Apenas me Ame

1 0 0
                                    





          Quem você realmente é?

A empatia, em breves palavras, é a habilidade em compreender o outro para além do que se vê, e agir de acordo com isso.

Esse sentimento tão importante é uma das principais bases do ser humano.

A empatia em si ou a falta dela, sempre é julgada.

Somos julgados o tempo todo, e julgamos o tempo todo..
Se não fosse a bondade.. não seríamos nada além de animais.
Todos escondem segredos, sentimentos.. medos.
Ninguém é o que aparenta!
Você acredita no Destino? Ou no poder das escolhas? 
O amor verdadeiro é aquele que busca sempre o bem do outro, que não guarda rancores, que preserva a felicidade de ambos, que cuida sem esperar nada em troca.   
Mantenha seus pés no chão, mas deixe o amor tomar conta do seu coração.
Às vezes, tudo o que precisamos é nos entregar às forças do amor.






Primeiro Capítulo  Compaixão e respeito



Notting Hill  Casa cruz

Após um dia longo no restaurante, finalmente saio para uma pausa.
Já nos fundos encaro a noite fria sem estrelas, cansada respiro fundo e acendo um cigarro.
Pensativa em meus próprios problemas.. não havia notado uma inquietação não muito distante de mim.
Notei Ágata falando com um mendigo!
Algo nele chamou minha atenção. Me senti triste, talvez pena por ele. Era uma noite fria como de costume em Londres, e Ágata o encarava com desprezo!

—Por favor. Estou com fome! Nem me lembro da última vez que tive uma refeição!
— Onde pensa que está pedinte? Isso é um restaurante renomado! Se quer comida, deveria procurar uma instituição.
— Um pedaço de pão está bom. Não precisa me dar sua comida cara!

Encarei aquela cena curiosa, e com raiva admito! Não tinha um pingo de compaixão!
Existem muitos golpistas em Londres, eles te obrigam a comprar alimentos e depois vendem para conseguir drogas.
Outros mau caráter. Que agem de forma ilegal. Roubam e assediam as pessoas! Esse era o tipo que mais me irritava!
Mas este homem, realmente está com fome. Pediu apenas uma fatia de pão, como ela pode ser tão dura?
Observei aquele homem com mais curiosidade. Havia algo diferente nele! Admito que não tinha uma visão adequada para tirar conclusões a seu respeito.
Suas roupas eram largas, e seu capuz escondia seu rosto. Ainda assim minha intuição gritou!
A observo chamar o gerente, e por um instante, pensei que ele o ajudaria.
Joshua sempre foi gentil conosco, mas agiu da mesma forma que ela, com hostilidade, de forma rude, julgando o homem por sua aparência!
Cansada de tal cena, joguei meu cigarro e fui até eles.

—Ágata! Finalmente te achei. O deputado está te procurando. Ele quer elogiar vocês dois pelo excelente trabalho!
— Mesmo?
— Sim. Está a espera de vocês!

Tremendo pela mentira, respiro fundo assim que entram.

— Será que pode esperar pelo menos uma hora e meia?
— Esperar?
— Não importa quanto tempo demore, me espere na praça da esquina. Vou lhe levar algo para comer!
— Tudo bem. Muito obrigado!

Sorrio rapidamente.
Percebendo que ele poderia estar com frio, tiro minha jaqueta e lhe entrego.

—E você, não sentirá frio?
— Tudo bem! Eu vou ficar lá dentro! A propósito logo começará a nevar, e ficará ainda mais frio!
— Obrigado!
— Não por isso! Eu tenho que voltar.

Sentado na praça encaro os flocos de neve pensativo..
Perdi as contas de quantos restaurantes fui hoje atrás de comida, recebido por todos do mesmo modo.
Já estava desistindo, mas finalmente encontrei alguém gentil o suficiente.
Algumas horas depois a noto se aproximar, enlaçada ao seu próprio corpo tentando se esquentar.
Seu olhar encontrou o meu, então ela sorrio.
Aquele gesto me causou uma boa sensação. Foi um sorriso sincero.

—Você realmente esperou! Fiquei com medo que tivesse ido embora.
— Está com frio?

Ele tenta tirar a jaqueta para me entregar, mas o impeço.

—Não, tudo bem! Não estou com frio.
— Está tremendo!
— Não se preocupe!

Tirando a jaqueta me entrega.

