra. Ela o retira da bolsa e lê o que parece ser uma mensagem. - Preciso ir, foi um prazer reencontra-la senhorita Bandei. - Ela gira nos calcanhares de forma elegante.

- Obrigada novamente. - ela olha por cima do ombro e balança levemente a cabeça, Ela anda confiante em direção a festa, seus quadris se movem de forma sensual, a observo até que ela desapareça do meu campo de visão.

Deixo meus dedos passarem pelo tecido macio de seu casaco, seu agradável perfume permanece nele.

- Fernanda? - Ouço a voz de Daniel.

- Estive procurando por você em todos os lugares
Aposto que sim.

-Venha, a deixarei em casa.

Apenas segui Daniel, sua mão segurava a minha e aquilo me enojava, ele não percebeu o largo casaco sobre meu corpo, nem mesmo as imperfeições em meu vestido, na verdade ninguém naquela festa me notou, ninguém além de Alane Dias.

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Prontos pra mais uma fic?

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