Start Again

Primeiros Passos

Anne's Pov

Após buscar minha pequena Maya na escola, me olhei no espelho e me senti perdida. O que eu faria a partir de agora?

Não me lembro mais de como era a vida sem o Paulo ao meu lado mas essa virou a minha realidade sem que eu tivesse tempo para me preparar.

Por sorte, eu tinha meu próprio emprego. Não era a carreira que eu imaginava mas era o que eu pude fazer sem atrapalhar a criação da Maya.

Ela ficava na escolinha em período integral, então eu teria tempo suficiente para trabalhar e poder ficar com ela a noite.

Como ela ainda tem 2 anos, não preciso explicar com detalhes a falta do pai, apenas disse que ele precisou sair e ficaria fora por um tempo.

Fiz os meus afazeres da casa enquanto Maya brincava próxima a mim, porém em nenhum momento deixei de pensar sobre o que eu fiz de errado para merecer esse final de casamento.

Sei que muitas vezes deixei de me cuidar, fazer o cabelo, unhas, mas eu precisava ajudar a pagar as contas. O Paulo sozinho não conseguia.

Ainda tem isso. Se o Paulo não conseguia dar conta de todos os nossos gastos, como eu vou conseguir se sou apenas caixa de supermercado?

Muitas coisas se passavam pela minha cabeça e aproveitei esse tempo para separar tudo o que era de Paulo. O único contato que teria com ele será sobre nossa filha e nada mais.

Parecia um pouco radical mas o que mais eu poderia fazer? Ele me destruiu sem ao menos pensar duas vezes.  Eu aguentei muito desprezo e arrogância até chegar ao limite.

Depois de jantar e alimentar Maya, tomei um banho e levei ela comigo. Em seguida, sentei no sofá, em frente a tv e coloquei-a em meus braços e comecei a nina-la. Gostava dessa conexão com ela.

Não demorou até que a pequena dormisse em meus braços. Decidi então zapear pelos canais da tv, num volume baixo, procurando algo interessante.

Já estava cansada de procurar e tinha decidido dormir também mas um comercial me fez parar. Era o anúncio de um show daquele rapaz, o Jungkook.

Me pergunto por que do nada ele aparece em tudo o que vejo. Ou será que ele já está por aí fazendo sucesso a tempos mas eu estava tão ocupada com o meu próprio mundo que nem ao menos o notei?

— Ele é bem bonito. — comento comigo mesma. — Não deve ter medo de ser trocado por alguém melhor, assim como eu fui. — lamento amargurada.

Quando o comercial acaba, desligo a tv e carrego Maya até seu quarto, a deixando em sua pequena cama. No silêncio da noite, escuto o barulho da porta e volto para sala imediatamente.

— O que você faz aqui? — indago ao encontrar Paulo perto da entrada. — Não quero mais te ver.

— É óbvio que eu teria uma cópia da chaves do meu apartamento. — ele debocha, me fazendo revirar os olhos. — Vim pra você me perdoar. Te dei o dia inteiro sozinha. Soube quem nem saiu pra trabalhar hoje então teve tempo pra ver que exagerou.

— Sim, eu exagerei. — disse me aproximando lentamente, fazendo Paulo sorrir. Mas o sorriso logo morreu quando acertei um rapaz bem forte em seu rosto. — Exagerei ao pensar que você era o amor da minha vida, a melhor pessoa que conheci.

— Você está louca, vagabunda? — sua expressão mudou e admito que fiquei bastante assustada. — Quem você pensa que é para me tocar assim? — ele me agarra pelos braços com força e sacode meu corpo. — Você é minha esposa e eu vou ficar neste apartamento com você e com a minha filha e se você ousar fazer alguma coisa, eu levo ela daqui.

— E a sua amante? Ela vai morar aqui também? — questiono sarcástica apesar do medo. Algo dentro de mim me motiva a enfrenta-lo.

— Se você quiser ficar comigo, tem que aceitar que eu sou homem e me interesso por outras mulheres também. — sua fala só me desperta nojo. Com certa força, dou um chute em suas partes e ele me solta, caindo no chão em seguida.

Aproveito a situação em que ele se encontra e abro a porta, o empurrando para o corredor e rapidamente pego a mala com seus pertences e coloco aí seu lado.

— Acho que você deveria pensar que eu não quero mais ficar com você, porque essa é a verdade. — digo o olhando, ainda jogado no chão, fechando a porta logo em seguida.

Me apressei a empurrar os dois sofás da sala até a porta, fazendo uma barreira. Seria apenas um improviso até que mandasse trocar a fechadura amanhã. Não queria acordar com Paulo ao meu lado e nem correr o risco de que ele levasse Maya de mim.

Depois que a adrenalina passou, o choro foi inevitável. Me sentei no chão mesmo e desabei. Desabei porque amava Paulo e ele era um cara horrível. Desabei porque estava sozinha naquele lugar, sem ter com quem contar. Eram muitas emoções ao mesmo tempo.

Eu só queria apagá-lo da minha vida. Nunca o ter conhecido. Mas sem ele, eu nunca teria Maya. Eu poderia até ter tido um filho a está altura da vida, mas não seria ela. E ela era o que mais me importava no momento.

Sequei minhas lágrimas e me levantei, indo em direção ao seu quarto. Abri a porta lentamente e vi seu rostinho calmo e tranquilo. Não fazia ideia do furacão que estava nossas vidas.

Decido deixá-la aproveitar o seu soninho e vou para o meu quarto. Me forço a dormir mas o sono não vem. Estou muito apreensiva, com medo do Paulo tentar entrar outra vez.

Começo a me distrai no celular e me lembro de Jungkook. Decido então pesquisar sobre seu trabalho e de cara encontro um música chama "3D".

Começo a assistir o clipe e ele é realmente um artista e tanto. Começo a entender o fascínio daquela vizinha aqui do prédio.

Me vejo totalmente imersa em suas músicas e até acompanho algumas do grupo que ele faz parte porém sempre com tradução já que não entendo nada de seu idioma.

O tempo vai passando e eu deixo o celular de lado, mas antes monto uma playlist comas músicas do rapaz. Gosto da sensação que sua voz me traz, consigo esvaziar minha mente e só pensar na música.

É uma boa distração.

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Oi gente,

Eu sei que a história parece demorada e que o personagem principal ainda não apareceu mas eu preciso de um desenvolvimento pra que as coisas tenham sentido. Se não, ela vai apenas ser uma doida varrida que conversa com o idol.

Tenham paciência porque eu tô tentando fazer do jeito mais coerente possível.

Beijos 😘