capítulo 7

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Minho pov:

Ja estava meio tarde mas eu ainda não estava conseguindo dormir, tentei ligar para o  Jisung para ver se ele atendia e nada, então resolvi fazer uma coisa que nunca pensei que faria. Eu iria na casa dele.

Me vesti com uma roupa mais quente porque era tarde da noite e estava um pouco frio, sai em silêncio para não acordar ninguém e sai em rumo a casa dele.

A primeira coisa que eu fiz quando cheguei, foi procurar o quarto dele e um jeito de subir, oque não foi tão difícil achar, o mais difícil foi achar um jeito de subir, mas consegui dar meu jeito e subi na sacada dele.

No mesmo instante que subi, ele olhou pra mim e começou a gritar achando que eu era algum ladrão. A primeira coisa que eu pensei foi só entrar no quarto dele e tampar a boca dele, e assim eu fiz.

–Calma, não grita, sou eu– Falei sussurrando com medo que os pais dele acordasse e só destampei  a boca dele quando vi que ele se acalmou.

–Ta fazendo o que aqui?– Perguntou também sussurrando.

–Vim te buscar para dar uma volta, quer?

–Meus pais me matam se descobrirem.

–É só você não contar, prometo que te trago antes das quatro– Ele pensou um pouco sobre mas logo aceitou, colocou uma roupa de frio, peguei na mão dele e saímos em total silêncio.

–Porque você resolveu dar uma volta do nada?– Perguntou enquanto andavamos pela rua.

–Não estava conseguindo dormir e não queria andar sozinho, te liguei mas você não atendeu, então vim te buscar pessoalmente.

–Não seria melhor você ter ficado em casa enquanto esperava o sono vir do que na rua?

–Pra falar a verdade, não, eu gosto de andar a noite, me acalma e o toda vez que eu não consigo dormir, eu venho andar por aí e conversar com a lua.

–Você gosta muito da rua né?– Ele se virou para mim e eu só concordei com a cabeça.

–A rua me acalma, a noite me acalma, me sinto livre nela.

–Queria me sentir assim também.

–Não seja por isso, estou aqui pra te fazer livre hoje– Peguei na mão dele e saí correndo. Corremos sem rumo nenhum enquanto trocávamos olhares e sorrisos, quando cansamos, paramos em uma pracinha para descansar– Eai, se sentiu livre?– Perguntei ofegante e com um sorriso no rosto.

–Acho que sim– Riu e naquele momento eu vi o tanto que ele ficava perfeito sorrindo e a lua iluminando ele, principalmente o sorriso.

–Fico feliz– Sorri também e olhamos para frente sem assunto para puxar, mas logo conseguimos puxar algum.

–Posso te fazer uma pergunta?– Olhou para mim e eu concordei com a cabeça– O que você mais queria? Tipo, seu sonho.

–Bom, não é muito um sonho mas eu quero muito conhecer o mundo sabe? Viajar, conhecer novas culturas, conhecer várias coisas na verdade, não exatamente o mundo em si, e você?

–Queria muito conhecer a vida, saber como é sair para festa, ficar até tarde fora de casa, poder fazer oque eu quiser e várias coisas.

–Se um dia você pudesse escolher oque quisesse, oque você escolheria?

–Eu acho que escolheria ser livre, me sinto muito preso dentro de casa, bom, eu tenho um celular bom, uma casa grande e várias outras coisas, mas para mim falta algo a mais, gostaria de ser livre e ter mais amor dentro de casa, e você?

–Eu acho que escolheria ter meu pai de volta, sinto falta dele.

–Ele morreu?

–Quando minha mãe estava grávida do meu irmão, foi assassinado– Assim que terminei de falar ficou um silêncio super constrangedor entre nós, ninguém sabia o que falar ou o que fazer.

Ambos estavam calados e olhando para frente sem saber o que falar ou fazer, ele provavelmente por estar com a consciência pesada e eu por estar relembrando os momentos que tive com meu pai.

Diferente dos pais dos meus amigos, ele foi um homem muito bom, sempre presente, trabalhador e meu herói.

Muita das coisas que eu faço hoje é por conta dele e dói saber que ele não está mais aqui comigo para ver minhas conquistas, muita das vezes tento ser forte por conta da minha mãe porque eu sei que ela ainda sofre com a morte dele, até porque eu também sofro.

É uma saudade inexplicável, é uma saudade na qual você sabe que nunca mais vai ver aquela pessoa, abraçar, sentir o cheiro e várias outras coisas, mas não tem nada mais a se fazer, apenas conviver e carregar essa pessoa pra sempre com você, sendo na memória ou até mesmo no coração.

–Você está bem?– Perguntou olhando para mim vendo eu segurar o choro e bem pensativo. Eu nao falei nada, apenas oncordei com a cabeça.

–Apenas saudade sabe? Saudade de alguém que eu sei que não vai voltar– Falei me segurando muito para não chorar porque não queria chorar na frente dele.

–Pode chorar, eu não me importo, você pode ser fraco comigo– Assim que ele terminou de falar eu não me segurei e acabei chorando. Ele não falou nada, apenas me abraçou e eu apertei a blusa dele com força.

A saudade era enorme e ele parecia me entender já que passou a mão nas minhas costas me confortando.

Não sei se foi por minha causa ou se foi por ele lembrar de alguém que também se foi, mas ele também começou a chorar junto comigo colocando tudo pra fora que eu tinha certeza que ele estava guardado, assim como eu. E o que era para ser uma noite divertida, acabamos transformando ela em uma noite cheia de desabafos e chororo.

Isso até que foi bom para gente já que colocamos tudo que estávamos guardando para nós, mesmo nós não nos conhecermos a muito tempo, parecia que sentimos uma conexão um no outro que conseguimos sentir segurança para falar dos nossos problemas e ajudar um ao outro com abraços e palavras de conforto.

Depois de colocarmos tudo pra fora e nós nos sentirmos melhor, demos um  abraço bem apertado, limpamos as lágrimas um do outro e rimos com um pouco de vergonha mas se sentindo super leve de ter tirado um peso das costas.

–Acho que não saiu muito bem como eu esperava– Ri e funguei.

–Eu também acho– Riu e fungou também– mas pelo menos tiramos um peso das costas.

–Isso é verdade, estou me sentindo até um pouco mais leve depois disso.

–Eu também, temos que fazer isso mais vezes.

–Concordo, eu vou adorar– Jisung pegou o celular para ver as horas e assim que ele viu que horas eram, levantou na hora– eita, tenho que ir agora.

–Não se preocupe, eu falei que te levaria– Levantei– Vamos? –Estiquei minha mão pra ele, esperei ele segurar e voltamos para a casa dele enquanto conversávamos sobre algumas coisas e sobre como foi bom a noite.Chegamos na casa dele, subimos a sacada e entramos no quarto ele.

–Eu gostei muito de hoje, obrigado

–Que bom que você gostou, fico feliz– Sorri feliz por ele ter gostado e no ângulo que estávamos, ele estava simplesmente perfeito, não sei em que momento foi mas eu comecei a olhar pra ele apreciando o tanto que ele era lindo, eu simplesmente não conseguia parar de olhar e tinha o olhar fixamente nele.

–Porque você est- –Não esperei ele terminar a frase e beijei ele por impulso, não sei o porquê fiz isso, algo só me disse para fazer e eu fiz sem medo das consequências.

A Dama e o VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora