Parte 1.

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* Eu pagando a língua depois de jurar que não ia mais escrever fanfic. *

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Natália estava impaciente.

O que não era nenhuma novidade, já que paciência nunca foi uma de suas qualidades mais presentes.

Ela batucava os dedos na mesinha de vidro enquanto encarava o notebook, esperando uma resposta formal via e-mail de um novo cliente.

O apartamento era pequeno então ela podia ouvir tudo o que Carol fazia no quarto enquanto se arrumava para saírem. Haviam combinado uma social com as meninas mas a fisioterapeuta teve um imprevisto no trabalho e por isso só a fotógrafa estava pronta no momento.

Natália olhou para o próprio corpo avaliando mais uma vez sua escolha de roupa, um vestido azul marinho com uma grande fenda na lateral esquerda e suas tradicionais botas de couro. A jaqueta combinando estava jogada no encosto do sofá por enquanto, ela colocaria quando fosse sair de fato.

— Droga! - ouviu Carol reclamar.

— O que aconteceu? - perguntou esticando o pescoço para olhar o outro cômodo.

— Eu derrubei uns cabides... - respondeu enquanto pegava as peças que tinham caído — A gente precisa urgentemente de um guarda roupa maior, Natália.

— Eu sei... Essa semana a gente resolve isso sem falta. - assim que terminou de falar o som de notificação do notebook chamou sua atenção e ela leu na tela a resposta que esperava, confirmando os detalhes do trabalho — Isso! Maravilha!

— Responderam? - Carol perguntou colocando só a cabeça pela divisória.

— Sim, tudo certo já pra próxima segunda.

— Que ótimo, amor! - abriu aquele sorriso lindo que deixava Natália boba — Eu já tô pronta, vou só colocar aquele colar que você me deu...

— Tá bom. - jogou um beijinho para a esposa e voltou a olhar para o notebook enquanto o desligava e fechava, antes de levantar.

Assim que chegou perto do sofá viu Carol saindo do quarto, tentando fechar o colar no pescoço e mordendo o lábio concentrada na tarefa. Mas o que realmente chamou a atenção de Natália foi a blusa que ela estava usando.

Preta e transparente, que deixava os seios em evidência cobertos por uma parte fechada.

— Me ajuda aqui por favor... - pediu virando de costas para ela — Natália?

— Eu! Oi! - saiu do transe e piscou rapidamente algumas vezes — Ajudo, claro... - em um instante conseguiu juntar os dois lados do fecho da jóia e viu Carol virar novamente para ela, ainda alheia ao que estava acontecendo.

— Parece que quando a gente tá com pressa tudo começa a dar errado... - mas Natália de novo demorou para reagir, causando estranhamento na outra que inclinou a cabeça um pouco para o lado buscando o olhar da fotógrafa — O que foi?

— Essa sua blusa... - engoliu em seco — Acho que eu nunca te vi com ela antes.

— Ah, faz um bom tempo que eu não uso mesmo... Foi pegando ela que eu quase derrubei tudo. - explicou sorrindo e alisando o tecido com as mãos — Você gostou?

— Até demais, na verdade. - respondeu com a voz mais grave e deixou os olhos caírem de novo na peça.

Então imediatamente Carol entendeu o que estava acontecendo, apertou um pouco os olhos, cruzou os braços e abriu um sorriso.

Atrasos e ConsequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora