Can't deny you're worth it

Capítulo único

notas: fic de aniversário do Bakugou <3 espero que gostem!!!!

O sol iluminava a plantação colorida do local, árvores e suas flores brilhando em tons de amarelo, vermelho, verde, ou roxo, tornando impossível desviar o olhar da beleza fértil que os cercava.

Os olhos de Katsuki estavam arregalados em admiração. Cidades humanas jamais poderiam se comparar com as cidades dracônicas, não é mesmo? Tudo era numa proporção maior, passagens maiores, palácios maiores, porções maiores de comida nas feiras. Enquanto as cidades humanas tentavam ser discretas e neutras, em seus ridículos tons de branco ou marrom que Katsuki não entendia nem respeitava, os dragões tinham cidades coloridas, com uma natureza vibrante que pintava tudo em cores diversas, fortes e chamativas.

Haviam pessoas de todos os tamanhos, e assim que chegaram Kirishima se sentiu confortável de usar sua forma híbrida, expondo suas escamas, asas, rabo e chifres. Para onde quer que olhasse via humanos, dragões em forma humana, híbrida, ou mesmo puramente dracônica, assim como outras criaturas também. Apesar das cidades dos dragões ficarem escondidas da população geral, isso não queria dizer que era um lugar isolado ou com poucos habitantes, mas sim que a maior parte da população possui algum tipo de magia, assim como Katsuki.

Bakugou nasceu um feiticeiro de fogo, conseguindo usar chamas e explosões como bem entendia desde bem pequeno. Um local tão repleto de magia como uma cidade dracônica era um paraíso para ele que nasceu em um reino de humanos no qual feiticeiros eram raros e preciosos. Toda a adoração que recebeu desde que era bebê resultou num adulto terrível que ninguém gostava, contudo, todos adoravam. Ele era quase como um deus cruel aos olhos de seus futuros súditos, um deus príncipe. Assim, ele conspirou com alguns amigos da corte para dar um golpe em si mesmo, deixando sua irmã para receber o trono enquanto ele viajava pelo mundo. Ela queria ser rainha e ele queria ser livre, saber quem ele podia ser quando não tinha que interpretar quem ele era, então o esquema foi bem sucedido.

Em suas viagens, ele aprendeu a controlar seu poder como nunca antes, assim como ficou ainda mais imbatível no combate físico. Eventualmente, ele conheceu Eijirou, o primeiro dragão que ele viu na vida, apesar de ler sobre eles em seus livros a vida toda. Não foi exatamente um primeiro encontro pacífico, já que Kirishima o confundiu com inimigos contra quem lutava quando Katsuki inadvertidamente se meteu na briga sem aviso.

Isso, hoje, já era um passado distante. Juntos em suas viagens pelo mundo há sete anos, Eijirou já conhecia os pais e o reino de Katsuki, da mesma forma ele também conhecia os dele. Ambos já tinham sangrado nos braços um do outro, confiando plenamente nos cuidados do outro, na doença ou na batalha. Era um laço profundo e duradouro.

Bakugou revirou os olhos ao ver Tetsutetsu correndo em direção a Eijirou e se afastou, se preparando. Apesar de nunca ter visitado uma cidade dracônica antes, Katsuki tinha encontrado outros dragões em suas viagens, por causa de Kirishima, e Tetsutetsu era um deles: um dos melhores amigos de Eijirou e também parte de sua família, um primo distante. Em questão de aparência, eram quase gêmeos, assim como suas personalidades eram também muito parecidas, contudo, Bakugou sabia bem a diferença entre os dois e quem era seu favorito.

Tetsutetsu pulou em Kirishima, derrubando-o, seus traços de dragão expostos, e os dois rolaram pelo chão numa lutinha de brincadeira. Eram duas crianças quando estavam juntos e, por isso, ficaram nessa por algum tempo. Quando levantou, Tetsutetsu finalmente cumprimentou Bakugou, de maneira muito mais educada e calma, sabendo que Bakugou não gostava de toques (com raras exceções).

Não que Tetsutetsu tivesse qualquer medo de suas ameaças a esse ponto, a intimidade fazendo com que ele acreditasse piamente que nunca o machucaria, entretanto, porque Katsuki tinha - a muito custo - aprendido a comunicar o quanto certos toques realmente o deixavam desconfortável, e seus amigos tinham logo aceitado e entendido seus limites, o que não deveria ter sido uma surpresa tão grande para ele na época, mas foi.