Inseparáveis

1º Capítulo

Sábado 28 de Março de 2015

A minha irmã mais nova tinha ido lá passar o fim de semana a casa, infelizmente não podemos viver juntas, pois os tios que me acolheram tem 3 filhas. Ela vive com os seus padrinhos a 15 minutos de carro da zona onde eu vivo.

Estava sentada na secretária a tentar ler o terceiro livro de Hunger Games, que uma colega minha me tinha emprestado para estas férias da Pascoa, mas parecia não estar a conseguir ler e não sabia muito bem o porquê. A minha prima Bia estava lá no quarto comigo mais a minha irmã. De repente o meu telemóvel fez o barulho em como recebi uma mensagem no facebook. Peguei nele e assustei-me, era uma mensagem a dizer" Então oh? " eu fiquei olhar para aquilo estupefacta, e devo ter feito uma enorme careta. Era um rapaz o Danny, que foi da minha turma do primeiro ao nono ano. O rapaz por quem tive uma paixoneta aos 12 anos, quando estávamos no sétimo ano. Nunca fomos de falar por mensagens ou chamada. Ele sempre se meteu comigo, mas eu sempre soube que era da natureza dele e que ele nunca iria querer namorar comigo.  Sempre nos demos bem. Eu, ele e mais uns amigos que ainda hoje falo passámos grandes momentos quando íamos depois da escola para parques conversar e fazer disparates, e até frequentamos um clube de multimédia na escola. Tenho muitas memorias com ele, mas nunca fomos melhores amigos ou algo do género.  A minha outra prima, a Rita, naquele momento entrou no quarto. Virei-me para elas e disse-lhes da mensagem com uma cara e uma voz revoltada. Eu já não falava com ele à quase dois anos, desde do dia em que fizemos os exames do nono ano. E a mensagem que ele manda depois deste tempo todo é um simples"oh então?". Elas já sabiam mais ou menos quem ele era, porque já tinha falado dele uma/duas vezes, porque eu falava muito dos meus amigos e colega do nono ano.  A Rita disse logo para não lhe responder, mas eu decidi seguir o meu instinto e respondi dizendo"mas pensas que estas a falar com quem?", ele respondeu de volta:

Danny: boa Patrícia já ganhas-te!

Eu: tu é que vens falar assim!  

Danny: Calma rapariga, que se passa?

Eu: Não se passa nada.

Danny: Entras-te logo a matar.

A nossa conversa prolongou-se pela tarde toda. Desde as 15h da tarde até as 19h, e falamos por web. Ele estava diferente, tinha barba e o seu cabelo cor de avelã estava grande só que ele tinha o cabelo apanhado. Contei-lhe que os meus pais faleceram, e ele mostrou-se preocupado. Ele pediu-me o numero, eu dei e ele deu-me o dele. Não era bem o número dele visto que na segunda-feira, sendo que no domingo foi o dia de anos dele, eu liguei-lhe as 8 horas da noite como ele tinha pedido e atendeu-me a mãe dele. Foi constrangedor, quase desliguei a chamada na cara da mulher. Eu disse que queria falar com o Danny, a mãe dele  informou-me que ele não estava em casa mas que quando ele chegasse, iria dizer que eu lhe liguei. Fiquei um pouco chateada, visto que eu liguei e ele nem estava em casa à hora certa. Passado meia hora ele ligou-me, falamos durante uma hora quase duas. Não foi estranho porque estive habituada desde os meus 5 anos de idade a lidar com ele, mas confesso que estava nervosíssima quando falava com ele. Até agora não percebi muito bem porque que ele não têm o seu próprio telemóvel, ele diz que apenas não gosta de usar. E sim ele não usa mesmo um telemóvel visto que têm facebook e só usa o da mãe quando necessário. Uma das minhas teorias para ele não o usar, é porque ele é muito independente e não gosta que andem em cima dele, e ao não ter  telemóvel não têm quem lhe chateie. 

Nessa mesma semana combinamos de nos encontrar. Falei com a Débora para ir também connosco, ela é uma grande amiga minha desde os tempos do sétimo ano, mas que desde à um ano para cá se tornou a melhor amiga de todas. Ela também teve uma paixoneta por ele na mesma altura que eu, já conseguem perceber que ele é um quebra corações. Combinamos nos encontrar na quarta. Eu estava tão ansiosa, eu morri de saudades dele. Claro que com o tempo já não pensava tanto nele, e a sua ausência tinha-se tornado num hábito.