IV

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Sentada sob a grade do segundo andar, com o olhar fixo em seus irmãos mais velhos, está cyra, olhando o primeiro andar onde os irmãos andam de um lado para o outro. Murmurando, sussurrando, trocando palavras de nervosismo.

Alanor e Kasper, que normalmente são agitados e falantes, estão quietos, ou pelo menos quase quietos. Estão sentados em um dos sofás do primeiro andar olhando o sétimo irmão de forma relutante, o nervosismo misturado com a curiosidade estampada em suas íris douradas.

— 10 drayans... — Murmurou o mais velho. A cabeça tombada para o lado com a boca próxima ao ouvido do gêmeo mais novo. Que está sentado a seu lado no minúsculo sofá, com o braço por cima do ombro de seu irmão.

— 15 drayans, e duas cervejas — O mais novo o olha zombeteiro, o sorriso estampado em seus lábios e os olhos afiados, transmitindo seu desafio. O mais velho franze a boca pensando em sua proposta. O olhar volta para o sétimo irmão que parece estar prestes a ter um infarte quando o quinto irmão lhe dá uma faca para que ele morda o cabo. Seu olhar se encontra com o do gêmeo e um sorriso surge em ambos os lábios.

— 20 drayans e cinco cervejas~ — Eles se olham por alguns segundos até aceitarem a proposta. O olhar curioso volta para o andar de cima. — Não dura 2 minutos ~

No andar de cima. Latey está sentado no banco, os olhos esticados e a respiração agitada. A palma de suas mãos estão suando, seu olhar muda de trajetória a cada segundo, de um irmão para outro, em uma súplica miserável de ajuda. Enquanto isso, Lynonys ajeita seu óculos, retira seu manto ficando somente com a camisa social branca, as calças brancas e o sapato social preto. Ele dobra as manga da camisa até seu antebraço, sem retirar seu sorriso meigo do rosto.

Alafar está de frente para os  dois irmãos, escorado na parede de pedra, os braços cruzados sob o peito definido, uma perna erguida como apoio na parede. A cabeça tombada levemente de lado, a boca entortada enquanto observa os movimentos do quarto irmão de forma atenciosa. Mesmo com todos os anos ao lado de Lynonys e com o árduo treinamento dos anciões em ocultar suas expressões, como controlar as emoções para que o oponente não te leia, transformando sua face em uma máscara fria, parecia não estar funcionando. Pois em seus olhos, transmitiam seu nervosismo, não pela situação do sétimo irmão que seria queimado ao invés de ser curado. Mas sim, pelo quarto irmão que estava beirando a raiva, como uma chaleira que já está com a água borbulhando e ninguém abre a tampa para o vapor sair.

Latey não para de lançar olharem em busca de ajuda para seus irmãos, mas nenhum deles é besta de se meter, cada um está com sua cota de artes contada com o quarto

Alanor por ir até a biblioteca, e invez de ler livros, fica dormindo entre as estantes repletas de livros com cheiro de hortaliças por serem frequentemente limpados e perfumados, e quando não dorme ele fuma,   impregnando os livros com o cheiro cítrico do limão, gengibre, camomila gravo de seu fumo.

Kasper por roubar algumas plantas e principalmente, os óleos caros, que Lynonys passa noites em claro para fazer as sementes germinar, crescer, colher e produzir, tudo para criar os melhores óleos concentrados. E então, como um passe de mágica são todos misteriosamente roubados na calada da noite, óleos caros que são condenados a virar tinta para que Kasper continue suas pinturas.

Alafar por fugir das papeladas que estão amontoadas todas as manhãs como enormes pilhas, encima e ao redor de sua mesa que  de pouco em pouco, são acrescentados mais papéis a elas. Além das fugas de seus deveres, também tem a fuga das aulas de disciplina e etiqueta, alta de jogo mental, economia, história, geografia, química, física e matemática, todas as matéria que ele mais ama. E quando ele resolve passear pelo castelo dando lé em Lynonys e Hays, seu secretário.

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