—Tem certeza?
— A jaqueta é sua!
— Obrigada. Vamos voltar para o restaurante?
— Irão me expulsar!
— Tudo bem, todos já foram!

Caminhamos de volta..

— Não vai ter problemas por minha causa, não é?
— Não se preocupe, geralmente sou eu que fecho o restaurante!
— Isso não é função do gerente?
— Verdade. Mas Joshua não gosta de sair muito tarde, então eu o ajudo!
— Mas isso não é certo!
— Não é nada de mais. Ele tem família, se ele sair cedo consegue dar boa noite para o filho. Então eu diria que vale a pena!
— E quanto a você! Sua família não se importa?

O encaro surpresa, desvio o olhar um tanto triste.

— Eu não tenho família!

Respiro fundo..
Entrando no restaurante acendo as luzes, ele se senta na mesa em frente a lareira. Levo cinco pratos com diferentes refeições.
Ele os encarou com um sorriso, acabei sorrindo também. Me sentei a sua frente e encarei o fogo.

— A comida daqui realmente é boa! Obrigado.

O encaro.

— Não está no cardápio. É o primeiro a comer, que bom que gostou!
— Você fez isso?
— Sim. Depois que eu fechei, fui no mercado. Quando voltei preparei. Seria errado pegar as coisas daqui!

Ele começa a rir!

—Errado? Eles sequer notariam. Gastou todo o seu dinheiro comigo?

No modo como ele falou, pareceu zombar de mim, algo que não gostei nada!

— Talvez pra você seja normal pegar algo que não lhe pertença! Tem razão eles não notariam. Mas ainda assim seria errado, eu saberia. Não sou do tipo que gosta de dever algo, para ninguém!
— Me desculpe? Não foi minha intenção lhe ofender!
— Não ofendeu! Só não gosto que zombem de mim.
— Não foi minha intenção! Lorenzo! É um prazer.
— Valquíria!

Acendo um cigarro e volto a encarar o fogo.

— O que aconteceu com a sua família?

Levo meus olhos até ele.

—Se não quiser falar..
— Eles morreram!
—Sinto muito!
— Tudo bem. Já faz um tempo!
— Não é muito jovem para viver sozinha?
— Na verdade eu tenho um irmão!
— Onde ele está?
— Quando eu era pequena, nós éramos tão unidos. Tudo um para o outro, eu fazia qualquer coisa por ele! Coisas que não teria feito por mim. Mas então nós crescemos. Ele viveu sua vida normalmente, e eu fiquei presa no passado.
—Presa?
— Eu não tenho noção de tempo! O tempo passa diferente pra mim. Eu ainda estou presa aquela época. Ele no entanto cresceu, se apaixonou, se casou! Nós três vivíamos juntos, mas. Com o tempo, não conversávamos mais, o trabalho nos impedia de nos vermos, e quando nos víamos não era a mesma coisa! Eu me sentia incrivelmente solitária, eu me sentia um fardo! Eu atrapalhava a vida de casal deles, então decidi finalmente, o libertar. Arranjei uma casa e este emprego..
— O importante é que se amam! Pode pensar que estão distantes, mas aposto que ainda dariam suas vidas um pelo outro!
— Está certo! O sentimento de vazio me faz exagerar às vezes!
— É muito jovem para sentir tal vazio!
—Idade é só um número, não define quem realmente é!

Levo meus dedos até minha cabeça.

— Aqui eu sou mais velha do que você!
— Ainda tem muito o que viver. Muitas oportunidades.
— Não vai funcionar se eu às desperdiçar!
—E porque faria isso?
— Eu tenho o costume de me sabotar! Nada por muito tempo é interessante pra mim. Eu perco o interesse, desisto muito rápido. Eu não enxergo a vida, como as pessoas normais!
— Pessoas normais?
— Você realmente acha que existe algum valor na vida?
—Você é suicida?
— Suicida é uma palavra forte! Eu só não acredito na vida. Nas coisas boas que todos veem. Eu não entendo o mundo, os sentimentos nele!

Ele ri novamente, e me sinto ridícula por desabafar com ele!

—Acho que não tem coragem de viver de verdade!

Agora eu sorrio.

—Verdade! Mas se eu não tenho uma perspectiva de vida, porque tentaria?

Fui pego de surpresa. A encarei sem resposta.

— E você, porque vive na rua?
—E você, porque me ajudou? Se não vale a pena, por que ajudar alguém?
—A vida não tem sentido pra mim. Mas isso não anula o fato de me importar com alguém! Se eu tenho a oportunidade, porque não fazer?
— Você disse que sempre se sabota!
— Em relação a mim, não aos outros. Todos temos algum tipo de dificuldade, se eu tenho a chance de te ajudar, porque desperdiçar! Eu sempre gostei de ajudar os outros, nunca pensei duas vezes. Não me importo com as circunstancias, eu sempre vou tentar ajudar alguém. Faz parte de quem eu sou! Então..
—Então?
— E quanto a você? Já sabe muito sobre mim!
— Eu diria que não o suficiente!
—Ficou curioso?
— Um tanto!

Sorrimos rapidamente.

—Melhor eu ir. Já está ficando tarde!
— Mesmo? Não vai me dizer quem é!
—Acho que também lhe deixei curiosa!
—Um tanto!

Sorrimos.

—Eu já lhe disse meu nome!
— Não é o suficiente!
—O quê quer saber?
—Tudo!
— Tudo?
— Sou uma pessoa solitária! Nunca quero voltar para casa, e não desperdiço uma boa conversa!
—Isso me deixa triste!
—Não sinta pena de mim! Somos dois fodidos.
— Que linguajar!

Sorrio rapidamente ainda o encarando.

—Você não parece um mendigo comum! Tem certeza que é um?
— E como eu deveria me parecer?
— Eu já ajudei muitos moradores de rua. No entanto existe algo em você..
— Sou bonito demais?

Um sorriso escapa.

—Desculpe fazer tantas perguntas! Sou um tanto, curiosa. Mas tem razão está tarde.
— Obrigado pela refeição. Foi a melhor que eu já comi!

Sorrimos.

—Obrigada. Volta amanhã?
— Com toda a certeza!

Com um sorriso nos despedimos.

Na noite seguinte

O esperei por horas do lado de fora do restaurante, e nada. Provavelmente não virá mais.
Caminhando até a praça, me sento onde ele me esperou ontem, encarando as estrelas fumo pensativa, não querendo voltar para casa como de costume!
Algum tempo depois, percebo um homem correndo em minha direção, fiquei com um pouco de medo, mas sorri ao perceber que era ele!

—Desculpe a demora.
— Você me assustou por um instante. Mas fico feliz que pode vir!
— Eu também.

Ambos sorrimos.

—Vai cozinhar novamente?
—Vou!

Caminhamos até o restaurante.

—Como foi o seu dia?
— Bem, um pouco cansativo, mas ótimo! Gosto de ficar cansada, me faz pensar menos!
—É a primeira vez que escuto algo assim.
— Mesmo? Eu penso o tempo todo, geralmente besteiras. E você, como foi o seu dia?
— Cansativo também!
— E você, tem família?
— Tenho. Um filho, muitos parentes!
— Nenhum deles se importa?
— É complicado.
—Sempre é. Eu acho, que meus parentes fingem se importar. Mas nunca se importaram de verdade.
— Acho que é raro alguém se importar de verdade.
—Tenho a mesma ligeira impressão! E o seu filho, não tem contato com ele?
—Nossa relação é complicada!
—Todas são! Minha relação com meu irmão. Eu nunca digo o que penso, nunca o atormento com problemas, nunca digo o quão solitária ou triste eu me sinto. Sempre tento fazê-lo se sentir feliz. Quando nos importamos realmente com alguém, acho que não importa como realmente nos sentimos, com tanto que a outra pessoa esteja bem, segura.
—Nunca pensei desse modo. E acho que fui um tanto duro no modo como o criei!
— Nunca é tarde para dizer que se importa com alguém!
—Nunca é tão fácil.
—Eu sei.

Depois de comer rimos por algo bobo que ele disse!
Ele era inteligente e divertido. Fazia muito tempo que não ria tanto. Ele era tão intrigante, que me fez esquecer do tempo, ou dos meus problemas!

—Na próxima eu cozinho!
— Sabe cozinhar?
—Muito bem devo admitir!
—Olha, quantas qualidades.
—Você também tem muitas.
—Obrigada! Quer ver algo que nunca mostrei a ninguém?
— Sou muito velho pra você!

Um sorriso escapa

—Não seja rude! Eu já volto.

Coloco um vestido preto e passo um delineador e um batom vermelho.
Conecto meu celular no som do bar e caminho até o palco, me encarando surpreso se senta.
Já no palco imito a coreografia da companhia coronavideo.

Não consegui desviar o olhar dela. Ela dançava com paixão, raiva, feroz e ao mesmo tempo suave.
Parecia outra pessoa e me deslumbrava cada vez mais!
Encarei meu peito, ao perceber algo estranho, algo que não sentia há muito tempo!
Meu coração disparou, ela estava incrivelmente bonita e sensual! Estava tão irresistível, que desejei despi-la e fazê-la minha ali mesmo!

Assim que a música acaba respiro fundo e o encaro, após alguns segundos ele aplaude e se aproxima.

—Incrível.
—Gostou mesmo?
—Há quanto tempo dança?
—Desde de pequena! Mas nunca tinha dançado para ninguém.
—Então eu fui o seu primeiro?

O encarei um tanto surpresa, meu rosto queimou e percebi que fiquei corada.
Eu sei que interpretei errado, minha mente era um tanto, suja!
Eu era inocente, e também vulgar.

—Me desculpa, me deixei levar! Eu não tenho amigos, então exagero às vezes!
— Eu diria que você dança muito bem. Deveria fazer isso mais vezes.

Sorrio.

—Sabe dançar qualquer coisa?
— Mais ou menos, sim!
—O que acha de um tango?
— Sabe dançar?
— Eu tento!
—Adoro tango!
—Me daria a honra?

Ele estende sua mão, e a encaro com um sorriso.

—Eu adoraria!

Se aproximando escutamos um barulho! Ele sai rápido, desconecto meu celular, próxima a mesa me viro e encaro Joshua!

— O que faz aqui?
—Eu já estava fechando! Não percebi o tempo passar..

Me encarando de baixo para cima, me sinto incomodada!
Se aproximando bem perto ergue meu queixo e me encara.

—Porque está vestida assim? Está tentando me seduzir!

Ah que irritante!
Tentando me beijar, levo meu joelho contra o seu membro!

— Você não tem o direito de fazer nada, só porque ainda estou aqui!
—Sua vadia!

Me irritando ainda mais, pego minhas coisas e saio.

—Você está bem?

O encaro ainda caminhando.

—Ainda está aqui?
— Fiquei preocupado. A propósito belo chute!

Sorrio.

—Obrigada.

Parando de andar ergo minha cabeça e encaro a chuva começar a cair.

—É melhor nos escondermos!

O encaro e sorrio.

—Tem razão.

Ao sentir uma presença, encaro a minha frente. Noto um grandalhão nos encarando!

—Anda com mendigos agora?
—Não cansa de me seguir? Não é uma boa hora!

Vindo rápido até mim, sorrio de lado. Lorenzo tenta ir para cima dele, mas o impeço agarrando seu braço e o puxando para trás!

—Eu resolvo meus próprios problemas!

Digo indo até ele.
Correndo insinua um soco, correndo dou um pulo, chuto seu estômago e rosto o fazendo cair.
Me aproximando o encaro.

—Diga para o papai que eu não vou voltar! E se continuar a me seguir, na próxima eu te mato!
—Me desculpa? Desculpa..

Sorrindo me levanto e o encaro ir rápido em bora.
Encaro Lorenzo por cima do ombro, ainda no chão surpreso.
Me aproximando ele se ergue.

—Surpreso?
— Quem era?
— Um subordinado do meu pai!
— Seu pai não estava morto?
—Ele não é uma boa pessoa. Então está morto para mim!

A encarei surpreso.

— Você se defende muito bem!
— Você pega o jeito!

Sorrio.
Encaro suas roupas molhadas de baixo para cima, que realçam seu corpo forte!
Definitivamente, ele não se parecia nada com um mendigo!
O observei.. seu rosto estava sujo como suas roupas. Mas suas mãos e unhas, estavam completamente limpas! Aquilo me pareceu uma farsa!

— Que chuva fria! Quer tomar um banho em casa?
—Acho que não é apropriado!
—Apropriado? Lorenzo, posso te pagar um café qualquer dia desses?
— Que tipo de mulher convida um mendigo para sair?

Ergui minhas sobrancelhas surpresa, mas logo ri.

— Eu não preciso ouvir isso de alguém como você!

Me virando para ir, o encaro por cima do ombro.

— Não pense que me enganou com seu teatro em ser um mendigo! Se meu pai te mandou, é melhor desistir. Caso contrário vai se arrepender! Adeus Lorenzo.

Surpreso a encarei ir, e seu adeus pareceu um fim!
Senti um aperto no peito. Uma sensação que há muito tempo eu não sentia.
E acabei perdendo o controle!

