Colonizando o colonizador

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Quinta-feira, nove da manhã em um outono qualquer, havia uma padaria em uma rua sem importância. Seu Zé, que cuida de seu estabelecimento desde que teve seu primeiro filho, prepara os pães do dia. O barulho da porta abrindo ecoa pela padaria vazia

- Bom dia, Seu Zé! - Leonardo, um cliente novo da padaria que começou a frequentar quando o sétimo filho de Zé nasceu, entra.

- Bom dia, pá, como vais?

- Luizinho ficou doente, epidemia de catapora na escolinha.

- Mas ora pois, não há uma bácina para coisas como esta?

- Acho que sim, Seu Zé, lembro do pediatra pedir…

O padeiro entrega uma sacola com meia dúzia de pão francês para o homem, com o mesmo sorriso de sempre.

- O bom desse lugar é que tá sempre vazio! - Leonardo diz, rindo um pouco.

- Realmente isto é muito bom, pá, em minha pastelaria não há bicha!

- Poxa Seu Zé, eu não acho que eles gostam desse nome…

O mercante o olha confuso, preocupado com seu cliente.

-Eles quem, puto?

-Calma aí, cara, não precisa ficar agressivo comigo!

- Ora, foda-se, do que estás a falar Leo?

O homem fecha a cara e bufa, indo em direção a seção de gelados

-Acabou o fiambre, pá.

-Quê?

-O fiambre, foda-se!

-Olha, José, eu hoje tô paciente mas não exagera! - Leonardo aponta o dedo para o padeiro, e exclama em um tom intimidador.

O padeiro para de falar, e assiste seu cliente em um silêncio melancólico, apenas olhando-o ir de prateleira em prateleira pegando o que ele precisa. Depois de terminar, se dirigindo ao caixa, e entregando uma nota de cinquenta para Seu Zé, que devolve uma de dez e duas de dois.

-Boa sorte levando seu filho para tomar pica!

Com isso, Leonardo voa em direção ao português, furioso e ofendido com a audácia dele.

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⏰ Última atualização: Apr 03 ⏰

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