~ Nate BeyanÉ horrível, é realmente tão horrível.
Eu estou deprimido há muito tempo, e eu não fui melhorando mesmo depois de tentar seguir a vida.
Estava me sentindo tão sozinho e triste... estava só me isolando cada vez mais do mundo... Eu estava ficando mau com a minha vida e com a minha própria existência.
Nesse meio tempo não existiu nenhum tipo de apoio, ajuda, acolhimento, e nem o meu eu mais profundo queria me ajudar.
Eu estava e ainda sigo totalmente perdido.
Sabe quando você está rodeado de pessoas e mesmo assim se sente sozinho? Isso parece um tipo de sensação que eu sinto a todo momento, sem pausa, sem nem piscar, sem olhar o relógio e sem ter que pensar muito sobre.
Você tem namorada, amigos, filha e uma "família" (entre muitas aspas pois eu não sei se isso pode ser classificado família) e mesmo assim não tem ninguém e nada que te faça feliz.
Andando pelo caminho de casa, consigo olhar todas as outras pessoas soltando risadas divertidas e cheias de alegria e para falar a verdade, eu sinto inveja.
Sou tão infeliz ao ponto de sentir inveja da felicidade dos outros, que merda, não é mesmo?
Sinto as paredes se fechando encima de mim enquanto músicas de jazz tocam alto no toca-discos.
Permaneço sentado de pernas cruzadas no sofá pequeno de cor lilás, enquanto penso em toda a situação a minha volta.
Minha namorada, Karen, se senta ao meu lado no sofá enquanto fuma um cigarro com a nossa filha no colo.
- Nate, seu ridículo! - Ela diz olhando com os olhos arregalados. - Desliga esse barulho insuportável. -
Reviro os olhos e abaixo o volume com todo o sentimento de rancor e desagrado possível.
- Que coisa ridícula! - Digo dando um leve peteleco no cigarro que está no meio dos lábios dela. - Sabia que isso faz mal?!? Não para você, você realmente não importa, mas é essa criança que ainda tem importância. -
Ela olha de volta com raiva e segura a bebê com bastante força.
- Se ela importa mais que eu, por que você não cuida dela? Uhm? -
- Me dá a Lohey então! - Tento puxar ela doa braços de Karen. - Vai, me dá ela, agora! -
- Não! Eu disse isso mas... Mas você não cuida nem de si, imagina de uma criança. -
Karen levanta rapidamente dando ombros e leva a pequena menina junto de si, enquanto tira outro cigarro do bolso e o acende na cozinha.
Aumento o volume do toca-discos mais uma vez e dessa vez, um pouco mais alto para irritar, irritar de verdade.
Porra, você ferra a sua vida e ainda por cima ferra a vida de outro ser? E esse ser ainda por cima é uma criança, uma criatura indefesa, que não pode fazer nada além de observar sua vida sendo distruida por adultos chatos e irresponsáveis, que coisa horrível.
O tempo passa de uma forma tão lenta ao ponto de doer esperar o dia finalmente chegar ao fim.
Para o jantar, ah, quem disse que existe jantar nessa casa? Aqui tudo se resume a vodka e cigarros.
"E a Lohey?", Ela simplesmente consume a única coisa produtiva que a mãe ainda faz da vida, leite.
- Pelo amor de Deus! Lohey, para de chorar! - Karen grita enquanto coloca a pequena no sofá.
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I Don't Have a Gun
Non-FictionNate Beyan vive uma vida marcada pela escuridão da depressão severa, onde cada dia é uma batalha árdua contra os demônios internos que o consomem. Sua namorada, Karen, compartilha dos mesmos problemas, tornando cada momento juntos um mergulho ainda...