Com um sorriso continuo meu caminho, de repente ele agarra meu braço e me beija!
O encarei surpresa por alguns segundos, mas logo não me contive, e o beijei também!
Mesmo encharcado pela chuva fria, seu corpo estava quente. Enquanto me beijava, segurei seu braço forte.
O querendo mais perto do meu corpo.
Meu corpo ficou quente, meu rosto queimou, meu coração disparou.
Sua língua invadia minha boca cada vez mais, brutalmente e suavemente.
Seu abraço firme enlaçava meu corpo completamente, e o mantinha perto do seu..
Aquilo me deixou excitada, eu queria cada vez mais.
Deslizando suas mãos sobre minhas costas, pressionou minha bunda, me deixando mais quente.
Mas do nada, ele se afasta!
Respirávamos fundo sem desviar o olhar um do outro..
Havia uma confusão e arrependimento em sua expressão.

—Desculpa eu não..

Sem dizer mais nada, ele simplesmente se foi!
Encarando o chão ainda eufórica, deslizo meus dedos sobre os meus lábios, e acabo sorrindo!

—Uhm, que interessante!




Segundo Capítulo Quem realmente somos? Quem é você?



Chamando a todos, Ágata nos coloca em fileiras, em um tipo de inspeção.
Esperamos o dono do restaurante chegar! Pela demora deve ser um idiota!
Assim que ele chega acompanhado de outros homens, todos bem vestidos, Ágata vai rápido até ele e o abraça.

—Querido!

Ele a afasta, e termina com ela na frente de todos!
Achei sua atitude imbecil, e a primeira impressão não poderia ser pior! Como poderia tratar sua namorada com tanto desprezo?
Joshua seu melhor amigo, também não o tratou diferente! Despediu os dois e mais alguns.
Todos o encaravam surpresos e com medo. Já eu o encarava séria, me pareceu um tipo desprezível! Capaz de pisar em qualquer um, simplesmente porque podia!
De repente ele me encara e sorri!
Ergui as sobrancelhas um tanto surpresa, mas logo o encarei como antes.
Seu olhar era penetrante, familiar!

—Porque está nos despedindo?
—Eu descobri que tenho câncer no fígado!

O encarei surpresa por um momento. Mas ainda assim, não lhe dá o direito de agir deste modo.
O que esse cara está armando?

—A doença já está um tanto avançada! Meus parentes, meu filho, não pareceram muito preocupados. Então eu decidi deixar todas as minhas redes de restaurantes para um, dos meus gerentes de confiança!

Não me diga! Que imbecil.

— Decidi fazer um teste com todos eles! Me vesti de mendigo e comecei a visitar todos os meus restaurantes!

Fecho meus olhos, um tanto incomodada!

—A procura de uma boa pessoa, que pensava no próximo. Assim que pisei no primeiro restaurante, fui recebido com olhares tortos e com grosseria! Estava prestes a desistir quando.. Quando encontrei alguém gentil!

Finalmente o encaro, completamente seria..

— Por isso decidi deixar tudo..
—Eu recuso!
—O quê?

Todos me encaram.

—Eu agradeço Lorenzo! Mas não pode dar algo tão grande, para alguém que não conhece, sem permissão!

A encaro sem palavras.

—Eu não quero o seu restaurante! Então se isso te incomoda, pode me demitir! Porque eu não vou aceitar.
—Qualquer um ficaria feliz com tal proposta!
—Se está realmente morrendo, deveria consertar as coisas com seu filho! Fazê-lo entender o significado desse lugar para você. Não dá-lo a um estranho, e fazê-lo te odiar mais! Só porque sua namorada foi rude com um mendigo, não justifica terminar com ela na frente de todos! Você culpa todos a sua volta, mas talvez, tenha um pouco de culpa também!

Surpreso me encara. Percebendo que fiz o mesmo que ele, lhe julgando na frente de todos, sai rápido de lá.
Fui para fora e respirei fundo, merda!
Sentada na praça acendo um cigarro e ergo minha cabeça, encarava o céu azul pensativa.
Acho que falei de mais como de costume! Quando algo me irrita, acabo sendo grossa.
Peguei pesado de mais com ele? Ahh, droga. Porque está me incomodando tanto? Ele com certeza vai me demitir por isso!
Depois de um tempo, tomo coragem e volto. O encaro sentado no bar de costas para mim examinando alguns papéis e bebendo uísque.

