03 - Preocupação

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Narrador On

Já se passavam das 22:30. Jenna olhava no relógio a cada minuto.

Estava preocupada com sua Sollera.
Queria ligar para ela, mas ela não possuía telefone. Seus pais, a criaram como um animal. Isolaram-a do mundo e a tornaram uma mulher imatura e sem malícia alguma. Ela estudava em casa, desde que nasceu. Não possuía amigos, muito menos colegas. Os únicos que ela tinha contato eram aqueles que lhe criava.

Agora, ela tinha Emma. E mesmo sabendo que a
mulher a odiava, e não suportava sua presença, ela ainda se importava com ela e queria se aproximar. Afinal, ela ofereceu sua própria casa e sua comida para ela. O máximo que deveria fazer é tratá-la como sua irmã mais velha.

Jenna decidiu ligar a TV por alguns minutos. Para ver algum filme ou algum programa de variedade. Geralmente, ela só via televisão quando era final de semana, quando seus pais liberavam a TV, mas aqui, sem ninguém para mandar nela, podia assistir o que quiser, e quando quiser claro, isso antes da Sollera chegar.

Optou por um filme de animais. Onde um gato
era o personagem principal. Jenna amava animais e principalmente os gatinhos, isso a fazia feliz e a deixava animada.

Ela nunca teve contato tão direto com uma mulher, além de sua mãe. E mesmo não tendo tanta intimidade com a mulher, ela se sentia confortável perto dela.

A senhora Kim já tinha preparado a janta e foi embora pra sua casa. Jenna sentia sua barriga roncar. Mas queria esperar Emma para que ela não jantasse sozinha.

Provavelmente, na cabeça da menina, ela estava muito ocupada com seu trabalho e estava morrendo de fome. Então, queria ser gentil e esperá-la.

Mal sabia a garota, que Emma Myers estava em um encontro com o dono da empresa, que agora era sua.

Tudo correu perfeitamente bem, e agora, senhorita Myers estava em um jantar com o senhor Seo Yul.

Pobre Jenna. Sua doçura e inocência são comoventes.

Quando o relógio bateu as doze badaladas. Jenna desistiu de esperar, e subiu para seu quarto. Com fome e magoada.

Ela poderia até comer sozinha, mas não sabia nem como colocar uma panela no fogo. Isso a magoava algumas vezes. Saber que não prestava e não servia pra nada. Ela já tentou mudar isso diversas vezes. Tentou ser "normal", mas seus pais sempre a travavam e diziam que ela não precisava se preocupar com nada.

Começava a chover e o tempo ficava frio. Jenna morria de medo de trovões, e a cada barulho enfiava sua cabeça embaixo das cobertas e tentava pensar em outras coisas. Como cachorrinhos brincando na grama ou borboletas azuis.

Ela se levantou rapidamente para acender a luz.
Mas mal conseguiu voltar por conta dos galhos das árvores batendo na janela. Permitiu-se chorar por alguns minutos. Imaginava
que a mãe estava ali e acariciava seus cabelos até ela pegar no sono toda noite.

Na noite passada, ela chegou até ir ao quarto de
Emma. Bateu algumas vezes na expectativa dela
abrir a porta e deixá-la dormir lá. Mas claramente isso não iria acontecer.

A pobre menina acabou pegando no sono depois de algum tempo. Emma chegou em casa logo após as 4 da madrugada. Nem se lembrava de que havia outra pessoa em casa. Estava irritada por seu encontro ter dado errado. O cara era casado e ainda tentou convencê-la de
serem amantes.

Emma Myers era uma mulher de classe. Uma
mulher poderosa que em hipótese alguma se
submeteria a um papel tão deplorável e imoral
como ser a segunda mulher de um homem casado. Bateu a porta do quarto algumas vezes antes de ir tomar um longo banho e se deitar.

Pela manhã, ela teria de arcar com todas as
consequências da noite passado e com uma Jenna deprimida e magoada.

🌙

Yes, Mommy | jemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora