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Terra-24758


O VENTO SUSSURAVA entre as árvores, carregando consigo o aroma fresco da floresta. Alicia estava parada diante de uma lápide, enquanto contemplava as palavras gravadas na pedra fria.

"Maria Hill. Amada esposa, mãe e heroína. Que sua coragem e bondade vivam para sempre em nossos corações."

Alicia respirou fundo, tentando encontrar as palavras para expressar a torrente de emoções que a assolavam. Faziam sete meses desde que perdera a mãe, mas a dor ainda era tão aguda como no primeiro dia.

Ela recordava a infância, quando sua mãe era seu modelo, seu espelho. Desde cedo, Maria fora a fonte de inspiração de Alicia. Ensinando-a a lutar aos sete anos, as mãos pequenas cerradas em punhos, seguindo os passos de sua mãe. Aos doze, já era mais habilidosa do que qualquer criança da sua idade, graças aos ensinamentos de Maria.

Natasha também a ensinou a ser inteligente e vigilante, a observar tudo ao seu redor com olhos afiados e mente aguçada. Eram lições que Alicia carregava consigo até hoje, como uma herança valiosa deixada por suas mães.

Alicia sentiu um aperto no coração, uma mistura de saudade e gratidão. Sabia que Maria nunca mais estaria fisicamente presente em sua vida, mas sua influência continuaria a guiá-la.

— Eu sinto sua falta, mãe — sussurrou Alicia, sua voz embargada pelo choro.

As lágrimas rolavam livremente por suas bochechas, testemunhas silenciosas de sua dor.

— Eu queria poder te abraçar uma última vez — continuou Alicia. Seu peito apertado de tristeza. — Dizer o quanto te amo.

Ela estendeu a mão tremendo para tocar a lápide fria, como se pudesse sentir a presença reconfortante de sua mãe ao seu lado. Mas tudo o que encontrou foi o vazio gelado da pedra, um lembrete cruel da realidade.

Com um suspiro cansado, Alicia se ajoelhou diante da lápide, as lágrimas continuando a cair em um fluxo interminável. Ela fechou os olhos por um momento, permitindo-se afundar na escuridão.

Uma imagem patética, quando foi que ela virou essa pessoa fraca?

— Eu prometo, mãe. — murmurou Alicia, sua voz embargada pelo choro. — Eu vou honrar seu legado. Vou encontrar meu caminho, mesmo que pareça impossível agora.

Com um último olhar para a lápide de sua mãe, Alicia se levantou lentamente, sentindo o peso do mundo sobre seus ombros.

O caminho de volta para casa era um labirinto de ruas familiares e becos silenciosos, cada esquina repleta de lembranças de tempos mais felizes. Alicia caminhava com passos lentos e pesados, seu coração ainda pesaroso com a perda recente de sua mãe. Ela se sentia como se estivesse em um pesadelo sem fim, incapaz de escapar da dor que a consumia.

Durante sete longos meses, essa era a sua rotina: acordar, ir para a escola, visitar o túmulo de sua mãe e voltar para casa, tentando disfarçar seu sofrimento. Nesse meio tempo, ela perdeu amigos, mas não os culpava, em algum momento as pessoas desistem de tentar te trazer de volta ao que você era. Mas uma vez que você passa pelo luto, você nunca será a mesma, e Alicia aceitou isso. Ela também aprendeu que precisava escondeu a dor. Ela compreendia que não precisava ocultar sua dor de Natasha, mas era difícil evitar. Testemunhar como seu comportamento afetava sua mãe a deixava mal. Assim, ela continuava fingindo estar bem, era mais fácil.

Ao atravessar a porta da frente de casa, Alicia foi recebida pelo silêncio opressivo que parecia preencher cada canto. O cheiro familiar do lar, uma mistura de café recém-passado e velas perfumadas, trouxe uma onda de nostalgia.

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⏰ Última atualização: Apr 18 ⏰

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