—Posso voltar para o meu trabalho, ou já estou demitida?

Ele me encara por cima do ombro.

—Já demiti muita gente por hoje! Talvez amanhã.

Sorrio rapidamente e me aproximo, paro ao seu lado e o encaro.

—Pode ficar na cozinha hoje?
—Sim. Amanhã você contrata um cozinheiro! Gosto de ser garçonete.

Ambos sorrimos.

— Me desculpa? Não deveria ter sido tão abusada!
—Nisso concordamos!

Com as mangas dobradas e alguns botões da sua camisa branca abertos, o encarei completamente diferente de antes.
Ele era um homem muito bonito!
Senti meu rosto queimar enquanto o encarava, e me lembrar daquele beijo, me deixou excitada!
Ele se tornou outra pessoa. Incrível o que um banho pode fazer!
E claro, suas roupas sob medida!
O irônico disso, é que ele jamais olharia para alguém como eu. Se não fosse o seu joguinho!

—Vai nos ajudar hoje?
—Não tenho escolha! Não há muito pessoal, vou ter que ficar.

O ajudei a noite toda, mesmo não me sentindo bem. Por conta daquela chuva acabei pegando um resfriado.
Ah odeio resfriados!
Limpando uma das mesas o observo sem querer, e durante todo o tempo me peguei fazendo isso!
Eu me interessava muito rápido por alguém, e me desinteressava também! Eu nunca consegui amar alguém, nunca me interessei em sair com ninguém de verdade!
Quem gostava de mim, não me interessava, e aquele que eu gostava, não se interessava por mim!
Ahh..
Me pergunto se realmente estou interessada nele, ou se de novo é coisa da minha cabeça, e se eu teria chance!

— O quê foi?
—Uhm?
—Porque está me encarando?
— Não percebi desculpa! Estava distraída, não tem haver com você.
— Você está bem?
—Sim.
— Não parece nada bem! Porque não sai mais cedo!
—Tem certeza?
—Sim, pode ir!
—Nesse caso vou aceitar. Está começando a piorar!

Tento lhe perguntar algo, mas ela vai logo pegar suas coisas. Já perto da porta, noto seu rosto ainda mais vermelho, seus olhos cansados quase não os mantinha abertos.
Desmaiando, em um movimento rápido a enlaço antes que possa atingir o chão.
Chamei pelo seu nome mas não acordou, percebi que estava ardendo em febre, me preocupei ainda mais!

Na manhã seguinte  Whitechapel

Acordando esfrego meus olhos que doem. Abro meus olhos e percebo estar em um quarto estranho!
Levo meus olhos para cada parte do quarto curiosa, mas não me levanto ou tento correr.
Me sinto tão mal, que nem mesmo quero fugir! Se aproximando o encarei e ergui as sobrancelhas.
Ele vestia apenas a calça do pijama, encarei seu peito forte, sem querer fiquei excitada!
Me encarando desviei o olhar.
Meu coração disparou, me senti eufórica. Uma mistura nada sensata. Mal estar e euforia..
Ele se sentou ao meu lado na cama com uma bandeja de café da manhã, levei meus olhos até ele.

—Finalmente acordou! Está melhor?

Meus olhos se enchem de lágrimas, e acabo espirrando.

—Ótima!
— Aqui. Tome estes remédios, vai se sentir melhor!

Encarei os remédios em suas mãos surpresa, levei meus olhos até o café que ele preparou, e me senti triste.
Já fazia muito tempo, muito tempo, que ninguém fazia algo assim por mim.

— Não deveria se preocupar tanto com estranhos!
— Você não é uma estranha.

O encaro surpresa.

— Desmaiou porque não está se alimentando direito!
— Como sabe?
— Não vai sequer negar?
— Como percebeu?
— Chamei um médico!
—Uhm, obrigada.
— Não por isso!

Sorrio. Tomando o remédio, pego a xícara de café.


—Forte demais?
—Eu gosto!
— Eu também!

Sorrimos rapidamente. Percebendo algo estranho, encaro meu colo e percebo estar de camisola.
Levo meus olhos até ele desconfiada!

—Quem me trocou?
—Eu!

Ergo as sobrancelhas surpresa.

—Tirou minha roupa enquanto eu dormia?
— Sim!
— Porquê?
— Você vomitou, nela toda!
— Uhm. Então ainda bem que eu não me lembro!
— Te dei um banho também! Acredite você vomitou muito.
—Está mentindo!
— Não.
— Está! Eu sei quando alguém mente. É uma habilidade que tenho desde pequena.
— Habilidade interessante!
—Concordo!
— Ainda assim, vi as cicatrizes nas suas costas! Quem fez isso?

