Intempérie.

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Todos os personagens, falas,
situações e locais são fictícios!

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Envolto pela aura vibrante da chuva que dançava ao meu redor, avancei pelas ruas da cidade com uma elegância serena. Cada passo meu era um ballet improvisado, uma dança fluida entre os pingos que caíam do céu e o asfalto que se tornava um espelho líquido sob meus pés.

Meus cabelos escuros, agora molhados, moldavam-se em curvas suaves, como se tivessem sido esculpidos pela própria chuva. Senti as gotas deslizarem pelo meu rosto, uma carícia refrescante em meio ao tumulto urbano. Cada reflexo das luzes das lojas era uma pintura em movimento, uma sinfonia de cores e brilhos que se misturavam ao cenário cinzento da cidade.

Apesar da falta de um guarda-chuva para me proteger, senti-me em paz, em harmonia com a tempestade que me cercava. Cada trovão distante era como uma nota de uma melodia celestial, cada rajada de vento uma dança efêmera entre o caos e a tranquilidade.

Ao chegar em casa, após a chuva mudar toda a temperatura de meu corpo, adentrei o ambiente. Meus passos ecoaram suavemente no chão e um suspiro cansado escapou de meus lábios. Tirei meus sapatos encharcados, deixando para trás os vestígios da jornada pela chuva. No entanto, antes que eu começasse a me livrar das roupas molhadas, ouvi dois toques rápidos na superfície plana da porta.

Eu sabia quem era apenas pela sincronia do barulho. Não poderia ser nenhuma coincidência, era ele.

Com passos calmos e decididos, me aproximei da porta principal da minha casa, guiado pelo som suave da chuva que ecoava pelos corredores vazios. O brilho das luzes da rua filtrava-se pelas janelas, criando uma atmosfera serena no ambiente.
Ao alcançar a porta, estendi a mão para girar a maçaneta, sentindo a textura fria do metal sob meus dedos. Com um movimento suave, abri a porta, revelando a tempestade contínua lá fora.

E então, diante de mim, surgiu Jay, o rapaz que poderia me ter por completo a qualquer momento.

Nossos olhares se encontraram, transmitindo uma mistura de preocupação e algum outro sentimento que eu não sei descrever. A chuva que o encharcava revelava uma visão surpreendentemente bonita: sua camisa branca, agora transparente devido à água, delineava os contornos de seu corpo de maneira sutil, realçando sua figura esguia e musculosa.

Cada gota de chuva que escorria por sua pele criava um brilho efêmero, como pequenos diamantes líquidos que dançavam ao longo de seus braços e ombros. Seu cabelo escuro, molhado pela tempestade, caía em mechas sedosas ao redor de seu rosto, emoldurando seus olhos expressivos e intensos.

Apesar de estar completamente molhado, Jay emanava uma aura de beleza natural e confiança, como se a própria chuva não fosse capaz de diminuir sua presença cativante. Sua postura era elegante e firme, e um leve sorriso brincava em seus lábios, como se ele soubesse o impacto que causava mesmo nas circunstâncias mais simples.

Ele sabia o poder que tinha sobre mim.

Observar Jay naquele estado era como contemplar uma obra-prima da natureza: uma combinação perfeita de graça, beleza e serenidade, encapsulada na imagem de um homem molhado com uma camisa branca transparente, cuja beleza transcendia até mesmo os caprichos da chuva.

Sem dizer uma palavra, dei um passo para o lado, convidando Jay a entrar, enquanto um sorriso tímido se formava em meus lábios.

Eu sentia meu coração bater mais rápido, consciente do poder que sua presença exercia sobre mim. Era como se cada gota de chuva que o cobria também despertasse uma tempestade de emoções dentro de mim.

Enquanto ele se aproximava, pude sentir o aroma fresco da chuva misturado com uma nota sutil de seu perfume, criando uma fragrância intoxicante que enchia o ar ao nosso redor, me fazendo lembrar de diversos momentos. O brilho em seus olhos era como uma chama suave, hipnotizante e irresistível.

── O que te trás aqui? ─ Questionei receoso, tentando não fazer contato visual.

Com uma elegância natural, Jay se aproximou de mim, sua presença envolta em uma aura magnética que parecia preencher o espaço ao nosso redor. Seus dedos, delicados e hábeis, deslizaram com suavidade por baixo da minha camisa, explorando minha pele fria que ansiava por seu toque.

Cada carícia enviava ondas de calor pelo meu corpo, despertando sensações adormecidas e alimentando o fogo ardente que queimava entre nós. Aproximando-se lentamente, o rosto de Jay se inclinou, sua respiração quente e pesada acariciando minha pele sensível do pescoço.

Senti meu coração acelerar com a proximidade dele, enquanto seu nariz deslizava suavemente sobre minha pele, deixando um rastro de arrepios e ânsia por mais. Cada toque parecia uma bomba de desejo, ecoando através do espaço que nos separava, unindo-nos em um momento de êxtase intenso.

── Senti saudades, líder Yang. ─ Sussurrou de forma lenta. ── Vamos, olhe pra mim. ─ Pediu assim que uma de suas mãos segurou meu queixo. ── Eu amo seus olhos, então não os desvie de mim.

Continua...

Collide. ── Jaywon. Onde histórias criam vida. Descubra agora