Parte 2.

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* Como eu nunca prometi coerência, esse aqui ainda não é o final. Teremos mais uma parte. *

•••••••

Em menos de vinte minutos o carro de Natália já estava no endereço que Lara tinha enviado mais cedo. Enquanto ela procurava uma vaga para estacionar, Carol falava sobre a pesquisa que tinha feito dos modelos de guarda roupa que achava que ela também ia gostar.

Na verdade durante o trajeto sempre que paravam num sinal vermelho, a fisioterapeuta mostrava algumas fotos no celular e elas comentavam sobre cores e vantagens de espaço.

— Duas portas extras são mais do que suficientes, Carol.

— Eu espero mesmo, porque você tem muitos vestidos... – disse guardando o telefone na bolsa.

— E vai dizer que você não gosta de me ver em cada um deles? – rebateu enquanto terminava a baliza.

Carol riu, balançando a cabeça.

— Isso não vem ao caso.

Natália pensou em contestar, mas se conteve, e logo elas desceram do carro.

De longe podiam ver a fachada do restaurante, em neon vermelho e chamativo.

Ela ofereceu a mão esquerda para Carol segurar e assim entrelaçaram os dedos enquanto atravessavam a rua.

— Espero que as meninas não estejam chateadas com a nossa demora.

— Elas sabem que a gente ainda tá em fase de lua de mel. – brincou.

— Isso não é desculpa, a Lara e o Mário se casaram depois e não são assim.

— Não? – virou o rosto para ela — Você esqueceu que no dia do aniversário do Jonas eles chegaram bem depois da gente?

Carol pensou por um segundo e arregalou os olhos.

— Nossa, é verdade! – riu — Eu lembro que eu pensei que nós seríamos as últimas e aí... – de repente ela parou de falar e de andar ao mesmo tempo, ao perceber algo enquanto usava o polegar para fazer carinho na mão da fotógrafa, que agora a olhava sem entender o que havia acontecido — Natália, cadê sua aliança?

Então ela franziu as sobrancelhas, estranhando completamente a pergunta.

— Como assim minha... – mas antes que pudesse terminar, Carol ergueu a mão dela ainda unida na sua e virou de forma que ela pudesse ver o dedo anelar sem nada — Ah, não... Eu deixei em casa! – passou a mão no cabelo, agitada, lembrando do momento exato em que a tirou para lavar as mãos antes de saírem — No banheiro, pra ser mais exata.

Há alguns dias Natália tinha percebido que precisava mandar fazer uns ajustes na aliança de casamento, pois sempre que entrava em contato com água e sabão ela ficava folgada ao ponto de cair a qualquer momento e se perder ralo abaixo.

— Interessante... – Carol disse, começando a andar de novo.

— Não fica brava comigo... – pediu parando na frente dela.

Ela não estava brava.

Claro que preferia que Natália estivesse com a aliança. Afinal aquele era o símbolo da união das duas, do compromisso que assumiram naquele dia lindo na presença das pessoas que eram importantes para elas. Mas ela também sabia que não precisava exclusivamente daquilo para saber que elas se escolheram e se pertenciam.

Atrasos e ConsequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora