O Festival Anual de Música

Passeio

O festival foi giro. Diverti-me com os meus amigos. Mas, quem eu não conseguia parar de pensar era no Martim. As suas pestanas atraentes e longas, os seus lábios suaves e vermelhos, o seu nariz redondo, corado com o melhor tom de rosa. Ele era perfeito. Pensava nele enquanto estava deitada na cama de manhã no sábado a seguir do festival, em posição fetal. De repente, ouço uma vibração a sair do meu telemóvel. Será ele? Eu rápidamente agarro no telemóvel e vejo a mensagem que recebi. Era a Leonor. Fiquei um pouco desapontada mas li a mensagem á mesma.

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Leonor: Hoje estás livre? :3

Eu: Estou, porquê?

Leonor: Queria saber se gostavas de sair hoje :D

Eu: Pode ser, não tenho nada para fazer de qualquer maneira

Leonor: Ok!! Então vejo-te no Parque da Várzea!

Eu: Até lá

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Fui me vestir para ir ter com a Leonor. Não me preocupei muito com a minha roupa porque era a minha melhor amiga, porque é que ela havia de julgar? Enfim pus o meu hoodie branco e uns calções e fui andando.

Quando cheguei, vi logo a Leonor a acenar a mim. Eu acenei de volta.
"Olá rafaela! Estás bué gira!" Disse a Leonor, com uma voz alegre e excitada.
Eu, envergonhada, digo: "Obrigada, mas não precisas de mentir.."
"Não sejas modesta, Rafaela. Eu sei que estás gira e tu também devias!" Ela, quase gritando, diz levemente irritada.
Eu riu-me e andamos pelo parque.

A Leonor olha diretamente para mim com uma cara provocadora e pergunta-me: "Então, Rafa, como anda as coisas com o Martim?"
"Nem comeces. Nem sequer passou dois dias e já estás com essa conversa! Ele provavelmente nem tem nenhum interesse em mim."
Ela ri-se. "Estava só a perguntar-" De repente, ela para e diz: "Rafaela. Não vais acreditar."
"O quê? O que aconteceu?"
"Olha para a frente."
E ali estava, surpreendentemente, o Martim. Sentado num banco de madeira, a olhar para o telemóvel.

Não acreditei. Não era possível. Tinha de estar a sonhar. Porque é que ele está em todo o lado? Era quase como se o universo nos tivesse a juntar.
Oh não. Acabei de me lembrar como estava vestida. Nem pensei no que eu ia usar! Isto é mau, mesmo mau!

Ele olha para a frente. "Rafaela! Que bom ver-te aqui também. Olá também para ti, Leonor."
Eu tento me esconder, mas já não há tempo. Tenho de enfrentar os meus medos.
"Olá martim," dizemos as duas, com pensamentos completamente diferentes.
"O que andas a fazer por aqui?" Pergunta a Leonor.
"Não sei, apeteceu-me sair á rua em vez de estar só em casa. Já agora Rafaela, posso te perguntar uma coisa?"
Ele reparou nas minha aparência. Vai me julgar. Nunca mais vou sair á rua mal vestida.
"O que é?" Digo eu, obviamente com um tom de medo.
"Estás livre na próxima semana?"

"...O quê?" Eu pergunto, sem sequer reparar que estou a pensar em voz alta. Logo que voltei ao mundo real, disse quase automaticamente" "Desculpa! Não reparei no que disse. Claro que estou. Precisas de ajuda em alguma coisa?"
Ele responde: "Bem, não exatamente. Eu queria te perguntar se gostavas de sair comigo, só nós os dois? Como amigos claro, só porque temos muito para conversar."
Estava tão contente que nem reparei na parte de ele dizer 'como amigos, claro'. "Sim!" Digo eu, a falar muito alto.
Ele responde, um pouco envergonhado: "Ok... Então, vejo-te na sexta?"
"Pode ser! Tchau!"
"Adeus," diz ele.
Eu e a Leonor continuamos a andar.

A Leonor diz: "Então, estavas a dizer?"
"Cala-te."