Desvio o olhar com certo incomodo. Encaro o maço de cigarros na cabeceira.

—Se incomoda?
— Vai fumar estando doente?
— E tem hora para isso?

Acendo o cigarro e dou um trago, soltando a fumaça lhe ofereço, aceitando, dividimos o cigarro.

—Então?
— Estou pensando se quero te contar!
—Tudo bem. Pode me contar quando confiar em mim!
— Eu nunca confio em ninguém! Nem mesmo em mim.
—Mesmo assim, vou esperar!
—Porque me beijou?
—O quê?
—Porque Lorenzo?
—Não tenho uma resposta pra isso! Só aconteceu.

Não sei se era a gripe, mas meu coração estava eufórico.
E sem resistir, eu o beijo!
Ele retribuí por alguns segundos, mas logo me afasta.

—O quê você..
— Porque me beijar antes, e me afastar agora?
— Você é uma criança!
— Que irritante! Odeio tal palavra. Eu nunca fui uma! Então não me chame mais disso.
— A culpa é minha. Não deveria ter feito aquilo. Está confusa!

Ele não gosta de mim! Como de costume.

—Já que é assim!

O empurrando contra a cama, me posiciono sobre ele, prendendo seus pulsos contra a cama o beijo.
Tentando se soltar o seguro mais forte, invadindo sua boca com a minha língua senti meu rosto queimar.
Seu membro roçava contra a minha calcinha, me deixando mais excitada.
Deslizando minha mão sobre seu peito cheguei até seu membro e percebi o quanto era grande.
Eu nunca havia feito isso antes, mas estava cansada, de sofrer por alguém, que sequer sabia sobre a minha existência!
Eu acho que gosto dele, eu desejo ele, então porque não tomá-lo pra mim!?
Se soltando me vira contra a cama e se levanta, acabo tossindo e o encaro.

— O quê pensa que está fazendo?
— Eu gosto de você! Então se não está interessado, pode apenas me usar! Eu não me importo.

A encarei surpreso.

— Como eu poderia me interessar por alguém que age de forma tão infantil, tão vulgar! Tive uma ideia errada de você. É melhor ir!

O encarei surpresa e sem resposta. Mas logo me levantei e caminhei até a saída!
Sai tão rápido que sequer percebi que estava descalça e de camisola!
Caminhando pensativa pelas ruas geladas de Londres, enlacei meu corpo tentando me esquentar, minha garganta doía mais.
Mas o que ele disse, estava certo! Eu não pensei, só fiz!
Admito que foi infantil. Mas estou cansada, cansada de nunca amar alguém, de ninguém nunca me amar!
Estou cansada de me sentir, inútil, incapaz de me expressar. Às vezes nem mesmo eu me entendo!  Droga.
Normalmente eu não digo nada, não faço nada. Porque fui tão longe com ele?
Merda! Paro ao perceber dois homens me encarando.

—Ei gracinha está perdida?
— Está com frio? Porque não vamos para minha casa, vou te aquecer!
— Porque não se olha no espelho? Eu não iria pra casa de um verme tão desprezível!
— O quê você disse?
—Ainda é surdo? Que irritante!

Tento seguir mas um deles agarra meu braço!
Passando por de baixo do seu braço, chuto a parte de trás da sua perna.
Pressiono suas costas com o meu pé e quase quebro o seu braço.

—Sua mãe nunca disse para não mexer com as garotas!
—Disse! Mas eu nunca dei muita atenção para ela!

O outro atinge minhas costas com um pedaço de madeira. Perdendo o equilíbrio ele puxa meu braço e acerta meu rosto!
Caindo o encaro com raiva.

—Quem você pensa que é sua vadia?
— Ahh eu vou adorar quebrar a sua perna!

Erguendo seu braço ameaça me bater novamente, levei meu braço até meu rosto tentando me defender.
Mas Lorenzo se colocou a minha frente e me abraçou, o encarei surpresa, o homem atingiu suas costas de novo e de novo.
Me senti triste e com mais raiva.
O enlaçando o virei e recebi o golpe, tentando de novo segurei o objeto e o encarei por cima do ombro.
Em um movimento rápido tomo o taco e me ergo, acerto seu rosto, caindo o acerto de novo e de novo.
O outro se aproxima, me virando acerto seu rosto, e volto para o outro.
Focando em sua perna, a quebro com prazer!
Largando o taco enlaço Lorenzo e saímos de lá.
Já um pouco distantes, vou para um beco e o sento. De frente para ele o encaro, ele parece com dor!

