Agentes do Inferno

Mais uma vez você, Lenine.

—  E mais um ponto para mim! Haha! Toma essa, Anika.

—  Tá, tá certo.Você fez mais um ponto, Miles. Matou três grandões, mas isso não significa nada!

—  "Nada", Ani? Quando você matar a última nós conversamos. Você mandou bem hoje.

...

É, a semana não começou nada bem para esses dois, apesar de tudo isso parecer um grande playground, nossas crianças adultas se divertem com bolinhas de gude com efeitos de coquetel molotov. Fofos.

Era madrugada, Blackouts não costumavam acontecer pela cidade, mas era a quinta vez na semana e ainda era Quarta-feira. Um ótimo horário para três grandalhões de tamanho absurdamente gigante fazerem o que quiserem nas ruas, e um péssimo horário para qualquer cidadão de bem vagar por elas.

O governo de Hilldown acionou a Hell Security e seus agentes para investigar os movimentos em agências de bancos de toda a cidade, e com essa pequena informação já temos duas hipóteses. Ok, três. Uma delas é que alguém precisa resolver negócios de família. Outra sugestão seria uma promessa, e promessa é dívida, já dizia minha mãe. Bem, a terceira hipótese é que.. não, sem spoiler!

Dá pra acreditar no que caralhos essa enfermeira vadia estaria aprontando agora? Sim, meus caros. Lenine outra vez!

Como assim quem é Lenine? — ah, certo. Me acompanhem, lhes contarei agora.

Lenine, Ms. Wheeler.
Lenine aos seus 17 anos já era fugitiva de três internatos no sul da Pensilvânia. Sua infância com certeza não foi a das melhores, isso porque seu pai era um cientista e biomédico egocêntrico, mau-caráter e um tanto filho da puta. Não culpo Lenine por perder a cabeça e querer vingança por algo que lhe aconteceu há anos atrás, afinal, não há perdão para experimentos contra sua própria filha.

Seu pai foi um grande biomédico, um pai perfeito até os cinco anos de idade de Lenine, era um bom pai, mas uma vez que você deve a alguém importante da sociedade científica, você deverá a sua vida inteira.E quando isso aconteceu, ele passou a trabalhar para pessoas importantes. Trabalhava para grandes empresas, produzindo medicamentos, 'vacinas' e grande parte de produtos ilícitos, que eram vendidos para outros charlatões. Fora seu trabalho extra, que lhe rendia surras, apagões e no fim do mês uma conta bancária com cinco cheques garantindo bilhões de dólares. Lenine o via como uma inspiração apesar dos pesares, e isso quando ele ainda não havia se metido com a lista negra do FBI.

Voltando às manchetes, essa seria a quinta vez em que nossa dupla a encontraria se perdendo nos caminhos vastos e escassos de seu pai. A dupla foi acionada por líderes da sociedade científica de Hilldown, também eram líderes de alguns malfeitores e traficantes, que com eles trabalhava o pai de Lenine antes d'ele ganhar o inferno.

E esta noite ela resolveu atacar novamente, ela estava presa, até que durou tempo suficiente para os agentes sentirem sua falta. Mas ela não decepciona —hu-hum, não mesmo.
Faltava pouco para que ela cumprisse sua pena de prisão, mas parece que alguém quer brincar de polícia e ladrão. No entanto, ela não espera por Miles e Anika esta noite. Seus capangas tinham as seguintes tarefas, fazer valer a pena tropeçar no escuro, roubar trezentos milhões do banco e a esperar na rota 95, a qual ficava perto da penitenciária da cidade.

Acontece que, Miles tem amigos por onde não os querem por perto no momento, temos informantes dentro da prisão. Vocês entendem, não é? Se tem informação, tem menos tempo de pena. E Lenine quis sair mais cedo, essa Dra. safada colocou alguém no lugar dela!

...

— Vamos seu idiota! — É pra hoje! — Lenine berrava furiosamente sob os efeitos da adrenalina, que a deixava transtornada. Seus serviçais apavorados pelo alvoroço que estava dentro daquele furgão estilo Classe A acabaram errando a estrada para o seu laboratório bizarro.

— Ah, incompetentes! Como ousam errar a droga do caminho? Inúteis! — Com os olhos faiscantes de raiva seus capangas se encolhem diante de sua ira palpável.

— Mas doutora Lenine, nós apenas seguimos suas instruções...

— Silêncio! Fizeram de propósito para me atrasar e arruinar meu plano, idiotas! Jamais me subestimem, ou farei experimentos com suas mentes miseráveis!

Ela não estava para brincadeiras! Sorrateira e rápida, segue em alta velocidade, mas ela ainda sente o medo em cada passada de marcha.

Á 180km por hora, atravessando a cidade para chegar até o seu esconderijo, Lenine avista pelo retrovisor uma enorme van. Se caso estiverem pensando que talvez possa ser os agentes da HS, então vocês estão certos. Devido a demora de Miles para decidir se iria iniciar a missão com Got You by the Balls ou Crazy Train, a enfermeira maligna já estava longe, mas não o suficiente para que eles a alcançassem.

Percorreram torno de 40km em fuga, os capangas atirando em seus rivais, os agentes retribuindo com gases de efeito moral, Anika jogando Lenine para o acostamento e a encurralando no guarde-rei, até Lenine se safar e voltar a pista. Quando de repente o inimaginável acontece: duas carretas enormes as jogam na contramão, bloqueando a estrada, encurralando os agentes e a enfermeira em uma grande confusão de metal retorcido.

Dessa vez, a perseguição atingiu seu ápice desencadeando uma batalha épica que transformou a rodovia em um enorme campo de guerra. A tensão atinge seu auge enquanto a maluca da Lenine, com um sorriso sinistro, escapa mais uma vez, deixando Miles e Ani naquela confusão desesperadora.

— Droga! Eu não acredito... De novo, Miles. Ela sempre faz isso, estou cansada. — Anika estava com o desespero estampado em seu rosto, ela não tinha outra opção.

— Eu também estou cansado, pirralha. Mas olha, não vamos perder ela, olha só aquilo!

No meio dos destroços, Miles vasculhava de longe os escombros. Os seus olhos brilharam quando avistou no meio dos metais e pedaços de vidro dos furgões e das carretas, uma maleta empoeirada e aparentemente intacta. Após apontar para ela, Anika corre disparadamente para pegá-la. Ela a recolhe e abre, encontrando uma série de documentos e cadernos com anotações. Não demorou muito para levarem até a HS e se reunirem com os líderes da Sociedade Científica para decidir qual seria o final para a Dra. Lenine.