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Você se sacudiu para cima na sua cama, suando encharcando os lençóis de seda e a camisola preta que usava.
Outro pesadelo. Eles estavam se tornando bastante comuns nos dias de hoje.
Você suspirou, permitindo que seu corpo se deitasse, as molas do colchão rangendo irritantemente. Com rugosidade desnecessária, você cobriu a boca com a mão, tentando suprimir seus gritos sem esperança para que eles não acordassem Hannibal. Mesmo que ele estivesse em outra sala, as paredes tinham orelhas. Você sabia que ele te ouviria de alguma forma. Ele sempre fez.
Você respirou fundo, tentando se acalmar. Deus, como você sentiu falta do Will. Seu toque e voz suave seriam exatamente o que você precisava para acalmá-lo, suas palavras de garantia garantindo que tudo estava bem e nada o prejudicaria, pois ele não permitiria.
Mas as coisas acabaram saindo do controle dele, não foi? Você não estava mais com ele, sob sua proteção de ouro. Você estava com Hannibal Lecter em uma casa chique em Florença, Itália. Ser mantida como refém, tanto quanto ele discordaria. Mantido como um animal de estimação, uma diversão. Um prêmio de consolação. Despoilhos de guerra.
Sem o seu controle, sua mente espiralou para a noite em que Hannibal o tomou como vantagem em sua fuga, desvantando Will covardemente e ameaçando matá-lo se você não viesse com ele. Sua última fração de tortura, você se lembra de pensar consigo mesmo enquanto ambos andavam de moto sob aquelas fortes gotas de chuva que lavaram todas as suas lágrimas.
Você também se lembrou de como ele gentilmente enxugou suas lágrimas sem dizer uma palavra, porque ele sabia que nada do que diria seria suficiente. Afinal, você estava nessa posição por causa dele. Você implorou a ele para deixá-lo ficar, para falar com Will, mas ele não teria nada disso. O voo para a Itália foi agridoce, já que você nunca tinha voado antes, o céu sendo ignorantemente surpreendente para a sua dor.
Você ainda sentiu o fantasma do beijo ensanguentado de Will antes de deixá-lo. Seus soluços sem fôlego ainda ecoavam em seus ouvidos, acertando seu coração dolorosamente. Você nunca foi religioso, mas se lembra de rezar para que ele sobrevivesse à ferida, para que você pudesse se reunir novamente e esquecer tudo sobre o maldito FBI, Jack Crawford e Hannibal Lecter.
Vocês dois poderiam viver em uma pequena casa de campo à beira-mar, pescar, nadar e velejar o dia todo, criar alguns bebês. Meninos e meninas com cabelos escuros e olhos correndo pela praia, rindo alegremente sem nada com o que se preocupar.
Essa realidade parecia distante, no entanto, pelo menos no momento. Você permaneceria nas sombras de Lydia Fell, sua nova identidade, até que fosse segura o suficiente para vir à tona novamente.
O tempo viajou rápido enquanto você fingia ser a esposa do renomado Dr. Fell. Dias se transformaram em semanas, semanas em meses, e você podia sentir a energia entre você e Hannibal mudar misteriosamente. Foi surpreendentemente fácil ser a Sra. Fell, participando de festas, a vaidade de pequenas festas permitiu que Hannibal organizasse. Ele te mimaria com vestidos bonitos, comida chique e barbitúricos, tornando os dias mais fáceis de suportar, as tardes divertidas e as noites interessantes, cheias de cultura e conhecimento que você nunca se cansou de mergulhar como uma esponja. Sempre que a memória de Will se tornava muito insuportável, você tomava uma pílula e bebia um copo de Bâtard-Montrachet, dançando com músicas antigas e elegantes; sua cabeça se sentindo nebulosa e pesada até que você finalmente desistiu e foi para a cama.