—Idiota! Porque fez isso? Se machucou por minha causa.
— Não poderia deixar ele te machucar!
— Já falei pra parar de se importar com estranhos! Desse jeito só vai se machucar.
— Você está bem?
— Melhor do que você suponho!

Pressionando sua nuca encaro suas costas, percebendo sangue absorver o tecido de sua blusa, me sinto mal.

—Vamos, vou fazer um curativo!

Est end

Sentado no sofá tiro sua roupa de cima com cuidado, mesmo assim ele faz cara de dor.
Limpando seu ferimento encaro os hematomas pela suas costas e me sinto ainda mais triste.

—E quanto ao seu rosto! Está machucada também.
— Eu estou acostumada! Não se preocupe.
—Isso me deixa triste.
— Porque veio atrás de mim?
— Você saiu apenas de camisola, não tive escolha!
— Uhm. Obrigada por me ajudar de novo!
— Está virando um hábito!
— É melhor parar enquanto pode! Eu gosto um pouco de você, mas estou acostumada com a rejeição. É melhor se afastar de mim. Eu não sou uma boa pessoa!
— Pelo pouco que conheci de você, eu diria que é uma ótima pessoa!
— Se você me conhecesse de verdade, sentiria nojo!

Se virando me encara, o encaro surpresa.

— Eu nunca sentiria isso, você é sim uma boa pessoa! Eu não sei pelo que passou, mas vou te mostrar um mundo diferente!

Acabo rindo.

—Diferente é?

Afastando meus cabelos, ele limpa meu ferimento no rosto e faz um curativo.
Durante todo o tempo o encarei, de forma diferente de antes, com o coração ainda disparado.
Ele era diferente de todos os outros que eu já conheci. Ele era o único, do qual eu não conseguia prever suas ações.
Em toda a minha vida, eu só me interessei de fato por uma pessoa! Que me rejeitou da pior forma!
Por causa dele. Eu me tornei alguém ainda mais fechada.
Por causa dele eu desisti do amor.
Mas ironicamente, eu percebo como eu me sinto com o Lorenzo.
Emoções sutis que parecem grandes.
A felicidade que surge pela sua simples companhia.
O sorriso em torno das conversas.
A sensação no peito..
A euforia.. e o desejo de estar perto dele..
Emoções sutis, que parecem grandes..



Terceiro Capítulo Porque não?



Algumas semanas depois Casa cruz

No fim do expediente me sento no chão perto da cozinha.
Escondida encosto minha cabeça contra a parede e acendo um cigarro.
Respiro fundo, o encaro se aproximar e se sentar ao meu lado esquerdo.
Como de costume dividimos o cigarro.

—Que dia cheio!
— Precisa contratar mais gente, logo!
—Eu sei, estive meio ocupado!
—Como você está?
— O mesmo de sempre! É uma doença incurável, não há o que fazer.

O encaro tristemente.

—Lorenzo!
—Uhm?
—Se existisse uma forma de você se curar, o que você faria?
—Agarraria com todas as forças!
—Claro..
— O quê foi?
—Já está apaixonado por mim?
— Não seja boba!

Sorrio.

—Não custa tentar! Você é bem difícil.
— Eu já disse, eu sou um homem velho e doente! Logo vai se interessar por alguém da sua idade..
— Ahh que irritante! Se você me visse com outro, não sentiria um pingo de ciúmes?
—Não!

Desvio o olhar.

—Sempre direto! Já faz um tempo que nos conhecemos, e continuo gostando cada vez mais de você! Mas suas desculpas, estão me irritando! Durma comigo ou deixe de ser meu amigo! Qual você escolhe?

O encaro, surpreso não me dá uma resposta.

—Você tem até amanhã a noite para me responder! Caso contrário vou te esquecer. É sério, já cansei desse jogo!

Me levantando saio sem dizer mais nada.
Terminando de limpar as mesas, ele se aproxima por trás de mim, o encaro por cima do ombro e sorrio.

— Porque não para de brincar!
—Você é mais experiente do que eu! Acha mesmo que eu estou brincando?
— Porque..

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 05 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Apenas me AmeOnde histórias criam vida. Descubra agora