Prometida Ao Executor

Capítulo 35

Chegamos à Juilliard numa manhã clara, e meu coração batia tão forte que parecia querer sair pela boca. O prédio era uma imponente estrutura arquitetônica que inspirava grandeza e arte. À medida que adentrávamos no prédio, fomos recebidas por um hall espaçoso e iluminado, decorado com obras de arte e esculturas.

Nosso guia nos conduziu por corredores adornados com fotografias de grandes artistas que passaram pela universidade. Passamos por salas de aula equipadas com instrumentos musicais de alta qualidade, onde podíamos ouvir suaves acordes sendo tocados por alunos dedicados.

Finalmente, chegamos às salas de dança, onde um workshop de dança contemporânea estava prestes a começar. A música suave ecoava pelas paredes, convidando-nos a entrar em um mundo de movimento e expressão. As janelas amplas permitiam a entrada da luz natural, criando um ambiente acolhedor e inspirador para os dançarinos.

Enquanto observava cada detalhe daquele lugar mágico, senti uma mistura de emoções. Estar ali era mais do que um sonho se tornando realidade. Era o começo de uma jornada onde eu poderia finalmente explorar minha paixão pela dança e seguir os passos dos grandes artistas que também passaram por ali. Eu sei que no mundo em que vivo, não tenho a menor chance de seguir em uma carreira artística, mas fico bastante feliz em pensar que ainda posso aprender e ter o prazer de pisar em um lugar como esse.

Giulia me apresenta a Celina, uma moça alta e esguia, vestida em malhas de dança e sapatilhas. Celina parece uma deusa negra, e sorri enquanto trocamos um cumprimento. Em seguida, Giulia se volta para ela.

— Muito prazer, Diana! Giulia me falou muito de você! — Celina sorri e olha ao redor rapidamente. — Você se inscreveu, certo? Para o workshop?

— Oh, sim! — respondo, empolgada, e mostro a ela a credencial.

— Ótimo! Vamos entrar, e vou te apresentar o pessoal!

Giulia se despede rapidamente, e combinamos de nos encontrarmos mais tarde. Celine é falante, e o nervosismo inicial por conhecer outras pessoas passa quase imediatamente. Tive uma professora que uma vez disse que a arte unia as pessoas, e totais desconhecidos estavam no instante seguinte falando sobre testes, compartilhando experiências, enquanto faziam seu aquecimento.

A aula dura toda a manhã e realmente não é para amadores. Muito de nós é exigido, e nesse momento é separado quem dança bem dos realmente talentosos, e então os que se destacam e poderiam até mesmo trilhar ao estrelato. Celina, sem dúvida, poderia se tornar uma estrela de um grande musical, com toda sua técnica. E há muitos outros ali, e nossos professores parecem observar atentamente cada um de nós.

Ao final da aula, sinto-me exausta, mas satisfeita! Foi uma experiência enriquecedora, e Celine pede meu contato para que a gente continue a se falar, o que eu gostaria muito. Ela me fala sobre inscrições e audições, e ao ver as datas nos panfletos, noto que ainda faltam meses para que sejam abertas novamente. Então, uma das professoras se aproxima.

— Diana, eu poderia falar com você um instante?

— Claro. — nos afastamos em direção à uma das janelas, enquanto bebo um pouco de água e ela enxuga o suor do rosto.

— Sei que deve querer uma vaga aqui, nessa instituição, e não tenho dúvidas de que conseguirá. — fala, seu tom é tranquilo. — Mas, se até lá tiver interesse em continuar estudando, temos uma vaga para você. — ela me entrega um cartão, simplesmente da Broadway Dance Center!

Ela me explica que existem programas mais curtos dos quais eu poderia participar, e que ela mesma considerou o que viu, suficiente para me oferecer uma vaga: — Se estiver interessada, me procure. — disse antes de se despedir, e espero não ter respondido algo idiota, pois ainda não conseguia acreditar no convite que havia recebido!

Peguei meus pertences e saí, enquanto digitava uma mensagem para Giulia, perguntando onde ela estava, e se o almoço ainda estava nos planos. Logo a encontro enquanto ela se despede de uma colega e vem em minha direção, animada para saber como foi o workshop, e dizendo que está passando mal de vontade de comer um hambúrguer. A ideia me faz salivar, não me lembro quando foi a última vez que comi um hambúrguer, e quem sou eu para negar o desejo de uma grávida!

Giulia e eu vamos à uma famosa franquia, e enquanto nos deliciamos com o lanche, conto a ela sobre minha manhã no workshop. Ela ouve atentamente e fica impressionada com o convite que recebi, dizendo que é uma oportunidade única, e que eu não deveria recusar. Sei que parece bobagem, mas tudo parece tão mais simples depois que mudei para Nova York. E me sinto culpada quando, por um momento, penso que minha mãe tornava as coisas mais difíceis e parecia ter um certo prazer nisso. Afasto esses pensamentos, e dou mais uma mordida em meu hambúrguer, que talvez Charlotte tivesse um chilique se soubesse que estou comendo. Giulia pesquisa rapidamente sobre a Broadway Dance Center, e me mostra algumas fotos, ela está empolgada e diz que eu deveria ir lá o quanto antes!

— Deveria contar ao Sr. Capasso. — ela fala, logo que nos levantamos para ir embora.

— Estava pensando em ir agora... — sinto meu rosto ficando vermelho, e posso ver Giulia sorrindo. — Se eu soubesse onde ele está. O celular está fora de área.

— Fabian. — ela chama, e seu escolta se aproxima. Fico impressionada com a confiança que Villani tem no próprio taco deixando sua jovem esposa, que parece mais uma princesa etérea, ser escoltada por um homem bonito com Fabian Schiavo. E nem estou falando de traição, porque é óbvio que Giulia só tem olhos para o marido, mas pelas línguas afiadas das senhoras da máfia mesmo! — Localize o Sr. Capasso para mim, por favor.

Ele imediatamente fala com alguém no comunicador, e segundos depois uma mensagem chega ao celular de Giulia.

— Ele teve algo importante para resolver no cais. — ela fala para que somente eu ouça. — Posso pedir que a acompanhem até a Crimson Tide. Há um ótimo, e seguro, ambiente onde poderá aguardar pelo executor.

— Você diz... a boate? — ah, agora eu posso entrar em uma!

— Sim, estive com Michael lá para a inauguração, é incrível! — ela fala enquanto caminhamos para nossos carros. — Deveriam aproveitar qualquer noite dessas.

Eu e Giulia nos despedimos, e com o carro já em movimento, recebo uma chamada de Bosco. Ele me diz que estava sem sinal, e perguntou se estava tudo bem. Disse a ele que estava indo encontrá-lo e que tinha novidades para contar, e Bosco pareceu gostar da ideia.

Quando chego, o vejo descendo a luxuosa escadaria da boate para me encontrar. Bosco me beija de leve nos lábios e em seguida me leva para conhecer a boate. Ele faz um tour comigo pelo local, e acho tudo muito luxuoso e único! Sei que a boate é apenas fachada para os negócios da Famiglia, mas ainda assim um negócio extremamente lucrativo. Bebemos um pouco e conto a ele sobre minha manhã no workshop, e sobre o convite. Há um orgulho discreto no sorriso dele, e isso me deixa feliz! Ele me diz que deveríamos comemorar, pois considera um feito e tanto! Então sugere me trazer à noite, pois haverá uma banda tocando e vários outros artistas, o que é realmente empolgante. Em outras ocasiões, talvez fosse a saída perfeita, mas não hoje. Digo a ele que gostaria de pedir uma pizza e que ficássemos só nós dois, longe do barulho e de toda aquela gente que deve lotar a boate.

Bosco me puxa para perto dele, e meu corpo inteiro parece despertar, porque sei que ele concorda, que sempre vai ser melhor somente eu e ele.