aquele da aula de inglês

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— Quando você soube que me amava? — Carol perguntou. Estávamos deitadas na nossa cama, duas taças de champanhe descansavam na mesinha ao lado. A pergunta me pegou de surpresa.

Quando eu soube que amava a Carol?

— Por quê isso agora? — perguntei.

Carol respondeu com uma voz mais manhosa do que eu esperava.

— Porque eu quero saber ué. Eu lembro exatamente quando eu percebi que te amava, deitada naquela poltrona dura, te observando dormir.

Não consigo evitar um sorriso e ela também sorri pra mim.

— Mas você nunca me contou quando você descobriu. — ela me encara com aqueles olhos tão verdes, como se quisesse realmente saber essa resposta.

— Eu não sei — digo. — Talvez desde o primeiro dia que eu te vi.

Carol ri.

— Ah, para Natália! Eu tô falando sério!

— Eu também! — Olho pra ela e de alguma forma o sorriso estampado em seu rosto consegue ser igual (ou ainda mais bonito) ao de 25 atrás.



— Posso? — ela me perguntou apontando para a cadeira vazia logo atrás de mim. Eu estava sentada de lado, conversando com Lara sobre algo que não me lembro agora. Demorei alguns segundos para responder, aqueles olhos verdes e sorridentes, escondidos por um óculos de armação clara, me levando pra longe da realidade por um breve momento. Acenei com a cabeça e a observei tirar mais livros do que cabia dentro daquela mochila e com certeza muito mais do que era preciso pra uma simples aula de inglês. A gente só foi trocar outra palavra mais tarde, quando Bruno chegou, atrasado como sempre, mal dando espaço pra garota respirar. Aquela foi a primeira vez que senti ciúmes.

É estranho pensar nisso agora. Vinte e cinco anos depois e aqui estou eu, casada com ela.



Carol não respondeu de imediato. Seus olhos se arregalaram e ela pareceu desconcertada. Ela sempre foi muito expressiva e eu achava fofo ver as reações surgindo lentamente em seu rosto. Era quase cômico.

— Eu não fazia ideia que você gostava de mim desde aquela época.

— Nem eu — respondi. E era verdade. A gente se encara por algum tempo e fecho os olhos quando ela acaricia minha bochecha. Era como se ainda não conseguíssemos acreditar que tudo isso era real.

Ela se aproxima para me dar um beijo.

— Eu te amo. — diz.

— Eu também te amo.





[É isso, as histórias vão ser curtinhas, mais ou menos nessa vibe. Não sou boa em escrever em 1° pessoa, mas achei que encaixaria melhor aqui. Espero que tenham gostado, são só devaneios da minha mente desocupada em formato de texto. Também não sou criativa com títulos, então relevem.]

Narol | Só nós duasOnde histórias criam vida. Descubra agora