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Pov: Gianlucca Mauad

Acordei super cedo hoje, afinal, segundou e eu preciso trabalhar. Eu trabalho em casa na maior parte do tempo, para poder ficar com minhas filhas. Mas as vezes é inevitável ter que ir à empresa para participar de reuniões ou resolver certas coisas.

- bom dia Rita- digo entrando na cozinha

Rita é a moça que me ajuda aqui em casa. Ela vem 3 vezes por semana e as vezes alguns dias a mais quando eu preciso sair e as meninas não tem com quem ficar. Ela cuida da casa, faz a comida e cuida das minhas filhas quando eu não posso.

- bom dia querido, dormiu bem?- ela pergunta gentilmente

- dormi sim, obrigada por perguntar-respondo sorrindo e ela retribui

Rita é como uma mãe para mim. Ela sempre esteve ao meu lado para tudo. Trabalha pra mim desde que Emma nasceu praticamente.

- vai precisar sair hoje Sr. Mauad? - a repreendo com um olhar, odeio que ela me chame assim - digo, Gian

- acho que só pela manhã, mas volto para almoçar com você e a Li- respondo e ela serve um pouco de caté em minha xícara

Fico alguns minutinhos conversando com Rita ali na mesa e percebo que já está na hora de acordar minha princesinha mais velha para ir à escola.

Subo as escada e vou até o fim do corredor.
Abro a porta e acendo a luz indo até a cama da minha bebê maior.

- bom dia amor- falo ao ver ela abrir os olhos e fechar logo em seguida por conta da claridade

- bom dia papai...

- dormiu bem?- digo sentando em sua cama e acariciando seus lindos cabelos

- sim...- diz e percebo seu olhar um pouco triste

- tem certeza meu amor?

- eu... sonhei com a mamãe hoje...- ela diz baixinho

- é mesmo?- ela assente- e foi um sonho bom?

- foi... sonhei que ela tinha voltado e nós fomos tomar sorvete no parque- ela diz e sorri
triste- queria que fosse real...

- filha... nós já conversamos sobre isso, lembra? Agora sua mamãe é uma estrelinha lá no céu, e de lá de cima ela cuida de você e de
Lizzie

- eu sei... E que eu sinto muito a falta dela- ela fala tristinha e meu coração se aperta

Antes que ela começasse a chorar, peguei minha menina no colo e a abracei forte.

Eu ainda não superei a morte de Claire, não mesmo. Se passaram 8 mêses, e acho que ainda vai levar um tempo para eu e minha filha nos acostumarmos com essa dor.

Eu tento me manter forte, pelas minhas filhas, mas confesso que as vezes é muito difícil e me dá vontade de desabar, então sempre deixo as lágrimas e soluços pra madrugada, onde ninguém me escuta

Depois de acalmar Emma, deixei que ela fosse se aprontar para a escola. Desci pra cozinha de novo e comecei a preparar um sanduíche para minha filha.

A nova vizinha - adaptação VigianOnde histórias criam vida. Descubra agora