Até que o caso nos separe

capítulo 1

              capítulo 1: portões do inferno

Los Angeles, LA

Apertando os botões da camisa social, Natasha colocou a chave na ignição e parou, virando o rosto para sua parceira sentada rigidamente ao lado dela. Conseguia sentir sua tensão.

- Você tem certeza disso, wanda? - ela perguntou, seu rosto ligeiramente confuso, tentando decifrar a mulher sentada ao seu lado em seu Corvette 1962.

Ela engoliu em seco, arqueando a sobrancelha, os olhos voltados para as pernas nuas.

- É 'liz', e ... - Suspirou trêmula. - Não tenho
muita opção, mas quais são as minhas alternativas? Esse cara precisa ser pego. - Ela se mexeu na cadeira nervosamente, puxando a saia curta. Natasha apertou o volante com suas duas mãos, se segurando para não acariciar suas bochechas.

- Em qualquer momento... A qualquer hora ... que você se sentir desconfortável, ou não desejar mais ficar, me avise. - Ela falou calmamente. - Eles sabem que somos novatos. No caso, você Wanda. Tive o prazer de participar de uma em Nova Orleans que-- Natasha estava divagando, sendo parada no mesmo momento. Wanda reprovava sua história com um som de raiva saindo dos labios.

- Natasha, eu não tenho o menor interesse de saber disso. Só irá me complicar mais. - Ela disse, bufando.

- Desculpe. - Natasha disse com um sorriso curto, voltando ao que estava falando. - Vai ficar tudo bem se não participarmos de tudo. - Explicou calmamente. Ela ouviu a respiração dela trêmula quando acenou com a cabeça em compreensão, os olhos ainda colados nas pernas desconfortavelmente nuas.
- Wanda...? - Ela a chamou novamente quando ficou quieta.

Wanda ergueu os olhos e pigarreou. - Meu nome é liz, Natália. - Ela disse, olhando para Natasha com um olhar fixo.

- Bem, estou falando com a wanda- Natasha respondeu, dizendo seu nome. - E eu preciso que a WANDA entenda que o conforto dela vem em primeiro lugar e que a ÚNICA maneira de resolver este caso é se pudermos confiar uma na outra e nos comunicarmos. Eu preciso que a WANDA entenda que ela é a minha parceira e eu não gostaria de fazer nada que a deixasse desconfortável ou violasse o nível de confiança que temos uma com a outra. - Disse, ecoando sua voz pelo carro. - E eu gostaria de trocar de nome. Sabe que não gosto de Natália.

Wanda se virou para ela com olhos vidrados e em um movimento ousado, colocou a mão em sua coxa, apertando suavemente.

- E eu preciso que a minha parceira entenda que temos papéis a desempenhar, Natasha. Eu tenho que ser a 'liz'. Eu tenho que ser. - Ela sussurrou com sua voz falhando. Sabia que havia falado mais para si mesma do que para Natasha. Ela balançou a cabeça, limpando a garganta da emoção que a obstruía. - Eu prometo a você que vou manter as linhas de comunicação abertas. E eu entendo suas preocupações, Tasha. Eu entendo. Mas é mais fácil para MIM fazer isso, se eu sei que estou desempenhando um papel. E voce não vai trocar de nome, a tenente já colocou nossos nomes na lista.

Natasha a ouviu atentamente, suspirando com o final.

- Porque Wanda maximoff nunca faria isso.- Natasha disse em uma declaração ao invés de questionar.

Wanda assentiu simplesmente.

Eu quero pegar esse filho da puta de um jeito que voce não faz ideia. O que ele é acusado de fazer ... - Wanda se interrompeu, sacudindo a cabeça em desgosto. - Essa é a ÚNICA razão pela qual eu disse sim a esta tarefa ridícula. - Ela disse apontando para seu traje mínimo.

Natasha recostou-se na cadeira e olhou pelo para-brisa dianteiro, a mão batendo no volante e o vento envolvendo em seu rosto, que o causava certos arrepios ao estomago. Ela teria uma resposta que desejava falar em voz alta, porém simplesmente não saia. "E a unica razão pela qual eu disse sim é você, Wanda".