VINTE E DOIS

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"Repare nas atitudes, elas sempre vão revelar mais do que as palavras"

—Você é realmente uma moça encantadora Senhorita Evans, ou agora, eu deva te chamar de Senhora Collins já que se casou com meu filho —Ele me respondeu de forma galante pegando minha mão e a beijando.

—Hm... Obrigada, sei que Senhora é o termo formalmente correto para se chamar uma mulher casada, mas eu prefiro que me chame apenas de Aurora —Respondi sorrindo e o Senhor Collins lançou um olhar para o filho que eu não entendi muito bem, mas me pareceu um olhar de desafio.

—E eu posso saber onde meu filho encontrou essa jóia rara? —Ele me questionou e encarei Mathew que deu de ombros. Não havíamos combinado uma história sobre este assunto, fomos burros neste quesito, mas em minha defesa não é como se tivéssemos tido muito tempo para conversar.

—Na verdade, nos conhecemos na Park Avenue, eu estava tendo um dia péssimo e não vi o farol fechar, Mathew segurou meu braço e me puxou pra trás impedindo que eu me envolvesse em um acidente —Contei a verdade, ou quase isso.

—E só isso? —Ele queria saber mais da história, eu não podia dar muitos detalhes.

—Ele não se apresentou e ficamos uns dias sem nos ver depois nos reencontramos e ele foi tão romântico, disse que se apaixonou a primeira vista por mim mas o que ele não sabia é que eu também havia me apaixonado por ele também —Tentei ser convincente mas de uma forma vaga e o sorriso no rosto do pai de Mathew se alargou.

—E desde então a gente não se desgruda mais —Mathew completou dando uma forçada na barra me puxando pela cintura e me beijando.

—Fico muito feliz em saber disso —O pai dele observava tudo sorrindo bem animado e senti um peso sair de cima dos meus ombros. Ao menos um problema resolvido —Vou atrás de mais uma taça de champanhe —O Collins mais velho anunciou antes de sair andando.

Arranquei a mão de Mathew de minha cintura a força e ele riu.

—Que foi? —Perguntou animado.

—Por que você tá tão feliz? Quase fomos pegos! —Atirei em sua cara cruzando os braços brava com todo aquele bom humor repentino.

—Não seja dramática, ele acreditou, agora só temos que enganar o meu avô e meus irmãos bastardos —Ele respondeu alegremente e pegou uma taça de champanhe de um garçom que passava.

—Irmãos bastardos? Você é o que? Um monarca do século dezoito? —Perguntei mais irritada —Isso é tão ofensivo.

—Por favor me fala que você leu o dossiê inteiro, ou pelo menos a parte de minha família? —Ele perguntou segurando meu pulso firme para que eu olhasse para ele.

—Li —Menti puxando meu punho e saindo andando de perto dele.

Atravessei a piscina com passos firmes e no meio do caminho Chloe me parou eufórica.

—Eu tô tão feliz por você, olha essa casa! —Ela falava com a voz aguda quase dando pulinhos.

—Eu sei é incrível —Tentei me fazer empolgada e ela me encarou. A encarada de Chloe fincou no meu coração como uma adaga fria e bem afiada. E eu não sabia o que estava acontecendo minha cabeça está uma confusão com Mathew, o casamento, o contrato, sobre eu não saber ao certo aonde estou me enfiando.

Tem aquele dossiê idiota que eu não li nem a metade, o medo de falhar e ter que pagar uma multa que eu nunca teria condições. Mas em contra partida minha curiosidade gritava dentro de mim um grito sufocante me pedindo para continuar e descobrir aonde tudo aquilo iria dar. Mas junto a ela vinha o medo, essa sensação sombria de que as coisas não seriam assim tão fáceis.

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