Capítulo 4

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A última coisa que Harry Potter se lembrou foi de uma dor intensa localizada ao redor de sua cabeça, e depois de acordar em uma escuridão. Foi muito desorientador, para onde quer que ele se virasse encontrava escuridão. A única coisa visível que parecia ser ele mesmo, mas mesmo isso não parecia certo.

Harry olhou para suas mãos que agora estavam à sua frente, sem saber o que fazer com elas. Cercando suas mãos, na verdade todo o seu corpo, havia uma estranha aura de luz. Era de cor azulada, com notas de branco. As cores giravam umas em torno das outras e pareciam brilhar.

Pareceu-lhe que era como os marinheiros descreveram ter visto o fogo de Santo Elmo a bordo de seus navios durante tempestades elétricas. Iluminou todo o seu corpo. Harry observou hipnotizado enquanto ele movia lentamente as mãos para frente e para trás, observando os ecos de onde suas mãos costumavam desaparecer na escuridão.

Foi enquanto ele assistia a esta exibição; ele notou algo bem no limite de sua visão. Parecia ser uma figura solitária de alguém ou alguma coisa caminhando em sua direção. Ele baixou os braços e começou a forçar os olhos para focar a imagem que estava vendo.

Pareceu levar uma eternidade para se aproximar o suficiente para que Harry pudesse distinguir qualquer feição. Para total surpresa de Harry, a forma de seu falecido padrinho apareceu. "Huh... eu sabia! O Dursley finalmente quebrou e deve ter me matado." Harry afirmou sarcasticamente balançando a cabeça. Uma risada divertida veio da forma de Sirius Black.

"Bem, filhote, você está quase certo."

"Sirius... é você mesmo?" um Harry com olhos enevoados perguntou.

"É um cachorrinho, sou eu mesmo." Harry correu para abraçar seu padrinho, mas passou direto por ele. Um Harry confuso olhou para Sirius enquanto Sirius apenas ria.

"O que há de tão engraçado, seu velho vira-lata sarnento? Você parece sólido. Como é que eu passei direto por você?" Sirius lançou-lhe um olhar de desculpas.

"Harry, dê uma boa olhada em si mesmo e me diga o que você vê?" Um Harry confuso ergueu as mãos na frente dele e olhou bem de perto desta vez. Ele engasgou de surpresa, ele podia ver através de seus braços e mãos, olhou para o resto dele e percebeu que de fato ele podia ver através de si mesmo.

Harry olhou para Sirius "Eu não entendo. Você é sólido, mas eu não. Eu... como...?"

"Não sou nenhum especialista aqui, Harry, mas deixe-me tentar explicar da melhor maneira que posso. Veja, o mundo físico e aqui o mundo espiritual, por falta de uma palavra melhor, ocupam o mesmo espaço, mas em fases ou planos diferentes da existência. Neste plano as coisas são tão sólidas para nós quanto as coisas são no plano dos 'vivos', você me entende até agora?" Harry acenou com a cabeça, mas seu rosto estava franzido em confusão.

Sirius lançou-lhe um sorriso compreensivo. "Todas as coisas Harry, espirituais ou físicas, têm forma e massa. Todas as coisas são feitas de matéria energizada que cria coesão, une as coisas em outras palavras. Todas as coisas vivas que você vê na vida cotidiana, como árvores, plantas, animais, água, e as pessoas são feitas dessa matéria energizada Harry.

A diferença entre a terra dos vivos e a terra dos mortos é muito minúscula, é apenas uma separação de assuntos, não uma destruição completa de um ou de outro. Eu ainda existo mesmo que o corpo tenha perecido; em essência, perdi a casca que abrigava esta parte da matéria energizada que você vê diante de você, mas ainda sou eu, com todos os pensamentos e emoções que tive antes, existindo agora em outro plano."

"Acho que entendo Sirius, mas isso não me explica. Por que não estou sólido aqui se estou morto?"

"Ah... bem, tecnicamente você está quase morto, não totalmente morto." sorriu Sirius. "

Cuidando de HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora