capítulo 1

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Seu cabelo estava bagunçado.

Não era o simples bagunçado de quando alguém acabou de acordar, era como se tivesse passado por um vendaval enquanto corria de patos com um pão na mão.

Um pouco específico? Talvez, mas aquele dia causou trauma o suficiente e foi justamente naquele dia que percebeu um padrão.

Se acordasse com seu cabelo mais bagunçado que o normal, com o dobro de nó que deveria ser possível em algo tão curto, era porque o dia não seria bom.

Era a sua versão de "acordar com o pé esquerdo" ou "caiu da cama quando acordou".

Depois do acidente dos patos que traumatizou o pequeno Roier para sempre, passou a perceber esse estranho aviso do destino, cabelo estando uma merda era igual um dia merda.

Só isso era o suficiente para querer ficar na cama o dia todo e impedir qualquer coisa ruim de acontecer, mas a vida não era o que ele queria.

Já acordou atrasado, seu despertador não tocou, estava mais quente que o normal e nem mesmo um banho gelado parecia ajudar. Nem vamos relembrar que não conseguiu pentear o seu símbolo de mau agouro.

Isso aconteceu justamente em dia de prova, a bendita prova de biologia, muitas vezes se perguntava o porquê diabos tinha que saber se uma planta era angiosperma ou uma outra classificação que ele não lembrava o nome - só que começava com "G"-.

Se saiu mal nela, a Rivers faltou e para piorar tinha brigado com o Carre por um motivo tão besta.

Um dia de merda, como sabia que seria.

Quando chegou em casa, estava totalmente vazia e se lembrou que hoje era o dia que o pa Foolish ia levar a Leo para brincar com algumas amigas e ia chegar tarde, seu pa Vegetta estava viajando.

"Como sempre" sua mente sussurrou de maneira venenosa.

Só querendo que esse dia acabasse logo, tentou o máximo possível dormir, caindo na sua cama com as roupas do dia, sem nem tirar o tênis, fechando os olhos e querendo que o sono o levasse para o dia seguinte, só que novamente, as coisas não aconteceram como o planejado.

Quando sentia sua consciência sumir pouco a pouco, sentiu um enorme peso nas suas costas, e então garras profundas arranhando sua camisa.

- Ai! Chinga tu madre Tamal! - Falou mais alto e saiu da posição, vendo o gato preto observar atentamente, com aqueles olhos amarelos vibrantes.

O animal miou em resposta.

- Que foi em? Teu dono não te deu comida não?

Outro miado.

Suspirou e levantou da cama totalmente acordado agora e sentiu o animal ir para os seus pés e então caminhar para onde o garoto imaginava que ele iria, o pote de ração.

Se ele achava sua irmã um pouco mimada às vezes, isso era nada comparado aos gatos dela, sério, a pequena mimava tanto os seus animais que parecia que se importava mais com eles do que com sua família.

Ouviu outro miado e no seu pé estava o pequeno Chipotle, com seu leal manto amarelo, combinando com a sua cor.

Caminhou com os dois até chegar no pote de ração, que estava cheio, mas se viu obrigado a trocar porque os animais não gostavam de comer comida "velha", aproveitou e conferiu se estava ligada a torneira dos gatos e viu que sim.

Bocejou enquanto caminhava para o seu quarto, querendo tentar novamente dormir, só que bem na hora o seu despertador tocou, lembrando que agora era o horário que ele tinha definido para estudar.

Te llevaste mi tristeza, con colores Onde histórias criam vida. Descubra agora