Ravenna Bartot
Sinto calafrios percorrendo meu corpo enquanto caminho pela floresta escura e gélida.
Motivo? Acabei de ter uma briga feia com minha mãe, de novo.
Eu e minha mãe éramos super amigas, ela me amava e eu também a amava, até o dia da morte de meu pai.
Era o dia do meu aniversário de 9 anos, dia onze de setembro. Meu pai teve de sair de carro para um compromisso urgente, ele falou que em meia hora voltaria. Mas eu como uma criança animada com o meu aniversário e para saber qual seria meu presente, fiquei o ligando várias e várias vezes, pedindo para que ele fosse rápido e chegasse logo em casa. Mamãe falou para que eu parace de o ligar enquanto ele dirigia mas eu não a dei ouvidos. Ele no outro lado da linha parecia nervoso e apressado, acho que por medo de me decepcionar no dia do meu aniversário, então ele fez oque eu pedi.
Ele foi rápido.
rapido de mais.
O carro capotou quatro vezes indo em direção a uma ponte e depois caiu da mesma.
E claro, meu pai como um mero humano sem habilidade alguma jamais conseguiria sobreviver a uma queda daquela altura.
Depois disto mamãe se afastou muito de mim, faz questão de me lembrar todos os dias de que a morte de meu pai foi minha culpa "a culpa é sua, eu te avisei para não ficar ligando para ele enquanto dirigia por que era perigoso, agora ele está morto por sua culpa sua assassina, ninguém nunca vai te amar sabendo que você matou o próprio pai seu monstro" era sempre isto, sempre o mesmo discurso de que a culpa era minha e que ninguém iria amar uma assassina.
Por mais que eu saiba que a culpa foi minha, eu era apenas uma criança que estava animada para o aniversário, que queria ganhar um presente legal e passar o dia com os pais. Mas agora, meu aniversário virou o pior dia de todos, para mim não tem mais diferença alguma.
O dia que a dez anos atrás era o dia mais feliz da minha vida, um dia de comemoração e felicidade, agora é o dia que mais me tortura, o dia que me faz relembrar tudo oque aconteceu, relembrar as palavras que tanto me machucam até hoje saindo da boca de minha própria mãe. Palavras estas que viraram minhas assombrações.
O dia que todos os meus demônios internos e externos se revelam.
Ou pelo menos se revelavam.
Minha família não é muito "normal" se é que me entende. Meu pai era um ser humano, já minha mãe é uma elfo, filha do rei do Reino Éter.
Eu como filha de um humano e uma elfo, acho que vocês já conseguem imaginar oque sou né? Metade humana, metade elfo.
Digamos que eu tenha uma aparência humana, mas também tenho alguns poderes de elfo como por exemplo: eu consigo ficar com a aparencia de elfo quando eu quiser. Quase todas as elfos tem a mesma aparência, pele clara como papel, cabelos brancos, lisos e compridos até a cintura, bom não é muito diferente de mim, mas a única coisa que tenho de diferente dos outros elfos é o cabelo, meu cabelo é negro como a noite, e mais curto do que a das outras. Quando estou no mundo das fadas, consigo ficar com a aparência de elfo, pois aqui no mundo das fadas, ninguém sabe que meu pai era um humano, e se descobrissem que eu sou metade humana, me expulsariam, não só do Reino Éter mas como de todo o mundo das fadas.
Humanos não são permitidos aqui, mesmo que você não seja uma completa humana igual a mim, basta ter o sangue humano correndo nas veias, ja é o bastante para nos expulsarem. Eu só nunca soube o por que disto, mamãe também nunca quiz me contar.
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Doce Maldição
FanfictionUma jovem metade humana e metade elfo, acaba tendo de ir morar no Reino Éter após o falecimento de seu pai. Quando acontece mais uma discussão com sua mãe, a mais nova rainha de Etér, ela acaba conhecendo um homem frio e misterioso que descobre um...